Belle Amazon volta a navegar na Amazônia após reforma

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Oferecendo cruzeiros na região do Amazonas, o Belle Amazon voltou a navegar após quatro meses parado. A embarcação passou por reforma em um estaleiro de Alter do Chão, distrito situado a 37 quilômetros de Santarém, no Pará. Antes de voltar às águas, ainda passou por testes de navegação no rio Tapajós.

Com produto boutique de alto padrão, a embarcação tem capacidade para apenas 18 passageiros. O Belle Amazon integra o grupo da Cap Amazon Tropical Marketing, agência de marketing e comunicação, e é operado pela agência de viagens Turismo Consciente – esta última com sede em Alter do Chão.

Originalmente chamado Capitão Oliveira, o barco estreou no rio Negro, em Manaus no início da década de 1990. Hoje, necessita de manutenção a cada quatro ou cinco anos por ser construído 100% de madeira de lei.

No total, a embarcação ficou quatro meses parada no estaleiro. Os motores e tanques de combustível foram revisados e a pintura renovada. Um telefone via satélite também foi instalado, para ligações de emergência.

A madeira do casco também recebeu atenção. Dupla, teve boa parte substituída. A espécie utilizada, itaúba (Mezilaurus itauba), é bastante resistente e natural da região amazônica. A decoração utiliza artesanato original das comunidades amazônicas.

“A reforma visa a segurança da embarcação e o conforto dos passageiros e da tripulação, respeitando sempre o design e a história do barco”, conta o administrador da Cap Amazon, Jean-Philippe Pérol.

No comando da embarcação está o capitão Alan Gilberto Barros Maia, o “Gil”, de 44 anos de idade e mais de 25 anos à frente do timão de navios na Amazônia.

Amazônia Real

Natural de Alter do Chão, Keissi organiza cruzeiros

Partindo de Alter do Chão, o Belle Amazon percorre roteiros regulares e sob medida pelos rios da maior floresta tropical do mundo.

De acordo com a Cap Amazon, os administradores do barco têm uma visão participativa do que é fazer turismo na Amazônia. “Nossos roteiros valorizam o lado cultural, histórico e social das comunidades indígenas, caboclas e quilombolas. Juntas, elas são um dos maiores acervos do turismo na região”, destaca Jean-Philippe Pérol.

A proposta das duas empresas para o passageiro é um intercâmbio ‘respeitoso’ com a floresta, os rios e as populações. “Sempre nas nossas atividades, o turista vê a realidade autêntica e sob múltiplos ângulos e não como uma fakelândia”, compara Pérol.

“A gente faz o contato, pergunta se eles querem receber turistas e, com o sim, aí discutimos juntos as atividades”, explica a gerente de Operações da Turismo Consciente, Keissiane Maduro, a “Keissi”. Natural de Alter do Chão, a gerente tem 34 anos.

Indígena, ela faz parte da etnia borarí, originária da região do rio Tapajós e destaca o diálogo e a parceria com a comunidade na operação do barco. “Não é só a paisagem e as águas, há pessoas também e todos estão integrados”, disse.

A gerente integra a tripulação do Belle Amazon há de dois anos, quando se formou em administração de empresas

Produto de luxo

De acordo com a Cap Amazon, diferencial do navio são áreas públicas amplas

De acordo com a Cap Amazon, o navio oferece um produto de luxo. A bordo do navio, a exclusividade não se traduz em grifes mas em itens como: ar condicionado; a variedade e o sabor da refeições; e o amplo espaço.

Diferente da maioria dos barcos de turismo do mesmo tamanho na região, o Belle Amazon tem uma grande vantagem: o amplo espaço das áreas públicas. Outro destaque são as cabines individuais e com banheiros.

No segundo convés a sala de refeições comporta 18 pessoas; no terceiro, há uma ampla sala de estar, com bar, e uma área externa; e, no quarto e último, um espaço totalmente aberto voltado ao banho de sol, com espreguiçadeiras, e à observação 360 graus a qualquer hora do dia ou da noite.

Culinária Local

Em relação à alimentação, o Belle Amazon vai além da pensão completa. Quando há trilhas ou passeios longos é providenciado um lanche. Todas as tardes, petiscos são servidos junto com água, refrigerantes, sucos, caipirinhas de cachaça e cervejas. Todas as refeições e bebidas estão incluídas na tarifa.

A responsável pela gastronomia é a cozinheira Lilian Lobato, a “Leila”. Nascida em Alter do Chão, ela trabalha há cerca de 20 anos nos barcos amazônicos. “Procuro fazer a comida típica do Pará, que muitos passageiros não conhecem. Por exemplo, o pato no tucupi, o tacacá e o arroz paraense (cozido no tucupi, com camarão, jambu e castanha do pará)”, conta.

O carro-chefe da cozinha são peixes dos rios da Amazônia, como pirarucu, surubim, tambaqui, tucunaré, filhote e dourado. “Mas sempre preparo uma segunda opção de carne bovina ou frango”, pondera Leila.

“Antes do embarque, porém, solicitamos aos passageiros que preencham uma ficha com suas restrições alimentares para evitarmos desconfortos durante a viagem”, destaca Keissi.

Dependo das condições climáticas, há a possibilidade de uma refeição ser servida numa praia fluvial. A preparação inclui a colocação de esteiras com travesseiros e velas.

Próximo cruzeiro em dezembro

A próxima saída regular do Belle Amazon acontece no dia 19 de dezembro. Partindo de Alter do Chão, o barco realiza cruzeiro de 4 noite pelos rios Tapajós e Arapiuns.

Entre outras atividades, o cruzeiro tem como destaque a vivência no cotidiano da maior floresta do planeta. Na programação estão incluídas visitas a comunidades indígenas e ribeirinhas e banhos de rio.

O pacote inclui traslados terrestres (Aeroporto de Santarém/Alter do Chão/Aeroporto de Santarém); quatro diárias de hospedagem em cabines suítes com ar condicionado; pensão completa durante navegação; bebidas selecionadas; passeios e taxas comunitárias de visitação; anfitrião a bordo; e kit de amenities biodegradáveis.

O pacote não inclui passagens aéreas e tem valores que partem de R$ 3.560,00 em cabine tripla.

Texto (©) Copyright Cap Amazon / Imagens (©) Copyright divulgação

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