Temporada brasileira: CVC suspende venda de cruzeiros do Soberano

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Sovereign

O Sovereign não operará para a CVC na próxima temporada nacional. O navio da Pullmantur Cruceros tinha presença confirmada em 2020/2021 e deveria chegar ao país já em dezembro. 

Assim como nos últimos quatro anos, a operação do Soberano previa parceria entre as empresas, com a realização de mini-cruzeiros no Nordeste, Sudeste e Sul. Como noticiamos em março, a programação original tinha 20 cruzeiros, a maior parte deles partindo de Santos e Rio de Janeiro. Também havia previsão de embarques em Recife, Salvador e Maceió.

Com a pandemia de COVID-19 e a recuperação judicial da Pullmantur na Espanha, a situação mudou. De acordo com a CVC, novas reservas já estavam suspensas por conta da pandemia e, agora, os passageiros que já haviam adquirido cabines para a temporada serão reacomodados em outras companhias. 

Confira na íntegra nota da empresa sobre o cancelamento: 

“A assessoria de imprensa da CVC esclarece que, desde o início da pandemia, vem trabalhando nas remarcações de viagens futuras para segurança e maior conforto de seus clientes, devido às restrições de trânsito e viagens e em conformidade com os ajustes nas programações que vêm sendo realizados pelas companhias marítimas Pullmantur (pertencente à Royal Caribbean), Costa Cruzeiros e MSC Cruzeiros, proprietárias dos transatlânticos e responsáveis pelas operações e itinerários.

Em relação à temporada de cruzeiros no verão 2020/2021 no Brasil, a CVC informa que suspendeu a comercialização de viagens para o navio Soberano/Pullmantur, e que os cientes com viagens futuras neste navio já estão sendo contatados, para que possam remanejar suas viagens em transatlânticos de outras companhias marítimas e/ou utilizar o crédito junto à CVC, em uma nova oportunidade de viagem futura”.

A CVC esclareceu, no entanto, que a responsável exclusiva pela operação e itinerários do Sovereign é a Pullmantur. Dessa forma, cabe a empresa confirmar ou cancelar a vinda da embarcação ao Brasil. 

O Portal WorldCruises.com procurou a companhia espanhola que, através de sua assessoria de imprensa no Brasil, informou que seu futuro está em estudo. Com roteiros cancelados até 15 de novembro, a Pullmantur revê seu modelo de negócio e, por hora, não definiu o que ocorrerá após o período de parada. 

A empresa também afirmou que a operação no Brasil está sob responsabilidade comercial da CVC. 

Sovereign foi presença constante no Brasil por 12 anos

Sovereign of the Seas em Nassau, em 2005. Em seus últimos anos pela Royal Caribbean, navio operou mini-cruzeiros entre os EUA e Bahamas

Construído para Royal Caribbean International, o Sovereign vinha navegando no Brasil desde o final de 2008. O país, inclusive, foi o primeiro destino a receber o navio após sua transferência para a Pullmantur. 

Então Sovereign of the Seas, a embarcação se despediu da frota da Royal Caribbean International em 3 de novembro de 2008. Adquirida pela Royal Caribbean Cruises em 2006, a Pullmantur recebeu o navio para modernizar sua frota, que tinha até então, em sua maioria, navios construídos antes da década de 1980. 

Estréia mundial foi no Brasil

Quando transferido para a Pullmantur, navio recebeu as cores que a empresa utilizava na época, com casco branco e chaminé vermelha

Após receber as cores de sua nova companhia e ter áreas públicas renomeadas, o partiu diretamente dos EUA, onde operava, para o Brasil. Chegou aqui já em dezembro de 2008, para fretamento da CVC. Pela empresa brasileira, realizou cruzeiros semanais para o Nordeste, partindo de Santos. Além disso, também foi possível embarcar em Salvador, para cruzeiro ao Sudeste.

Durante a temporada, recebeu, pela primeira vez, o apelido de Soberano, para facilitar a pronúncia e entendimento do público brasileiro. 

Foi só depois da temporada nacional que o Sovereign seguiu para a Espanha, principal mercado e país sede da Pullmantur. 

Navegando sob a bandeira da Pullmantur

Desde então, o navio seguiu vindo ao país para todas as temporadas. Até a estação 2010/2011, manteve os roteiros para o Nordeste fretado à CVC. Depois, passou a operar itinerários mais variados, sob a bandeira da própria Pullmantur. 

Tamanho era o sucesso da operação em parceria com a CVC, que a companhia de cruzeiros espanhola decidiu expandir seu negócio para o Brasil. Por mais de cinco anos a Pullmantur manteve um escritório completo no país, operando cruzeiros para o mercado nacional sem intermediários. 

No período, além de Santos e Salvador, passou a embarcar passageiros regularmente no Rio de Janeiro e pontualmente em outros portos, como Maceió e Recife. 

O retorno da CVC

Sovereign

Em 2016, com a crise política e econômica no Brasil, a Pullmantur reviu seu plano para o país e resolveu fechar o escritório e encerrar a operação local. O Sovereign, no entanto, seguiu realizando temporadas no país, graças à CVC. 

Afastada da operação de cruzeiros desde 2011, a empresa brasileira resolveu bancar a continuidade do navio no país, através de fretamento. Assim, na temporada 2016/2017, o Sovereign voltou a navegar para a CVC, realizando agora mini-cruzeiros de 3 e 4 noites. 

O acordo entre CVC e Pullmantur sofreu alterações nas estações seguintes, mas manteve o navio operando mini-cruzeiros no Brasil até 2019/2020, em temporadas de cerca de 4 meses. 

História chega ao fim? 

A pandemia que acabou prejudicando a temporada brasileira 2020/2021 pode levar também ao fim da carreira do navio. Em recuperação judicial, a Pullmantur parece não ter mais interesse em seguir operando o Sovereign. 

Mesmo que, graças a um projeto vanguardista e moderno para os anos 80, continue oferecendo um produto relativamente atual, o navio já se encontra na fase final de sua vida útil. Se, por um lado, ainda poderia operar por algumas décadas no nicho de mercado certo, por outro, o Sovereign não tem condições de concorrer com os grandes navios modernos. 

Em um cenário de crise profunda e incerteza total, o navio acaba grande candidato a uma demolição precoce. Sites europeus afirmam, inclusive, que o desmanche do navio já começou, com a remoção de obras de arte e itens de valor acontecendo nesse momento em Nápoles, na Itália. 

Para ler mais sobre a construção, história e características do Sovereign, clique aqui

Sovereign completa 30 anos de serviço

Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Daniel Capella e Ymvf

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3 Comentários

  1. Antigamente, ou seja, antes da pandemia, viajar em cruzeiro era entretenimento. Hoje e nos próximos anos, até que se tenha uma vacina confiável, é suicídio embarcar num navio com amontoado de gente, maioria absoluta de velhinhos cardíacos, deficientes físicos, asmáticos, etc, ou seja, a um fio da morte. O conceito “Cruzeiro” ficou caduco, morreu no formato que se conhece. Pena que o site viva deles. É o mesmo que viver de verba publicitária de, digamos, fabricantes de velas, diante da chegada da luz elétrica. Hoje quem tiver a ideia insana de embarcar num navio que será infectado no segundo dia, deve ser esperto e deixar um testamento já pronto e , se for alguém prudente e de bom gosto, já deixar a família orientada a escolher um bonito caixão. Digo tudo isso por ter vivenciado, num lixo flutuante chamado “Costa Victoria”, um aprisionamento de 45 dias dentro da cabine porque dezenas de passageiros e 80% de tripulação estava infectada pela falta de higiene e cuidados da Costa. Eu e minha esposa saímos saudáveis por milagre de Deus. Minha torcida é pra que a Costa e todos demais lixos flutuantes da MSC, Princess, etc, afundem humilhantemente em defesa da saúde pública. Quem será o idiota a embarcar num veículo lotado de gente sem espaços distanciados porque tudo num navio de cruzeiro é feito pra ajuntamentos? The end, my friend. Esse setor de lazer tem que ser congelado por 4 anos no mínimo. Ou afundar de vez, que seria mais saudável pra toda civilização. Navio de cruzeiro é soma de sujeira mil vezes pior que um avião. Tem que transformar todos navios em transportadores de carga não humana.

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