O Splendour of the Seas navega no Canal Giudecca, em frente a
Igreja de San Giorgio Maggiore.

Com a proibição do trânsito de navios com mais de 96 mil toneladas pelo centro da cidade a partir do final do ano, Veneza estuda alternativas para continuar recebendo navios de cruzeiro de grande porte. Um novo projeto defende um ponto de atracação artificial para os navios no Adriático, fora da cidade. De lá, os passageiros seriam transportados para a área central da cidade.

A cidade de Veneza está estudando uma nova proposta para reduzir o impacto dos navios de cruzeiro que entram sua lagoa diariamente – a construção de um terminal em uma ilha artificial no Adriático, defronte à cidade.

Piazza de San Marco vista de um navio de cruzeiro

Os navios atracariam nesse espaço de 940 metros de comprimento, onde seus passageiros desembarcariam e embarcariam em um dos catamarãs de uma frota própria, que os transportaria ao terminal de cruzeiros atual de Veneza. Cada catamarã seria capaz de levar cerca de 800 passageiros, e transferiria os passageiros à parte histórica de Veneza em menos de uma hora.

A solução proposta permitiria que os passageiros continuassem a sentir a emoção de entrar na lagoa de barco, enquanto satisfaz os próprios venezianos que se queixam dos navios de cruzeiro dizem que os navios de cruzeiro são muito grandes, bloqueando a vista de torres e palácios enquanto se encaminham aos seus pontos de atracação, em um dos extremos da cidade.

Os críticos também dizem que os navios de cruzeiro poluem Veneza e agravam a erosão de suas bases frágeis, por passarem a poucas centenas de metros da Praça de São Marcos e das margens, ao longo do estreito Canal Giudecca, que atualmente é o único caminho para o terminal.

Por outro lado, a indústria de cruzeiros é vital para a principal atividade econômica de Veneza, o turismo. As escalas geram milhões de dólares por ano para a cidade, e garantem fluxo constante de visitantes nas atrações da cidade.

A ilha do Lido e ao fundo o MSC Fantasia, já fora da Laguna de Veneza.

As companhias estão propensas a atender as demandas dos venezianos, propondo que o trajeto de entrada no terminal da cidade mude. Para isso, defendem a dragagem de um novo canal na lagoa, conhecido como o Contorta-Sant’Angelo, que permitiria o acesso ao terminal de cruzeiros existente sem a necessidade de navegação tão perto de Veneza. Mas o novo projeto, da ilha artificial, que custaria cerca de US $ 180 milhões, dispensaria a necessidade da dragagem do canal, que também é alvo de críticas, principalmente de ambientalistas, que se opõe à ideia, alegando que isso poderia perturbar o ecossistema da lagoa.

Até cinco grandes navios de cruzeiro poderiam atracar no novo terminal, que seria construído sobre uma ilha artificial, na saída mais setentrional das três entradas que ligam a lagoa ao mar Adriático.

A Duferco Engenharia, empresa italiana por trás da idéia, disse que a ilha iria levar cerca de dois anos para ser construída. A empresa espera por uma decisão do governo italiano nos próximos dois meses. Por enquanto, o governo apenas proibiu o trânsito de navios com mais de 96,000 toneladas pelo Canal Giudecca – a partir de novembro de 2014, Navios com mais de 40,000 toneladas sofrerão restrições, mas momentaneamente poderão continuar utilizando o trajeto atual ao terminal.

Texto (©) Copyright Traduzido e adaptado de The Telegraph. 
Imagens (©) Copyright Daniel Capella.

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