Com 15 navios no Caribe, cinco na Austrália, dois na China e um em Dubai, a Royal Caribbean International não terá navios na América do Sul na temporada 2016/2017. Navegando a partir de portos brasileiros desde 2007/2008, a companhia norte-americana deixará a região após inaugurar dois navios em 2016.


Após se despedir do Splendour of the Seas, e inaugurar o Ovation of the Seas e o Harmony of the Seas durante 2016, a Royal Caribbean (RCI) operará apenas no Caribe, Ásia e Oceania na temporada 2016/2017. Como havíamos previsto já no começo de março, a companhia deve abandonar os roteiros na América do Sul ou ter novidades na região para a temporada em questão.

Os problemas crônicos de infraestrutura e taxação do Brasil e região, e especialmente a situação econômica deteriorada do país parecem ter pesado na decisão da companhia, que não retornará após a partida do Rhapsody of the Seas em abril de 2016. Será a primeira vez desde 2007/2008 que um navio da Royal Caribbean não realiza a temporada local.

Splendour of the Seas, grande navio da companhia no país

Antes, a companhia tinha realizado duas temporadas no país, em 2000/2001 e 2001/2002, quando deixou de operar na região também por problemas operacionais. Na época, no entanto, a principal vilã era a infraestrutura – seu navio, o Splendour of the Seas, não podia atracar em frente ao terminal de passageiros de Santos, por exemplo, por conta de falta de profundidade no berço do terminal. Outro motivo principal era a própria lei de cabotagem, que se, por um lado propiciou a operação de navios de cruzeiro de bandeira estrangeira em viagens de cabotagem, por outro, em sua Resolução Normativa n° 71, obriga o armador a ter em sua tripulação pelo menos 25% de brasileiros, após 31 dias de operação no país.

Sem declaração oficial da Royal Caribbean, não se sabe ao certo quais são os motivos para o novo abandono do país. Levando-se em consideração o atual cenário do mercado brasileiro, no entanto, não é difícil apontar as razões para tal decisão. Em seguidas oportunidades, Ricardo Amaral, vice-presidente regional para América do Sul da RCI, alertou que eram necessárias mudanças no ambiente de negócios para que os cruzeiros se desenvolvessem na região.

Também a frente da ABREMAR até o ano passado, o executivo sempre cobrou o governo por mudanças burocráticas e de taxação para que o os cruzeiros no Brasil permanecessem crescendo como ocorria há alguns anos. Mesmo Adrian Ursilli, da concorrente MSC lançou o mesmo alerta em 2013, durante a inauguração brasileira do MSC Preziosa. Segundo ele, o mercado de cruzeiros atualmente é global, e as companhias procuram as áreas que são mais vantajosas operacional e financeiramente para elas. Chamou os problemas enfrentados no país de “Custo Brasil” e disse que para a MSC a operação regional ainda era vantajosa, mas também pediu mudanças para que sua companhia continue operando em peso na região, como faz atualmente.

Rhapsody of the Seas

Apesar de público amplo, que em geral lota os navios durante a temporada regional, pagando preços que são, inclusive, mais altos que em outros destinos ao redor do mundo, o Brasil não gera o lucro esperado para as empresas devido a seus problemas. Com um custo operacional 40% mais alto que em qualquer outro destino, a operação brasileira acaba não sendo vantajosa financeiramente para as companhias, o que faz com que os navios sejam destinados a outras regiões do planeta como o Caribe. Digamos que a Royal Caribbean resolva dedicar um navio que estava no Brasil a roteiros no Caribe. Ainda que a demanda venha a ser menor por lá, e a ocupação seja mais baixa do que seria no Brasil, os custos de operação significantemente menores na América Central, fazem com que, virtualmente, ao menos, essa operação seja mais lucrativa do que a brasileira..

A temporada de despedida da Royal Caribbean no Brasil, ironicamente terá a primeira novidade da companhia na região desde 2009/2010. Substituindo o Splendour of the Seas, o Rhapsody of the Seas virá ao país pela primeira vez em dezembro de 2015, e operará a partir de Santos até meados de fevereiro de 2016. Em seguida, opera na Patagônia e Terra do Fogo até abril, quando parte para a Europa.

 Texto (©) Copyright Daniel Capella. 
Imagens (©) Copyright Daniel Capella e Royal Caribbean.

6 Comentários

  1. Bem feito!
    Temporada brasileira é uma bosta.
    Os brasileirinhos vão ter que se contentar em trabalhar na Costa, MSC e ganhar mal.

  2. so se for vc cabaço que mal fala o português … pq eu trabalho a anos na disney e mtos amigos brasileiros tb operam em cias top detalheee somos todos brasileiros… mas a parte capaz do país 😉 babaca

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