Navios por Dentro: Celebrity Equinox

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Celebrity Equinox deixa o porto de Civitavecchia, Itália
The Lawn Club: gramado real a bordo

O segundo navio da classe Solstice, da Celebrity Cruises, é o navio do mês na série Navios por Dentro, de Rui Agostinho. O primeiro navio de grandes proporções a ser retratado pela série foi inaugurado em 2009, possui 122,000 toneladas e capacidade para 2,850 passageiros. Com seus gêmeos, é conhecido por ter modificado o design dos navios de cruzeiro, com diversas inovações.

A piscina central com seu deck molhado
 
Inaugurado em agosto de 2009, o Celebrity Equinox é o segundo navio de uma classe de cinco gêmeos entregue pelo estaleiro alemão Meyer Werft para a Celebrity Cruises entre 2008 e 2012. Junto ao Solstice, de 2008, e que dá nome a série, o Equinox é o primeiro navio novo construído pela Celebrity em um grande intervalo de tempo. Antes dos dois citados, o último havia sido o Celebrity Constellation (classe Millennium), entregue pelo Chantiers de l’Atlantique em 2002. A classe Solstice é a quarta projetada para a Celebrity Cruises. Anteriormente, a companhia havia construído também os navios da classe Century, e a classe Horizon, além da classe Millennium.
O Solarium, piscina coberta só para adultos. 
Antes de inaugurar novos navios, a Celebrity tinha operado apenas um navio de segunda mão, o Meridian, ex-Galileo Galilei, primeiro navio a operar para a companhia desde a sua fundação em 1988. Os primórdios da companhia são fruto de uma interessante história, que começou como uma improvisação da Chandris Line, um tradicional armador grego, para aproveitar uma oportunidade de negócio nos EUA. A história começa quando a Holland America Line, então independente e em crescimento, comprou a tradicional Home Lines, uma companhia italiana que operava há cerca de 40 anos no mercado premium dos EUA com navios como o Oceanic (que depois operou pela Pullmantur), e o Atlantic (vendido para a MSC e renomeado Melody). 
A classe Solstice trouxe o primeiro gramado real a bordo de um navio de cruzeiros, no Lawn Club. 
Apesar de sediada em Gênova, a Home Lines era uma companhia internacional, e operava cruzeiros desde Nova Iorque para as Bermudas, em um roteiro regular, conhecidos pela sua qualidade e considerados upmarket. Na época a operação era bastante lucrativa, e regularizada pelo governo das Bermudas, que havia feito cinco contratos com operadoras de cruzeiros. Quem os assinasse, teria direito a prioridade na atracação nos portos do país, e trânsito ilimitado entre as ilhas. Em troca disso, a empresa se comprometeria a basear um navio na região pelo menos entre abril e outubro de cada ano. A Home Lines possuía dois dos cinco contratos cedidos pelo governo, e assim que foi adquirida pela Holland America Line, abandonou o roteiro, abrindo assim espaço para uma nova operadora. A Chandris Line se interessou na oportunidade, e procurou negociar com o governo das Bermudas para operar na área.
Áreas externas nos decks superiores.
Porém, irredutível, o governo das ilhas procurava firmar novos contratos com uma companhia luxuosa, que oferecesse produto semelhante ao da Home Lines. Não era o caso da Chandris, que operava apenas antigos liners, boa parte deles construídos na década de 70 e 60. Os gregos no entanto, não queriam perder a oportunidade de negócio, e articulou a criação de uma nova companhia para atender aos padrões exigidos para o contrato. Assim surgiu a Celebrity Cruises, criada como companhia premium pela Chandris para operar inicialmente nas Bermuda, aproveitando a lacuna deixada pela Home Lines.
Academia anexa ao Aqua Spa
O primeiro navio, Meridian entrou em operação em 1990, após passar por uma grande reforma que adaptou-o ao conceito da companhia. Neste mesmo ano, o Horizon, navio que já estava sendo construído para a Chandris, foi transferido e inaugurado pela Celebrity, seguido de um segundo navio, o Zenith, dois anos depois. Ainda sob controle da Chandris, e com cinco navios na frota, a companhia acabou ganhando uma proporção muito maior depois, para mais tarde, em 1997 ser vendida para a Royal Caribbean. A partir daí a empresa ganhou ainda mais destaque, e internacionalizou seus roteiros, passando a navegar, inclusive, na América do Sul e Brasil. Após a venda para a Royal Caribbean, a empresa intensificou o aumento da frota, que já estava ocorrendo com a classe Century no controle da Chandris, o que resultou nos quatro novos navios da classe Millennium, projetados como uma versão maior e mais moderna da Century.
A maior preocupação da companhia sempre foi oferecer um produto diferenciado, de nível mais alto que o comum, um cruzeiro premium. Hoje, a companhia tem uma filosofia de negócio bem particular, e de certa forma sintetizada com o “Modern Luxury”, uma marca da empresa. Esse é um fator que se reflete no design dos navios, projetados para uma experiência mais luxuosa e tradicional. Diferente da Royal Caribbean, que busca sempre trazer novas atrações aos navios, de forma mais informal e descontraída, com inovações como o simulador de surfe FlowRider, ou o North Star, que estará disponível no novo Quantum of the Seas e levará os passageiros a 270 metros a cima do mar, em uma plataforma suspensa. A Celebrity também oferece inovações, mas de forma diferente, como sintetizado pelo Lawn Club, a primeira experiência em grande escala com vegetação real a bordo de um navio. Introduzido pelo Celebrity Solstice em 2008, e também presente no Celebrity Equinox, o espaço antecipou o Central Park, um pequeno parque com plantas no interior do navio da Royal Caribbean. 
Destaque também do Equinox, a área se localiza na popa, entre as chaminés do navio, e tem múltiplas utilidades. Os passageiros podem optar por tomar sol na relva, fazer um piquenique, jogar críquete, uma caminhada ou simplesmente relaxar sobre a grama, no espaço que é aberto a todos no navio. Quem estiver disposta a gastar um pouco mais pode reservar uma das lounge chairs do local, pagando uma tarifa, e usá-la com exclusividade durante o período que contratou o serviço. Também nesta área fica o Hot Glass Show, outra inovação introduzida pela classe Solstice, uma apresentação de profissionais vidraceiros com elaboração de objetos de vidro e cristal ao vivo. Esse espaço, que foi substituído nos últimos dois navios da classe por dois restaurantes, também inclui um pequeno museu.
Tuscan Grille
O vidro tem destaque também em outro aspecto a bordo. Assim como boa parte dos navios construídos pelo grupo Royal Caribbean, o Equinox possui grande quantidade de áreas envidraçadas, em seus ambientes, que acabam sendo iluminados naturalmente durante o dia. O espaço com maior quantidade de vidro, é sem dúvidas o Solarium, piscina coberta, e exclusiva para adultos, coberta por um telhado de vidro. Outra característica do Celebrity Equinox digna de nota, é a quantidade de restaurantes e a culinária a bordo. O navio tem cerca de 10 diferentes restaurantes, alguns com especialidades, como o Tuscan Grille, de comida italiana. Possui também o Blu, exclusivo para os passageiros das cabines da categoria AquaClass. Uma diferença notável entre o Equinox, é a relação passageiro/espaço. Enquanto os grandes navios que fazem temporadas no Brasil costumam ter cerca de 110,000 e por vezes carregam mais de 4,000 passageiros, o Celebrity Equinox possui 122,000 toneladas e tem capacidade para “apenas” 2,850 passageiros em ocupação máxima. 
Construído pelo estaleiro alemão Meyer Werft, o Solcite e o Equinox representaram a volta da Celebrity ao estaleiro alemão. Os dois primeiros navios entregues para a companhia, Zenith e Horizon, além da classe Century, haviam também sido construídos por este estaleiro, enquanto todos os outros entregues em seguida; os navios que compõem a classe Millennium, tomaram forma no Chantiers de l’Atlantique, atual STX Europe, em Saint Nazaire, França. Entrou em operação em 2009, possui capacidade para 2,850 passageiros em ocupação máxima, e 122,000 toneladas. As fotos são de Rui Agostinho, feitas a bordo durante visita em Lisboa, na ocasião de sua escala inaugural na capital portuguesa, em agosto de 2009.
Restaurante Blu
Entrada do Tuscan Grille
Texto (©) Copyright Daniel Capella.
Imagens (©) Copyright Rui Minas Agostinho.
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