Sem atuar desde 2017, a Swan Hellenic voltará a oferecer cruzeiros em 2021. A tradicional companhia de cruzeiros de origem britânica está sendo relançada por um grupo de investidores independentes.
Nessa nova fase, a marca oferecerá cruzeiros de expedição com três navios novos. Os dois primeiros terão capacidade para 152 passageiros cada, já tem nome e estão em construção na Finlândia. O SH Minerva entra em operação em Dezembro de 2021, enquanto o SH Vega chega em Abril de 2022.
Um terceiro navio, ligeiramente maior, entra em operação no final de 2022 e ainda não tem nome.
Os três oferecerão uma experiência premium que os aproxima da categoria de luxo. Com interiores projetados pelo célebre escritório Tillberg Design da Suécia, apresentarão estilo escandinavo com cores claras e móveis sob medida.
Como diferencial, terão casco resistente a gelo de categoria PC5, o que permite permanecer mais tempo em regiões polares, indo também mais longe nos destinos. Além disso, tem alto número de tripulantes em relação ao número de hóspedes – são 120 funcionários para servir os 152 hóspedes.
A nova Swan Hellenic tem sede no Chipre, além de um escritório operacional em Mônaco. Escritórios comerciais também foram abertos na Alemanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Confira imagens dos interiores dos novos navios:
Marca tem mais de 70 anos de história
Apesar de ter uma história errática, a Swan Hellenic é uma das companhias de cruzeiro mais antigas da atualidade. Fundada nos anos 1950, a marca surgiu como um operador de viagens com foco em cultura e história.
Fretando navios desde os primórdios de sua atuação, a empresa costumava oferecer cruzeiros por regiões de interesse histórico, incluindo o Mediterrâneo e a Terra Santa. O destaque das viagens era o enriquecimento cultural, já que a companhia organizava também palestras e eventos educacionais tanto a bordo como nos destinos
Em 1983, a empresa foi comprada pela inglesa P&O Cruises, que a manteve como uma marca independente de frota própria. Depois, quando a própria P&O foi adquirida pela Carnival Corporation, a Swan Hellenic também passou a ser parte do grupo – que é o maior operador de cruzeiros do mundo.
Na ocasião, a empresa operou o maior navio de sua história, o Minerva II. Construído para a Renaissance Cruises, o navio era parte da famosa classe R e tinha capacidade para até 600 passageiros, o dobro do Minerva I, até então operado pela Swan Hellenic.
Em 2007, a Carnival Corporation decidiu encerrar a marca, transferindo seu único navio para a frota da Princess Cruises.
Grupo All Leisure e falência
Pouco tempo depois de deixar de operar, a Swan Hellenic foi vendida para o Grupo All Leisure, do Reino Unido. A empresa inglesa já atuava no segmento de cruzeiros com a Voyages of Discovery e a Hebridean Island Cruises e acabou relançando a Swan Hellenic em 2008.
Com a volta do Minerva I, a empresa atuou em diversos destinos mundiais durante quase dez anos. Em 2017, no entanto, o Grupo All Leisure acabou entrando em recuperação judicial e toda sua operação foi suspensa.
Para levantar fundos, os administradores venderam os ativos da empresa, incluindo a marca Swan Hellenic. Apenas um mês depois da falência, a companhia foi comprada pela G Adventures, operadora de cruzeiros de expedição canadense.
Já o Minerva, que foi vendido separadamente, foi comprado por terceiros. O navio, inclusive, está fora de serviço desde então, ainda com seu nome inalterado.
A G Adventures chegou a anunciar que passaria a operar com a Swan Hellenic em 2018, mas os planos não foram realizados. Em vez disso, a marca acabou mais uma vez vendida no final de 2019. Os compradores são os investidores que agora relançam a companhia.
Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Swan Hellenic e Ian Boyle