Com informações de Anthony Nicholas em travelswithanthony.
No próximo mês de janeiro, o Sovereign completa 30 anos de operação nos mares do mundo. Encomendado pela Royal Caribbean International, o navio foi finalizado em dezembro de 1987. No dia 12 daquele mês, partiu de St. Nazaire, cidade onde foi construído, rumo a Miami, seu primeiro porto-base.
Então maior navio de cruzeiros do mundo, o Sovereign of the Seas havia sido finalizado pelo estaleiro francês Chantiers de l’Atlantique. Um dos mais famosos estaleiros do mundo, o Chantiers já havia entregue outros navios célebres como o Normandie e o SS France, e mais tarde construiria outras embarcações famosas como o Queen Mary 2 e o Splendour of the Seas.
O Sovereign, no entanto, não foi entregue completo. A bordo, uma equipe de funcionários seguiu para finalizar algumas áreas públicas e deixar o navio preparado para sua estréia na América do Norte. Com tudo pronto, o navio partiu em cruzeiro inaugural no dia 16 de janeiro de 1988.
Com 73,192 toneladas, o navio ficou responsável pelos roteiros alternados entre Caribe Oeste e Caribe Leste, a partir do porto de Miami.
Inovador, o Sovereign of the Seas introduziu vários conceitos ainda hoje utilizados pelos navios, incluindo os átrios grandes com elevadores panorâmicos, e o foco maior nas áreas públicas do que nas cabines. As cabines do Sovereign, inclusive, são todas localizadas na área frontal do navio.
Com base no design de ferries da década de 80, a Royal Caribbean International desenvolveu o projeto do navio de forma a separar as áreas públicas das cabines de modo vertical, e não horizontal como é padrão. Assim, todas as acomodações estão localizadas nos dois terços frontais da embarcação, enquanto as áreas públicas ocupam o último terço, na popa.
A lógica utilizada foi a de que dessa forma, o barulho dos motores e das próprias áreas públicas não seria tão prejudicial para as cabines como em alguns dos navios.
O slogan da Royal Caribbean na época era “Get Out There”, ou “Vá lá”, em tradução livre. Assim, as cabines foram projetadas para serem práticas e confortáveis, mas também simples e básicas. O objetivo da companhia era que o seu passageiro passasse a maior parte do tempo nas áreas públicas. Ou seja, get out there para o casino, lojas, lounges e bares.
Para conferir imagens dos interiores do Sovereign, clique aqui.
Em 1991 o Sovereign ganhou seu primeiro gêmeo, o Monarch of the Seas. Em 1992, o segundo, Majesty of the Seas. Cada um dos navios tem capacidade para cerca de 2,700 passageiros em ocupação máxima. O número é significativo ainda hoje, navios mais novos como o MSC Armonia ou o Costa Victoria não tem capacidade para tantos hóspedes.
O fim da carreira com a Royal Caribbean e a chegada na Pullmantur
Em meados da década de 90, com a entrada em operação de navios ainda maiores, a Royal Caribbean decidiu dedicar o Sovereign of the Seas a mini-cruzeiros. O navio passou a realizar viagens de 3 e 4 noites. Com destino às Bahamas, partiu de diversos portos norte-americanos, incluindo Port Canaveral, no norte da Flórida.
Em 2008, a companhia decidiu encerrar a carreira do navio sob sua bandeira. Assim, envolveu-o em um negócio com a Pullmantur, marca espanhola então recém-comprada pelo grupo Royal Caribbean. O Sovereign seria transferido para os espanhóis, que cederam dois navios à Celebrity Cruises anteriormente, e precisavam renovar sua frota – que até então contava com tonelagem antiga e ultrapassada.
Assim, em dezembro de 2008 o Sovereign of the Seas estreou sob sua nova companhia, com o nome reduzido a Sovereign, e novas cores na chaminé. Em sua temporada inaugural, navegou no Brasil, com cruzeiros a partir do porto de Santos. Desde então, tem retornado em todas as temporadas locais, oferecendo diversos roteiros a partir de portos nacionais.
Hoje, encontra-se já em águas brasileiras. A partir de deste mês, irá oferecer roteiros de 4 noites rumo a Búzios ou Balneário Camboriú.
Na época do inverno brasileiro, navega pela Europa, em roteiros a partir do porto de Barcelona.
Pouco antes de seu aniversário, o navio foi revitalizado em doca-seca, na Espanha. Ainda que não tenha mais muitos anos de serviço pela frente, o Sovereign segue oferecendo experiências atuais para seus passageiros. Muito por conta de seu projeto moderno e inovador para a época, ainda compete de igual com muitos navios mais novos.
E o mais importante: como um bom navio de cruzeiro, segue oferecendo memórias felizes e inesquecíveis para seus passageiros.
