Outros dois navios de expedição estão a caminho do Rio de Janeiro. Após o Boreal e o Austral utilizarem o porto carioca para encerrar sua operação comercial, o Ocean Atlantic e o Ocean Endeavour podem realizar operação semelhante.
Realizando temporada na Antártica nos últimos meses, os navios parecem ter apenas suas tripulações a bordo.
Construídos na década de 80, os navios são gêmeos, apesar de serem operados por diferentes companhias. De herança soviética, as embarcações tem capacidade para cerca de 200 passageiros cada e foram, originalmente, car ferries na antiga URSS.
Originalmente chamado Konstantin Chernenko, o Ocean Atlantic é operado pela Albatros Expeditions. Já o Ocean Endeavour é parte da frota da Quark Expeditions e foi chamado, a princípio, Konstantin Simonov.
Ocean Endeavour
O Ocean Endeavour foi um dos últimos navios a conseguir desembarcar seus passageiros em Ushuaia, na Argentina. O navio da Quark Expeditions iniciado seu cruzeiro no mesmo porto, no dia 8 de março.
No extremo sul do continente americano, o porto costuma ser base para os navios de expedição, mas se fechou para cruzeiros recentemente.
Atenta ao cenário político argentino, a Quark se antecipou ao fechamento, retornando à Ushuaia antes do previsto e evitando ter seus passageiros presos a bordo. O governo local autorizou a atracação do Endeavour no dia 16, mas exigiu um período de quarentena antes de permitir desembarque.
Dessa forma, os hóspedes seguiram a bordo até o dia 23 de março, quando foram autorizados a deixar o navio e seguir viagem.
Agora, segundo o AIS, o Ocean Endeavour se dirige ao Porto do Rio de Janeiro. Sua chegada está prevista para a manhã do dia 5 de abril. O navio tem capacidade para 124 tripulantes.
Ocean Atlantic
Já o Ocean Atlantic deve chegar ao Rio cerca de 24 horas depois, na manhã do dia 6 de abril. O navio da Albatros Expeditions encerrou seu último cruzeiro recentemente em Montevideo, no Uruguai.
A operação foi mais conturbada que a do Endeavour. O último grupo passageiros só conseguiu deixar o navio na manhã de ontem. Em sua maioria australianos, os hóspedes foram levados diretamente para o aeroporto de Montevideo, de onde seguiram para seus países de origem.
Os voos foram organizados pela Albatros, em parceria com governos, mas tiveram seu custo repassado aos passageiros. Alguns chegaram a ter que desembolsar US$ 4.500 para poder embarcar nos aviões e ir para casa.
Originalmente, a viagem deveria ter sido encerrada na Argentina, ainda no dia 21. No entando, na data, as autoridades argentinas não autorizaram a operação do Ocean Atlantic.
Desde então, o navio vinha fundeado no Rio da Prata, aguardando autorização do governo uruguaio para desembarcar seus hóspedes.
Greg Mortimer segue fundeado em Montevideo com passageiros
Em situação similar à do Ocean Atlantic, o Greg Mortimer segue aguardando autorização para desembarcar seus passageiros no Uruguai. O navio da Aurora Expeditions está fundeado em frente ao Porto de Montevideo há mais de uma semana.
Entre os hóspedes da embarcação, que também realizava cruzeiro à Antártica, cerca de seis pessoas apresentaram sintomas similares ao do novo coronavírus. Apesar de testes para a COVID-19 terem dado negativo, o governo uruguaio afirmou que só irá autorizar desembarque após um período de quarentena, de acordo com a ABC News.
As autoridades sul-americanas querem que todos a bordo passem 14 dias sem ter febre antes de recebê-los em Montevideo.
Os passageiros estão confinados em suas cabines desde o dia 22 de março.
Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Albatros, Quark e Ulstein