Tivemos a oportunidade de visitar o Bleu de France, em sua última escala em Santos, no último dia 13. Quer ter uma idéia de como é viajar no menor e mais luxuoso navio da temporada?Então não perca nosso especial sobre o navio, em duas partes.

Histórico do navio
O Bleu de France foi construído em uma época em que a indústria de cruzeiros estava se re- inventando. Muitos diziam que os últimos navios de cruzeiros a ser entregues seriam os do final da década de 70, isso, devido a vários fatores, mas principalmente as altas no preço do petróleo, e consequentemente no combustível dos navios. Porém, indo contra a tendência, e ao sinal de uma recuperação da indústria, a Hapag-Lloyd encomendou um novo navio, o Europa, hoje Bleu de France. Para as plantas do navio, a inspiração veio dos ferries da Escandinávia, principalmente, no posicionamento das cabines e áreas públicas. Em geral, os ferries da época, tinham as cabines ocupando três terços do navio, a partir da proa, e as áreas públicas posicionadas verticalmente, na popa. O casco, do navio, é o mesmo de um navio de carga, isto, para oferecer melhor navegabilidade para um navio, que foi idealizado para cruzeiros ao redor do mundo, e que poderia enfrentar todo o tipo de mar. Este tipo de casco e design, é similar aos conhecidos no Brasil como MSC Melody e Sky Wonder, ambos da mesma época. Sua piscina central, com o Magrodome (telhado de vidro que abre e fecha), também é algo marcante.
O elemento foi utilizado pela primeira vez no Oceanic, e copiado pelos gêmeos Sea e Island Venture (um desses viria a ser o Pacific, que durante anos navegou no Nordeste brasileiro). Porém, havia caído em desuso, e só voltou a ser utilizado no Bleu de France, e depois no Melody e Scandinavia. Navegou pela Hapag-Lloyd na maior parte de sua vida, de 1982 a 1999, foi vendido a Star Cruises, quando seu sucessor, o novo Europa entrou em serviço. Em 1997 foi eleito o navio mais luxuoso do mundo. Foi renomeado Super Star Europe, e também Super Star Aries, enquanto navegou pela companhia na Ásia. Em 2004 foi vendido à Pullmantur, e renomeado Holiday Dream, operou muitos anos no Caribe, e chegou a escalar regularmente em Cuba, acontecimento raro nos dias atuais. Em 2008 foi transferido a nova subsidiária da Pullmantur/Royal Caribbean, a CDF Croisières de France, uma companhia destinada ao mercado francês. Passou por uma reforma de 30 milhões de Euros em Barcelona antes de entrar em serviço pela nova companhia, que o chamou de Bleu de France, e pintou seu casco de azul. Já tem data para deixar a companhia francesa, Novembro de 2011, quando passará por outra reforma multi-milionária antes de entrar em operação, em 2012, pela Saga Cruises, sua nova, e provavelmente última companhia, afinal, esse ano, o navio comemora 30 anos em serviço.

Características técnicas
Com algo em torno de 37,000 toneladas, o Bleu de France é o menor navio da temporada brasileira. Sua capacidade de passageiros é de pouco mais de 1,000, mais, no Brasil, só tem embarcado 800, devido à exigências ambientais na Ilha de Fernando de Noronha. Foi construído em 1981 nos estaleiros Bremen-Vulkan, na Alemanha, por encomenda da também alemã Hapag-Lloyd, e ao custo de 120 milhões de dólares. Sua velocidade máxima é de 19 nós, tem 199 metros de comprimento e 28 de largura. Possui três piscinas, e tem as maiores cabines do Brasil. É classificado no guia Berlitz com 3+ estrelas, e 1,396 pontos.

O navio

O Bleu de France é um navio tradicional, já com certa idade. Construído em 1981, tem um design muito diferente dos navios em serviço no Brasil atualmente. Suas áreas públicas são dispostas verticalmente, na popa. Ou seja, tem áreas públicas e cabines em quase todos os andares. As cabines ocupam dois terços de cada andar, o outro, é ocupado por uma área pública, um restaurante, ou um bar. Tem sete andares públicos completos, destes, quatro são da forma descrita, os outros (o 11º) são ocupados somente por áreas públicas, ou cabines (6º e 5º). Todos os decks são nomeados com um tom de azul (marinho, ciano, índigo, safira e etc) Começando pela entrada do navio, o passageiro encontra um grande espaço em frente aos elevadores e escadarias, inclusive com bancos estofados para descansar, o resto do andar possui cabines. O andar superior, só possui cabines. Já o sétimo também possui muito espaço em frente aos elevadores e escadas. Neste espaço, estão a recepção (central), e o acesso ao balcão de excursões(direita), além, da cafeteria e bar Café Créme (esquerda). Atrás da escadaria está o restaurante Le Flamboyant, o salão de jantar principal, que possui uma área mais reservada, que na temporada brasileira não é utilizada, e duas escadas rolantes, que servem de conexão entre a cozinha, no andar inferior, e o salão, para os garçons.

Uma das lojas de bordo.
No andar de cima, além das cabines nos dois primeiros terços, há as boutiques, e a galeria de fotos. São três lojas, a central, tem um formato pentagonal interessante, e todas as suas paredes de vidro. Atrás da escadaria e elevadores está, à direita a biblioteca, que não possui muitos livros, mas é um interessante local, com sofás e uma lareira, à esquerda o Cigar Room Millésimes, que também serve a comida do restaurante oriental Wú-Fusion, que vem sendo implantado na frota da Pullmantur. A decoração do local é toda em preto e vermelho, criando uma atmosfera diferente. Neste andar também está o Grand Salon, segunda maior área do navio (o maior é o restaurante Flamboyant), um lounge, com palco e pista de dança, onde acontecem os shows.

Bar Salon Acajou

No andar superior, o 9º, estão além das maiores suítes do navio, e de várias outras cabines, o casino, a promenade externa, as discoteca Nox Club, e o Zan-Zi Bar & Lounge. Na área externa traseira há ainda uma piscina. O Zan-Zi Bar é com certeza um dos ambientes mais interessantes do navio, com seus móveis de vime, ventiladores de teto, palmeiras (de plástico) e paredes de vidro. Possui um palco e uma pista de dança, e é utilizado exatamente, como um lounge, mas fica na parte externa do navio, e bem próximo a piscina de popa. Nessa área, há escadas que dão acesso a área externa do Buffet Panorama, no deck acima. Nesse andar, além da parte externa e interna do Buffet Panorama, há a Ponte de Comando do navio, e mais cabines. O buffet, apesar de não ser grande, tem muitas mesas, e nunca é difícil achar um lugar para se sentar, tanto na parte interna, como na externa. O 11º andar é o único do navio que só tem áreas públicas. Na proa, o Salão Panorâmico Acajou é um lugar bem interessante, com decoração de bom gosto, e até mesmo um lustre de cristal. No acesso a ele há o Espaço Internet, com computadores com acesso a rede, e um salão de cartas, onde na parede estão penduradas as placas oferecidas ao navio em escalas inaugurais.

Piscina Central e Olive Bistrô.

Também a piscina central, com seu Magrodome, e o Olive Bistrô, na mesma área. Suas espreguiçadeiras listradas, mosaicos e árvore, lhe dão aparência única. Na popa, uma área com espreguiçadeiras, e duas jacuzzis. O deck mais alto do navio, o 12º possui apenas espreguiçadeiras e duas duchas, é conhecido como Solarium. No deck 2, ainda há a piscina interna, e o Spa, pagos a parte, e no 2, o centro médico e a sala de reuniões que não é utilizada na temporada brasileira.


Mais fotos do navio estão disponíveis nesse link.
Veja a segunda parte do especial nesse link


Observação: É importante observar que este artigo não tem nenhuma relação com nenhuma companhia ou agência de viagens, é apenas a percepção de minha viagem. Os dados aqui postados, estão corretos, mas podem ter mudado, horários, valores, e informações sobre bandas e shows podem ter sofrido alterações. 

Imagens e Texto: (©) Copyrights Daniel Capella, Santos

4 Comentários

  1. Bloggar de noite é básico não? rs
    Muito bom seu trabalho e suas observações no Bleu, e teve pouco tempo não?
    Gostei muito! Tenho vontade de fazer um cruzeiro com destino a Fernando de Noronha, mas daqui pra frente tenho que torcer para que o navio a operar seja tão bom quanto este…

    E dos hóspedes, soube da opinião deles em relação ao navio?

    Abraços! (to subindo uma edição de todos os navios que inventei de fazer mas vai demorar…)

    Érica

  2. É Daniel e o engraçado era ver os bunecos flarem coisas tipo "ah eh pequeno', como se tamanho fosse condicionamento de luxo em porta bunecos

    Realmente o ex Europa é um senhor navios quiça os bunecos tivessem ciência que o Bleu de France ja foi um dos mais luxuosos do mundo e curiosamente substituído pelo seu homonimo atual, o Europa, desde então (1999) absoluto como o mais luxuoso do mundo

    Muito bom ver blogs como o seu e como o da Érica que mostra os bunecos como navios e não como os bunecos os veem ou seja meramente um hotel, o fato de navegar é apenas um detalhe

    Daniel, Érica BZ ! parra vcs

    BZ = Bravo Zulu (risos, linguagem naval = PARABENS !!!1)

    Abs
    MO

  3. Bom dia Daniel. Meu nome é Nelson Carrera, moro em Santos e também sou apaixonado por navios. Por favor me mande seu e-mail para que possamos trocar mensagens. Acho que temos muito a compartilhar. um abraço Nelson
    < [email protected] >

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