Portugal, Emirados Árabes, Colômbia, Noruega e Espanha fecham portos para cruzeiros

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Cruzeiros só de longe: portos não querem receber passageiros

Mais destinos ao redor do mundo viraram as costas aos navios de cruzeiros. Nesta quinta-feira (12/3), portos em Portugal, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Índia. Noruega e Colômbia decidiram deixar de receber passageiros temporariamente devido à COVID-19. 

Enquanto todos os portos da Itália seguirão fechados para a operação de cruzeiros até, pelo menos, 3 de abril, outros portos na Europa seguiram o mesmo caminho.

Espanha – cruzeiros serão recusados por 14 dias

Porto de Cádiz, na Espanha, está fechado pelos próximos 14 dias

Navios de passageiro da Itália e qualquer outro destino não serão permitidos em portos espanhóis a partir desta sexta-feira (13/3). Em um esforço para limitar o alastramento do coronavírus, a medida é válida até o dia 26 de março e foi tomada pelo Conselho de Ministros da Espanha.

De acordo com o Seatrade, a medida pode ser extendida por outros 14 dias e será avaliada periodicamente. O objetivo das restrições é evitar a transmissão da COVID-19 em portos e destinos já que ‘casos em navios teriam um impacto muito importante nos passageiros e tripulantes, além dos serviços de saúde nas cidades onde os navios atracarem’, disse o conselho. 

Após partir de Santos na última terça-feira (10/3), o MSC Fantasia tinha escalas previstas para portos espanhóis no período. Após ser forçada a cancelar as paradas do itinerário na Itália, a MSC Crociere havia pedido aos passageiros do navio que escolhessem novos portos de desembarque que incluíam St. Cruz de Tenerife no dia 20, Cádiz no dia 24 e Barcelona no dia 26. 

Com as novas restrições, o MSC Fantasia só poderá atracar em Marselha (em 27/4) quando deixar o Brasil. Outro navio afetado é o Sovereign, da Pullmantur. O navio deveria encerrar sua travessia atlântica em Barcelona na próxima semana. 

Portugal – arquipélagos fecham portos

Porto do Funchal

O arquipélago português da Madeira não irá mais autorizar a atracação de navios de cruzeiro em seus portos. 

Funchal, que é um dos maiores do Atlântico em número de escalas e passageiros, é o porto mais afetado. De acordo com o Funchal Notícias, a medida, publicada pelo Governo Regional local, visa evitar quarentenas, como ocorrido em outros portos. 

Também português, o arquipélago dos Açores tomou ação similar. Não irá autorizar parada de yachts ou navios de cruzeiro em nenhuma marina ou porto de suas ilhas. De acordo com o Açoriano Oriental, navios poderão atracar em alguns casos, desde que não desembarquem seus passageiros. Ainda segundo o jornal, a medida é uma resposta ao surto de COVID-19. 

Atualização (13/3): Mais tarde, o governo português decidiu fechar todos os portos da nação para os cruzeiros. Assim, não só a Madeira e os Açores deixaram de receber os passageiros, mas também Lisboa, Leixões, Portimão e outros portos. 

O MSC Fantasia também tinha escala prevista para o Funchal e Lisboa, nos dias 21 e 23 de março, respectivamente. 

Noruega – portos impedem desembarque de passageiros

Porto de Olso, que também implantou limitações

Outro porto a recusar a visita de passageiros foi o de Bergen, na Noruega. A partir de hoje, os hóspedes dos cruzeiros estão banidos até segunda ordem. Os navios, no entanto, ainda poderão atracar para reabastecimento.

As embarcações poderão comprar combustível, água e suprimentos na cidade norueguesa, desde que os passageiros e tripulantes permaneçam a bordo. 

Apesar de não haver um banimento federal dos cruzeiros na Noruega, outros portos seguiram o exemplo de Bergen. De acordo com a rádio NRK, Bodø, Oslo, Ålesund e Stavanger também estão impedindo desembarque de passageiros.

Operando linha de transporte local, a Hurtigruten é exceção ao banimento na maior parte dos portos. 

Emirados Árabes Unidos e Índia – escalas estão proibidas 

Os Emirados Árabes Unidos também entraram na lista de países que não mais receberão os navios de cruzeiro. De acordo com o Mercado & Eventos, a decisão foi tomada após a confirmação de 21 casos do novo coronavírus a bordo do Grand Princess, da Princess Cruises. 

Dois dos principais portos do Oriente Médio estão localizados no país: Dubai e Abu Dhabi. A ilha de Sir Bani Yas é outro destino popular da região e também fica no país. 

Além de proibir os navios, os Emirados Árabes fecharam suas escolas e suspenderam eventos por 4 semanas. O país ainda recomenda que seus cidadãos não viajem ao exterior. Quem retornar ao país após uma viagem externa poderá ser colocado em quarentena. 

Ainda de acordo com o site brasileiro, a Índia já havia decidido banir navios de cruzeiro na última segunda-feira (9/3).

Colômbia – urgência de saúde proíbe embarques

Cartagena de Indias é um dos portos mais movimentados do Sul do Caribe

Na América Central, a Colômbia anunciou hoje a entrada do país em ‘urgência de saúde’, de acordo com o Diário de Notícias. Com a entrada nesse status, o país irá proibir eventos públicos com mais de 500 pessoas e também o desembarque de navios de cruzeiro. 

Dessa forma, os portos de Cartagena de Indias e Santa Maria, no Sul do Caribe, deixarão de receber navios por tempo indeterminado. A medida irá afetar principalmente a Pullmantur, que conta com operação regular a partir do porto de Cartagena.

A companhia já anunciou o cancelamento de duas viagens partindo da cidade colombiana. 

Estados Unidos – Seattle cancela escalas e Baltimore fecha porto

Atualização (13/3): Na América do Norte, os dois primeiros portos a alterar sua programação devido a crise do coronavírus foram Seattle e Baltimore.

Localizado no estado com mais casos nos EUA, o Porto de Seattle cancelou as primeiras escalas da temporada. As escalas em trânsito aconteceriam nos dias 1 e 5 de abril. O porto ainda pretende decidir como irá lidar com o restante das escalas, que aumentam conforme o verão local se aproxima. 

A cidade no estado de Washington é um dos principais portos de embarque para cruzeiros pelo Alaska e Costa Oeste dos EUA. 

Na Costa Leste do país, o Porto de Baltimore fechou seu terminal de cruzeiros até segunda ordem. A ação foi tomada após o governador do estado de Maryland, onde está localizado o terminal, declarar estado de emergência devido a COVID-19. 

O Grandeur of the Seas, da Royal Caribbean International, e o Carnival Pride, da Carnival Cruise Line, ficam baseados no porto. De acordo com o Cruise Hive, os navios serão autorizados a retornar para a cidade quando encerrarem seus cruzeiros atuais.

Se nenhum passageiro ou tripulante tiver suspeita do novo coronavírus, desembarque será autorizado. Os navios, no entanto, não poderão embarcar passageiros ou tripulantes para novos cruzeiros. 

Mônaco – escalas serão recusadas até o fim de abril 

Atualização (13/3): O Porto de Monte Carlo, em Mônaco, deixará de receber 25 escalas até o final de abril. Os navios deveriam levar cerca de 20,000 passageiros para a cidade-estado, mas não serão autorizados a atracar ou ancorar nas águas territoriais. 

Excursões de cruzeiristas para Mônaco partindo de outros portos da região também estão sendo desencorajadas. De acordo com o Ministro de Estado Serge Telle, as restrições são necessários já que o país não teria condições de tratar um possível alto número de passageiros infectados. 

Uruguai – passageiros não são autorizados a desembarcar

Atualização (13/3) – Nesta sexta-feira o Uruguai também decidiu barrar desembarques de passageiros em suas cidades. O primeiro navio afetado foi o MSC Poesia, que realiza cruzeiro pela América do Sul a partir do porto de Santos. 

O navio da MSC Crociere não obteve autorização para liberar seus passageiros para passeios em Punta del Este. A medida foi tomada pelo Ministério do Turismo do Uruguai, em conjunto com a autoridade sanitária local e visa evitar problemas com o coronavírus. 

Suspensão de viagens entre Europa e Estados Unidos também afeta cruzeiros

Navio da Royal Caribbean International em Veneza 

Outra decisão que causará impacto significativo no mercado de cruzeiros foi tomada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, na noite desta quarta-feira. Trump afirmou que irá suspender todas as ligações aéreas entre seu país e a Europa para conter o coronavírus.

A restrição, no entanto, é válida para estrangeiros que estiveram em algum dos 26 países da área Schengen nos últimos 14 dias. 

A medida passa a valer à meia noite do dia 13 e tem validade de 30 dias. A única exceção é o Reino Unido. 

Principal mercado de cruzeiros do mundo, os EUA enviam diversos passageiros para a Europa. Assim, a restrição de viagem entre pode levar a cancelamento de mais cruzeiros no Velho Continente.

Mesmo operando em águas europeias, navios de companhias como a Carnival Cruise Line, a Royal Caribbean International e a Norwegian Cruise Line tem maioria de passageiros norte-americanos a bordo. 

Texto e Imagens (©) Copyright Daniel Capella 

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