O Titanic começou a ser construído em 1910 como segunda unidade de uma classe com três navios para a White Star Line. Os estaleiros Harland & Wolff na Irlanda do Norte é que foram os responsáveis por sua construção, pois tinham um contrato de exclusividade com a companhia de viagens transatlânticas inglesa. Companhia aliás, que há mais de cinqüenta anos foi adquirida pela Cunard Line, hoje parte do grupo Carnival. Mas, há cem anos atrás não era assim.


Na época elas eram grandes concorrentes nas viagens transatlânticas entre a Inglaterra, os EUA e o Canadá, competindo não só para ver quem cumpria os roteiros em menor tempo, mas também em inovações e luxo a bordo dos navios. Foi nesse contexto que surgiram os navios da classe Olympic no final da primeira década do século passado.

O Olympic foi o primeiro a se tornar material, com sua construção tendo sido inciada em 1908, e terminada em 1911. O segundo o Titanic, que teve sua construção iniciada em 1910, e terminada em Abril de 1912. O terceiro e menos conhecido foi o Britannic, entregue em 1915, que nunca chegou a navegar para a White Star Line, pois foi requisitado pelo governo inglês para servir como navio hospital na primeira guerra mundial.


Por seu infeliz destino, o Titanic acabou por ser o mais lembrado entre os três irmãos, e mesmo o mais famoso navio da White Star Line. Muito, graças ao filme Titanic, de 1997, dirigido por James Camaron, que contou a história do navio ao mundo todo. Com mais de 45,000 toneladas, o navio foi um dos maiores de sua época, junto a seus gêmeos, e acomodava até 3,295 pessoas, entre passageiros divididos em três classes, tripulantes e oficiais.


O mais famoso naufrágio do mundo aconteceu na viagem inaugural do Titanic, que partiu de Southampton, no sul da Inglaterra (porto até hoje usado como base para companhias de cruzeiros como a Cunard) no dia 10 de Abril de 1912. Com aproximadamente 2,200 passageiros a bordo, o navio seguiu para Chebourg na França, e  Queensland na Irlanda antes de iniciar sua travessia do Atlântico com destino a Nova York, nos EUA.


O navio nunca atingiria seu destino. Após dois dias de navegação a aproximadamente 19 nós, na noite de 14 de Abril, o capitão Edward Smith decidiu que era hora de seguir a viagem em velocidade máxima, 21 nós, e ordenou aos seus oficias o aumento da força nas caldeiras. No momento, o navio se aproximava da costa da América do Norte, passando pela área da Corrente do Labrador, que ocasionalmente acaba por levar pedaços de gelo da Groenlândia para o meio do Atlântico.

Nessa noite clara e calma, não foi diferente. Grandes pedaços de gelo, os chamados Icebergs, flutuavam livremente pela região, e um deles acabou atingido pelo Titanic, que ainda tentou desviar, mas em alta velocidade, não teve tempo suficiente, e acabou tendo uma das laterais de seu casco perfurada pelo gelo. Estava decretada a morte do navio, e de muitos de seus passageiros.

Aproximadamente 2h20min após o choque, o navio sumiu nas águas frias do Atlântico Norte, e levando a vida de 1,514 pessoas, entre tripulantes e passageiros. Os sobreviventes, aproximadamente 700, conseguiram escapar em botes salva-vida e foram posteriormente resgatados pelo Carpathia, da Cunard Line, que navegava nas redondezas.


Na época, a notícia foi recebida ao redor do mundo como um escândalo chocante, por sua improbabilidade e proporção. Duas investigações foram iniciadas, uma nos EUA e uma na Inglaterra, baseadas nos depoimentos dos passageiros e da tripulação do navio. Os dois inquéritos chegaram a uma conclusões parecida: que o número e a disposição dos barcos salva-vida eram antiquados, e estavam fora da realidade do navio, que o Capitão Smith não havia atentado da forma correta aos avisos de gelo, que os botes não foram corretamente preenchidos pelos passageiros, e que o acidente foi causado por imprudência, uma vez que o navio estava em alta velocidade em uma área de risco.


Além disso, as investigações levaram a instauração do International Convention for the Safety of Life at Sea, o SOLAS, que até hoje rege a segurança na navegação mundial. Em 2010, a mais nova versão da convenção entrou em vigor, atualizando mais uma vez as regras de segurança da navegação mundial, e impossibilitando navios mais antigos, como o Saga Rose, de navegar.


Apesar do caráter positivo das investigações, hoje, sabe-se que elas podem não ter retratado realmente a realidade, uma vez, que por exemplo, a inglesa concluiu que o Titanic não se partiu ao afundar, enquanto a norte-americana afirmou que ele se partia ao meio antes de naufragar. Com a tecnologia atual, é possível comprovar que o navio se partiu em dois antes de sucumbir. Nesse contexto, alguns afirmam que o acidente pode ter sido causado na verdade, por um fenômeno raro, de ilusão de ótica, causado por uma combinação de fatos.


Falaremos mais sobre isso amanhã.

Texto (©) Copyright Daniel Capella.
Imagens (©) Copyright Postais extraídos de Simplon Post Cards.

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