Navios por Dentro: Britannia

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Após retratar o pequeno Star Breeze, a série Navios por Dentro traz agora o gigante Britannia da P&O Cruises, Inaugurado recentemente, o navio da P&O Cruises é um dos maiores do mundo, com mais de 143 mil toneladas e capacidade para cerca de 4,800 passageiros. Confira seus interiores e um pouco da história do navio e da companhia, que completa 180 anos em breve.

Um dos bares da região do átrio
O átrio e sua peça central, uma escultura em metal e vidro.
Outro ângulo do bar próximo ao átrio, o House Glass
Close da escultura, que acende.

Construído em Monfalcone, cidade próxima a Trieste, o Britannia é o maior navio construído já fabricado em terras (ou águas) italianas. Com cerca de 140,000 toneladas, o navio faz parte do top 10 dos maiores navios do mundo, ficando atrás apenas dos gigantes das classes Oasis, Quantum e Freedom, da Royal Caribbean; do Queen Mary 2, da Cunard, e de dois navios da Norwegian Cruise Line.

A elegante região do átrio
Lounge Brodie’s, na região do casino

Inaugurado em março deste ano e com capacidade para transportar até 4,376 passageiros, o Britannia é o mais novo navio da P&O Cruises. A companhia do Reino Unido, que tem mais de 175 anos de história, não inaugurava novos navios desde 2010, quando recebeu o Azura. Com o novo colosso, sua frota passou a ser composta por 8 navios, dos quais um é de pequeno porte, quatro são de médio porte, e três são considerados de grande porte.

Casino
Lobby
Teatro Headliners

Operando no mercado britânico, a P&O oferece cruzeiros com partida da Inglaterra durante todo o ano para diversos destinos do mundo, incluindo longas voltas ao mundo de mais de 100 noites e cruzeiros aos EUA e Canadá com cerca de 40 noites. A companhia é hoje uma das dez marcas da Carnival Corporation, e é administrada através desde a Carnival House, em Southampton. O escritório, que é a sede da Carnival UK (subsidiária inglesa da Carnival Corp) também é utilizado pela Cunard Line, outrora rival da P&O em algumas carreiras transatlânticas, e hoje também marca da Carnival.

Instalação em um dos corredores do navio

Fundada em 1820, a Peninsular & Oriental Steam Navigation Company, surgiu como uma sociedade entre um escocês, um inglês e um irlandês. A companhia de navegação começou operando linhas regulares entre a Inglaterra e a Península Ibérica, com escala em portos portugueses e espanhóis. A empresa foi selecionada pela coroa britânica já em 1837 para transportar correspondência entre o Reino Unido e Portugal e Espanha, e em 1840, ganhou também um contrato para levar o correio até o Egito. O nome Peninsular & Oriental (depois diminuído para P&O) surgiu por conta dos destinos das suas linhas, a Península Ibérica (Portugal e Espanha) e o Oriente (com o Egito, e mais tarde a Índia e outros países da região).

Outro lounge, o Crystal Room, que possui pista de dança
Tecnologia a bordo

Aos poucos, a companhia foi aproveitando oportunidades, e expandindo seus negócios também para o Oriente. Após a compra da British India Steam Navigation Company em 1914, e da Orient Lines em 1917, passou a oferecer também rotas para a Oceania, iniciando sua íntima relação com a Austrália e a Nova Zelândia. Com um acordo com o governo australiano, por exemplo, transportou boa parte dos imigrantes ingleses que mudaram para o país nesta época.

Bar Sindhu

Além de correspondência, a empresa transportava carga, e desde 1840, passageiros. Nos anos 1920, atingiu um pico de quase 500 navios em operação, com o auge da imigração para a Oceania. Expandindo-se também para outras áreas, a companhia fundou um banco e após as grandes guerras começou a diversificar ainda mais seus negócios. Com o fim eminente das carreiras marítimas de passageiros, a divisão naval da empresa passou a operar cruzeiros regularmente no final dos anos 60, mas voltou seu foco para o transporte de carga. A maior parte dos transatlânticos então operados pela empresa foram vendidos para outros operadores ou para a sucata, enquanto em 1974 a companhia de cruzeiros norte-americana Princess foi comprada, e passou a ser uma das marcas do grupo P&O.

O elegante Live Lounge, uma espécie de teatro secundário

A empresa se diversificou ainda mais nas décadas seguintes, passando a operar também uma frota de ferries em toda a Europa, após fundar e adquirir empresas do ramo, e uma divisão de construção civil. Após várias aventuras em outras áreas, no final dos anos 1990, decidiu voltar a focar em serviços de navegação e vendeu muitos de seus negócios secundários, que na época incluíam até mesmo uma administradora de centros de convenção.

Buffet Horizon Court

A P&O Cruises, como marca, foi criada em 1977, quando as viagens de carreira já estavam praticamente aposentadas, e os antigos liners que faziam as linhas entre o Reino Unido e outras partes do mundo, passaram a oferecer cruzeiros regularmente. A P&O Cruises operava, além da Princess Cruises, a submarca P&O Australia, e servia principalmente os mercados do Reino Unido, dos EUA e da Austrália.

Lido Bar e Grill

Em 2000, a divisão de cruzeiros do grupo P&O foi separada dos outros negócios, e passou a ser uma instituição independente, chamada P&O Princess Cruises. Até 2003, a empresa operou como um dos grandes grupos de cruzeiro do mundo, competindo com a Royal Caribbean International (que até então possuía apenas 3 marcas) e a Carnival Corporation (que ainda não era a potência de dez marcas da atualidade). Nessa época, o grupo criou novas marcas além da P&O, da P&O Australia e da Princess, e introduziu a AIDA Cruises, a OceanVillage e a A’Rosa Cruises.

Área central das piscinas
Lido Pool

Porém, já em 2001, a P&O Princess iniciou conversas com outros operadores de passageiro para uma possível fusão. Os principais candidatos, a princípio eram a Festival Cruises, que surgia então como uma forte marca européia contemporânea e a Royal Caribbean International. Um acordo chegou a ser fechado com a Royal Caribbean, no entanto, em 2003 a P&O Princess anunciou que havia chegado a um acordo para ser incorporada pela Carnival Corporation, que havia feito melhor oferta aos seus acionistas.

Serenity Pool

Com a criação da Carnival Australia e da Carnival UK, a administração das principais marcas do grupo P&O Princess continuou independente. A exceção foi a AIDA Cruises, que foi repassada para a administração da Costa Crociere, e hoje forma o grupo Costa. Como já havia feito com várias companhias adquiridas anteriormente, a Carnival procurou modernizar as frotas das suas novas subsidiárias.

Assim, a P&O recebeu três novos navios, construídos sob medida para o mercado britânico entre 2005 e 2010. O Britannia surge neste contexto. Em 2011, após inaugurar o Azura no ano anterior, a P&O anunciou a encomenda de um novo navio com entrega para 2015. A embarcação, significantemente maior que os navios até então operados pela marca iria ser construída pelo estaleiro italiano Fincantieri, parceiro do grupo Carnival.

Epicurean Restaurant

Com 141 mil toneladas, o navio, que utiliza o mesmo projeto básico dos gêmeos Royal e Regal, da Princess Cruises, foi batizado pela Rainha Elizabeth II em maio deste ano. Possui capacidade para até 4,375 passageiros em ocupação dupla e cerca de 330 metros de comprimento e estreou o novo esquema de cores da frota da P&O. Com o objetivo de tornar a aparência dos navios da companhia mais moderna e atrair mais jovens para seus navios, o novo esquema também celebra a herança britânica da marca.

Centro de convenções
Sala de Jogos chamada Marlow Suite
Bar do Crow’s Nest

Curiosamente, o navio chegou a ser apresentado com as cores antigas, mas nunca chegou a entrar em operação desta forma. A chaminé azul marinho com o logo do sol nascente e a Union Jack estilizada na proa deve ser adicionada a todos os navios da frota nos próximos anos. A previsão inicial é que todos os navios já tivessem a aparência nova neste momento, entretanto, até agora, três dos navios da frota continuam com a aparência antiga (Arcadia, Adonia e Ventura).

Crow’s Nest, no topo do navio


As fotos dos interiores do navio, que ilustram este post foram feitas na ocasião da escala inaugural do navio em Lisboa, por Rui Minas Agostinho. A escala ocorreu durante o primeiro cruzeiro do navio às Ilhas Canárias, um destino comum para navios que partem da Inglaterra. Com 14 noites, o cruzeiro escalou Funchal, na Ilha da Madeira; St. Cruz de Tenerife, Las Palmas e Arrecife, nas Canárias; Agadir, no Marrocos; Cádiz e Vigo na Espanha, e a capital portuguesa. O porto de embarque e desembarque foi o homeport da P&O na Inglaterra, Southampton.

O nome do espaço se dá devido à sua localização, no alto do navio. Crow’s Nest significa em português Ninho do Corvo
 Texto (©) Copyright Daniel Capella. 
Imagens (©) Copyright Rui Agostinho.
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