A Costa Crociere anunciou hoje que seu mais antigo navio deixará a frota em 2018. Operando para a companhia italiana desde que foi inaugurado em 1991, o Costa neoClassica foi vendido e será substituído na Europa pelo Costa Victoria, que retorna da China.
Após 27 anos o Costa neoClassica deixará a frota da Costa Crociere em março de 2018. O anúncio foi feito hoje pela companhia, que afirmou ter vendido a embarcação a um comprador não revelado.
O Classica é o navio que opera pela companhia italiana há mais tempo, e também o mais antigo da frota, tendo sido inaugurado em 1991. Gêmeo do Costa Romantica, foi projetado pela companhia sob supervisão da própria família Costa – que fundou a empresa nos anos 1850 e até então ainda a controlava.
Construído pelo estaleiro italiano Fincantieri, foi o navio de cruzeiros mais caro da história na época de sua encomenda. Projetado por arquitetos navais tradicionais, foi pensado de forma a incorporar características e o estilo dos grandes transatlânticos da Costa no passado, como o Eugenio C, talvez o mais famoso navio da marca Costa de todos os tempos.
Com capacidade para cerca de 1,800 passageiros em capacidade máxima, possui decoração tradicional e elegante e foi idealizado também para cruzeiros de alto padrão. Em seus primeiros anos de operação, chegou a servir o mercado norte-americano, operando no segmento premium.
Os cruzeiros rumo ao Caribe partiam da Flórida, e eram voltados especialmente aos estadunidenses. Hoje, a operação da Costa na região é voltada quase totalmente aos mercados europeus.
Além do Caribe e da Europa, o navio realizou também três temporadas na América do Sul, servindo o mercado brasileiro. Por aqui, estreou na temporada 2001/2002, em estação que também contou com o Costa Tropicale e o Costa Allegra. A despedida aconteceu na temporada 2007/2008, quando realizou roteiros mais longos e exóticos a partir dos portos de Santos e Rio de Janeiro. Ainda realizou uma terceira temporada nacional, em 2002/2003.
Foi também importante para a operação da Costa Crociere na Ásia, tendo sido um dos primeiros navios da companhia a ser dedicado exclusivamente aos mercados locais do Extremo Oriente. Ficou por lá entre 2009 e 2012.
Após retornar para a Europa foi incorporado no conceito neoCollection e mais tarde ganhou o prefixo neo em seu nome. Com o encerramento do produto premium no ano passado, voltou a explorar novos destinos, se tornando o primeiro navio Costa a realizar cruzeiros a partir da Índia. Novidade da companhia para a temporada 2016/2017, os roteiros partiram de Mumbai, uma das maiores cidades do país.
É nessa cidade que encerrará sua última temporada pela companhia italiana. Em 10 de março, após uma segunda temporada navegando entre a Índia e as Maldivas, será descomissionado e estará oficialmente fora da frota Costa.
Seu futuro está em aberto.
Se suas características tradicionais, e a herança dos transatlânticos do passado, foram seu trunfo durante a maior parte da carreira, hoje podem ser um problema e limitam seus possíveis compradores. Com a Costa se recusando a revelar o destino do navio, especula-se que companhias voltadas a um público mais maduro como as inglesas CMV e Fred. Olsen, ou a alemã Phoenix Reisen possam ter adquirido-o.
Costa Victoria assume roteiros a partir de Junho
Apesar da venda, a Costa manterá a oferta na Europa. Para isso, contará com o retorno do Costa Victoria, que vinha navegando na China desde 2012. Maior que o Costa neoClassica, o navio passará a navegar no Mediterrâneo, substituindo-o indiretamente.
Um terceiro navio, o Costa neoRiviera assume os roteiros do Classica a partir de Bari, rumo as Ilhas Gregas, enquanto o Victoria entra no lugar deste, mantendo os itinerários já anunciados inalterados.
Os roteiros inicialmente previstos para o neoRiviera – agora realizados pelo Victoria – partem do porto de Savona, na Itália. Navegando pelas Ilhas Bellares, o navio escalará Olbia, Minorca, Ibiza (com pernoite), Palma de Mallorca e Tarragona (também com pernoite).
Antes de iniciar seus novos roteiros na Europa, o Costa Victoria passará por doca-seca em Marselha. Além de manutenção periódica, o navio deve passar por uma atualização e adaptação ao mercado europeu.
Texto (©) Copyright Daniel Capella | Imagens (©) Copyright Rui Agostinho e Daniel Capella.