O Queen Mary 2 (na foto acima) é o único real transatlântico construído no milênio atual. Apesar de por vezes ser (erroneamente) utilizado para referir-se a navios de cruzeiro, o termo transatlântico significa algo consideravelmente diferente. Um navio de cruzeiros é projetado para viagens de lazer, calmas e com clima favorável. É o tipo de viagem que costumamos fazer a bordo dos navios atuais, em que a embarcação é também o destino, e não só o meio de transporte para um local.
Já um transatlântico representa um conceito totalmente oposto e quase ultrapassado. Trata-se também de um navio de passageiros que pode eventualmente realizar cruzeiros, mas que é projetado para, e tem como vocação, um tipo de viagem bem diferente. Os transatlânticos são os navios do passado, que faziam transporte de passageiros intercontinental em rotas regulares. Aqueles que traziam imigrantes da Europa para o Brasil, Ásia, EUA e Oceania.
São navios projetados para cumprir linhas entre um destino e outro, e que tem seu projeto baseado para navegar mesmo em tempo ruim, já que as rotas devem ser cumpridas a qualquer custo. São navios confortáveis, as vezes até mesmo luxuosos, mas que, por serem meio de transporte, e não destino final, diferenciam-se dos navios de cruzeiros no que diz respeito a atrações a bordo. Toboáguas, simuladores de surfe, grandes piscinas, bares com robôs e outras coisas dessa natureza, cada vez mais comuns nos cruzeiros, dificilmente estarão a bordo de transatlânticos.
O Titanic, o Eugenio C, o Santa Cruz, o Conte Grande; estão entre os mais famosos transatlânticos para o povo brasileiro. Atualmente, esse tipo de navio está em extinção, com apenas um grande transatlântico ainda está na ativa e realizando viagens comerciais: o Queen Mary 2.
Queen Mary 2 – o transatlântico do século 21
O Queen Mary 2 é uma grande exceção, foi inaugurado nos anos 2000, décadas depois da construção do último, quando acreditava-se que esse tipo de viagem e navio sumiriam por completo.
Conhecido também como QM2, o navio é o flagship da Cunard Line, um armador com quase 200 anos de história, e que operou alguns dos mais famosos transatlânticos do mundo, incluindo o Queen Mary original, o Queen Elizabeth e o Queen Elizabeth 2.
A companhia é hoje parte do grupo Carnival, empresa fundada por Ted Arison, e que atualmente controla mais da metade do mercado de cruzeiros mundial, com dez diferentes marcas. No final dos anos 90, a Cunard estava em apuros, próxima de declarar falência quando Micky Arison tomou a decisão de comprá-la. Micky é filho de Ted Arison, e à época, presidia o grupo Carnival.
Toda a operação surgiu de um momento de incrível casualidade. Após assistir matéria na TV sobre os problemas da empresa britânica, o executivo ficou sensibilizado e decidiu estudar a sua compra.
Pouco depois de fechar o negócio, a Carnival tomou a decisão de construir o QM2, e reuniu uma equipe de especialistas para a construção do primeiro transatlântico do século 21. Maior e mais moderno que seus antecessores, foi inaugurado em 2004, com o objetivo de substituir o Queen Elizabeth 2, dos anos 60.
Hoje, é responsável pela linha entre Nova Iorque e Southampton, na Inglaterra, realizando a rota cerca de 30 vezes por ano. Cada uma das travessias leva cerca de uma semana, por vezes com algumas escalas adicionais em locais como Halifax, no Canadá.
No vídeo a baixo (em inglês), produzido para a Cunard, Micky Arison conta os bastidores da decisão que levaram sua equipe a comprar a empresa e a lançar o projeto do QM2:
Em 1966 viajei com minha filha que tinha apenas 6 aninhos,o navio era da Mala Real Inglesa lindíssimo até hoje tenho os Menus que fazem parte da minha coleção. Saudades de viajar nestes Transatlânticos.
Gilvanete Barboza de Medeiros RJ BRASIL