Nesta manhã (20/4), o Costa Fascinosa voltou a atracar no Porto de Santos. Em quarentena desde março, o navio da Costa Crociere tem alternado períodos atracado no Porto de Santos e ancorado na barra desde então.
De acordo com sua programação original, no entanto, o Fascinosa deixaria o Brasil nesta segunda-feira. Encerrando temporada iniciada em dezembro, o navio partiria de Recife às 13h, seguindo para Santa Cruz de Tenerife, na Espanha.
A capital pernambucana era a última parada brasileira prevista para o itinerário da travessia, que devia ter começado em Santos no último dia 14. Além das duas cidades, o Fascinosa passaria por Rio de Janeiro (15/4), Ilhéus (17/4), Salvador (18/4) e Maceió (19/4).
A viagem completa tinha 19 noites e acabava em Gênova, na Itália, no dia 3 de maio.
Pandemia interrompe temporada
A temporada 2019/2020 deveria ter sido uma das mais maiores e mais longas dos últimos anos, especialmente para a Costa. A companhia italiana havia programado uma estação com dois navios e quase cinco meses de duração, que contava também com cruzeiro de páscoa – algo que não ocorria há, pelo menos, uma década.
A pandemia do novo coronavírus, porém, levou ao cancelamento da parte final da temporada. No dia 13 de março a companhia anunciou que os cruzeiros a bordo do Fascinosa entre os dias 17 daquele mês e 14 de abril deixariam de acontecer.
O Costa Pacifica, que também esteve no Brasil nesta temporada, acabou não sendo afetado imediatamente e nem teve cruzeiros na América do Sul cancelados. Partindo do Rio de Janeiro desde dezembro, o navio havia partido em travessia atlântica no dia 6 de março.
A viagem só fez duas das sete escalas previstas, mas chegou à Europa no final de março como previsto.
Posteriormente, a Costa Crociere acabou cancelando todas as suas operações em âmbito global. Atualmente, a companhia italiana pretende voltar a operar apenas no dia 1º de junho.
Casos a bordo levam a quarentena e mortes
Com os cancelamentos, o Costa Fascinosa encerrou sua temporada brasileira no dia 17 de março. Naquele dia, os passageiros de um mini-cruzeiro de três noites deixaram o navio, que permaneceu atracado em Santos apenas com seus tripulantes.
Dias depois, surgiram os primeiros casos de suspeita de COVID-19 a bordo. Já em terra, passageiros das últimas viagens também acabaram diagnosticados com a doença do novo coronavírus, o que levou a Anvisa à colocar o navio em quarentena.
Originalmente, o isolamento para a tripulação deveria ir até 28 de março. Com a confirmação dos casos a bordo e o surgimento de novos infectados, o período foi ampliado várias vezes. Agora, o navio deve ser liberado apenas no dia 26 de abril.
Desde então, 30 casos de COVID-19 foram confirmados entre os tripulantes que estavam a bordo em 17 de março. Destes, 20 seguem no navio e dez precisaram desembarcar para atendimento hospitalar.
Apesar da quarentena, boa parte da tripulação desembarcou nas últimas semanas. Após realizar exames para a doença, grupos de brasileiros foram autorizados a deixar o navio, assim como filipinos. Todos seguiram diretamente para suas casas, através de viagens fretadas.
No momento, 452 pessoas seguem a bordo. Em condições normais, a tripulação é composta por cerca de 1,100 pessoas.
De acordo com o G1 Santos, dois dos funcionários que desembarcaram para atendimento morreram em hospitais de Santos nos últimos dias. Um deles, é o médico do navio, que tinha 70 anos e era da Itália. Ainda de acordo com o site de notícias, quatro tripulantes seguem internados e um deles se encontra em estado grave.
Texto e Imagem (©) Copyright Daniel Capella