Impressões: De volta ao Splendour – Parte 2

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Para ver mais fotos do interior do Splendour, clique aqui

Já havíamos estado a bordo do Splendour em 2009, e retornamos no final do ano passado para conhecer o “novo navio”, após a reforma de 2011. Esta é a segunda parte do especial sobre o tradicional navio, que mais uma vez retorna ao Brasil em 2014/2015. Para ver a primeira parte, clique aqui

Chops Grille no Viking Crown

Culinária e Refeições a bordo

The King & I

O Splendour costumava ter uma configuração bem tradicional no quesito culinário. Eram dois restaurantes, o principal, The King & I, e o Windjammer Café, buffet da área da piscina. Ambos funcionavam nas três refeições, e em todos os dias. Além disso, na área do Solarium, o pequeno Solarium Café servia durante a tarde os famosos snacks: hamburgers, hot dogs, fritas e outros. Hoje não é mais assim; os dois restaurantes tradicionais continuam funcionando da mesma forma, entretanto, foram criadas diversas alternativas para quem queira uma experiência diferente. Dois novos restaurantes de especialidade foram acrescentados: o tradicional Chops Grille, presente em praticamente toda a frota da Royal Caribbean e que tem como principal atração em seu menu as carnes nobres, e o Izumi, especializado em culinária oriental, e que apareceu pela primeira vez no Radiance of the Seas, após o navio ser revitalizado há alguns anos. Estes dois restaurantes não estão incluídos no valor do cruzeiro, e funcionam no sistema à la carte.

Boardwalk Dog House

Outras duas alternativas também foram acrescentadas, mas no sistema de buffet, e incluídas no valor: o Park Café, criado na área do antigo Solarium Café, e que serve opções saudáveis de café da manhã, almoço e lanche da tarde, e o Boardwalk Dog House, especializado em cachorros quentes na área da piscina principal e que funciona durante a tarde. Além de todas essas novidades, a Royal Caribbean levou para o restaurante principal uma nova experiência, a Chef’s Table. Localizada em uma área isolada dentro do restaurante The King & I, a mesa em questão possui cerca de 10 lugares, e propicia uma experiência gourmet exclusiva, elaborada pelo chef do navio.

Cabines e Acomodações

Interior de uma das suítes do deck 8

Um dos diferenciais da Royal Caribbean é a variedade de tipos de cabine. Enquanto algumas companhias possuem cabines idênticas na maioria das categorias, a armadora norte-americana tem cabines de todos os tipos, das gigantes Royal Suites, às pequenas (mas funcionais) cabines internas. O Splendour não é exceção; são quatro principais divisões: cabines internas, cabines externas, cabines externas com varanda e suítes. Existem diversas subdivisões dentro destas categorias, as suítes por exemplo, existem em sete tipos diferentes, das Junior Suites à Royal Suite, que possui 93 m² de área interna. O destaque fica para as cabines criadas na recente reforma em áreas que antes era ocupada por espaços públicos. Essas são enquadradas em uma nova categoria, e possuem uma parede de vidro panorâmica. Todas as cabines possuem banheiro, ar condicionado, sofá, escrivaninha, secador de cabelos e mini-bar (entretanto só as de categoria mais elevada possuem um frigobar). Acomodam de dois a quatro passageiros, em camas que podem ser configuradas de acordo com o passageiro, em camas de solteiro ou casal.

Roteiros

Puerto Madero, em Buenos Aires. 

Fará o último embarque no Brasil no final de Abril. Até lá, realizará roteiros de sete noites com destino ao Prata: Argentina e Uruguai, além de mini-cruzeiros e alguns roteiros ao nordeste. Sempre fazendo embarques em Santos, escala Punta del Este, Montevideo e Buenos Aires, nas viagens rumo sul; e Rio de Janeiro, Ilhéus, Salvador e Búzios, nas rumo ao nordeste. Durante a temporada europeia, de maio a novembro, embarca em Veneza, e realiza roteiros semanais às Ilhas Gregas e Turquia, escalando também a Croácia e Montenegro. Já tem seu retorno em 2014/2015 confirmado, para roteiros bem semelhantes aos da temporada atual. Em 2015/2016, no entanto, pode retornar ao Caribe, após quase dez anos dedicado à América do Sul. Ainda sem roteiros confirmados para a época, poderá também fazer temporada inaugural no Dubai. No Brasil, será substituído pelo Rhapsody of the Seas, também da classe Vision.

Top Hat Lounge

Pontos Altos

Centrum
  • O Splendour of the Seas é um caso único na América do Sul, de navio que tem história da região, e identificação com o mercado. Todos que conhecem um pouco do mercado já ouviram falar nele; é um dos raros casos atuais de “navio com alma”, que opera no Brasil há cerca de 10 anos.
  • Apesar de ser considerado um navio de grande porte, o Splendour é menor do que a maioria dos navios que atualmente vem ao Brasil. Com seus 2,000 passageiros, une o melhor dos navios grandes ao melhor dos navios pequenos; com atrações de navios grandes e o nível e intimidade de navios menores. 
  • A Royal Caribbean, como companhia, oferece uma experiência superior àquela oferecida pelas outras companhias que atuam no país. A diferença é clara em alguns sentidos, e exemplificada pela questão das bebidas. Enquanto no Splendour alguns sucos e bebidas (não alcoólicas) estão incluídas durante todo o dia, nas outras companhias, somente água está disponível fora do café da manhã, todas as outras bebidas são pagas. 
Jacuzzi no Solarium
  • A abrangente reforma recente, deixou o navio mais moderno e completo. Atualmente conta com diversas opções gastronômicas, e diversas novidades no entretenimento. Também foram trazidos ao navio elementos que fizeram sucesso nos navios da classe Oasis, como as telas touch-screen espalhadas pelo navio e que, entre diversas outras utilidades, trazem informações sobre localização e atividades.
  • A grande quantidade de opções gastronômicas, que nesse momento é única no Brasil. São ao todo sete diferentes opções, entre restaurantes, lanchonetes e o Chef’s Table. Outra notícia boa, é que grande parcela destas opções estão incluídas na tarifa do cruzeiro.
  • Com a classe Vision, a Royal Caribbean antecipou o design moderno para os navios de cruzeiro, com suas grandes janelas de vidro, e vãos abertos. Por isso, apesar de ser “maior de idade”, é um navio muito atual, que combina os melhores elementos dos navios mais tradicionais com os mais modernos. Viajar no Splendour é ter uma experiência mais tradicional, sem, no entanto, abrir mão de elementos mais modernos da indústria, como uma parede de escalada. 
  • Parte da frota mais tradicional da Royal Caribbean, o Splendour é parte da história da companhia, e exemplifica o produto oferecido pela empresa antes das Royal Promenades e Central Parks. Seu projeto, mais tarde, foi base para o desenvolvimento dos outros navios da companhia, que possuem versões evoluídas de espaços como o Solarium. 

Pontos Baixos

Celestium, no Centrum original. 
  • A reforma do final de 2011 é um ponto positivo, mas também tem seus aspectos negativos. Enquanto tornou-se atual, o Splendour perdeu muito da sua identidade original. A transformação é simbólica, especialmente no Centrum, que foi totalmente revisto, e perdeu sua inconfundível escultura “Celestium”, liberando espaço para os shows aéreos que agora são encenados na área.
  • Outro dos pontos negativos tem relação direta com a reforma: o Viking Crown Lounge, que até então era uma grande boate, com diversos ambientes e até mesmo um piano bar em deles, passou agora a ser um aglomerado de espaços, com dois restaurantes e a boate propriamente dita. Aparentemente não falta espaço para os três, mas a combinação nightclub/churrascaria/restaurante oriental, separados por apenas alguns metros, não nos parece ideal. 
  • Mais um ponto baixo relacionado com a reforma, é a retirada de áreas públicas no Centrum para a colocação de novas cabines. Estendendo-se por sete andares, o átrio principal Centrum, possuía seis varandas nos mais altos, com diferentes áreas públicas, ocupadas por atrações como internet point, biblioteca e photoshop. Todas possuíam ou paredes de vidro, ou grandes janelas, voltadas ao lado externo do navio. Destas seis, apenas três continuam públicas após a reforma, as outras três foram fechadas e transformadas em cabines externas panorâmicas. Em si, as cabines são interessantes (que tal uma cabine com janela que vai do piso ao teto?), mas significaram a ampliação do número de pessoas a bordo, e a diminuição dos espaços públicos. As atrações que antes ficavam nas três varandas modificadas, foram transferidas para outras áreas do navio, como o Top Hat Lounge.
Crown & Anchor Study, um dos espaços que deu lugar
a novas cabines no Centrum. 
  • A maior quantidade de opções gastronômicas tem seus dois lados. Uma parte dos novos restaurantes demanda o pagamento de algum tipo de tarifa pelo seu uso. Dessa forma, o gasto a bordo acaba sendo maior para quem opta por conhecer os novos espaços culinários do navio. Entretanto, continua sendo possível alimentar-se sem gasto algum nos restaurantes incluídos na tarifa.
  • A Royal Caribbean não disponibiliza mais aos seus passageiros pequenas amenidades como papel de carta e caneta. Também foram extintos os deck plans, chocolates que eram distribuídos nas cabines nas noites de gala e o catálogo de benefícios para os membros do Crown & Anchor Society (que agora é virtual). Apesar de serem em sua maioria ecológicas, as medidas parecem esconder uma vontade de economizar gastos e aumentar o lucro, por parte da companhia. 



Conclusão Final

O belo teatro 42th Street

Viajar no Splendour foi, e continua sendo uma experiência única. O produto oferecido pelo navio é superior ao da maioria das companhias que atuam no mercado brasileiro, podendo ser classificado como mais luxuoso e mais tradicional. Ainda assim, como exemplificamos, o reformado Splendour oferece muitas das atrações dos navios mais modernos, e graças a um projeto inovador em sua época de lançamento, é ainda muito atual. Com a reforma realizada no final de 2011, ficou mais moderno, e ainda deve navegar pela Royal Caribbean por muitos anos, oferecendo seus cruzeiros que unem o melhor do mundo dos navios menores e mais tradicionais, e do mundo dos gigantes resort ships. Quem já conhece o navio anterior a reforma, ficará surpreso ao voltar a pisar em seus decks, e quem não o conhece irá ter suas expectativas atendidas ou mesmo superadas.

Para mais fotos do interior do navio, clique aqui


Para ver a primeira parte do especial, clique aqui
Observamos que este artigo não tem nenhuma relação com nenhuma companhia ou agência de viagens, é apenas a percepção de nossa estada a bordo. Os dados aqui postados, tem como fonte material fornecido a bordo e catálogos das companhias, que podem ser modificados com o tempo. Horários, valores, e informações sobre bandas e shows podem ter sofrido alterações. 


Texto e Imagens (©) Copyrights Daniel Capella.
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2 Comentários

  1. Soube que a comida está muito boa, o último navio que jantei bem foi o Grand Holiday em 2010. A fase MSC não está fácil.
    Eduardo

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