A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou no início da tarde desta quinta-feira (30/12) que decidiu interromper as atividades do Costa Diadema. O navio da Costa Cruzeiros estava atracado em Salvador desde o dia 30, após um surto de COVID-19 ser registrado a bordo.
“A medida foi adotada após investigação epidemiológica conduzida pela Agência e por técnicos das Secretarias de Saúde do Estado da Bahia e do Município de Salvador, que concluiu pela declaração de transmissão comunitária de Covid-19, nível 4, a bordo da embarcação, nos termos da Portaria do Ministério da Saúde GM/MS 2.928, de 2021”, disse a Anvisa.
Ainda de acordo com a agência, de forma a proteger a saúde dos viajantes, o cruzeiro que deveria ser finalizado em 3 de janeiro está interrompido. A medida está de acordo com as disposições da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 574/2021 da Anvisa.
Assim, o navio está retornando ao Porto de Santos para desembarque dos hóspedes atualmente a bordo. Até que a operação seja concluída, todos os embarcados devem reforçar a atenção quanto aos protocolos de redução do risco de transmissão do Sars-CoV-2, diz a agência.
“Nos termos do protocolo sanitário das operações de cruzeiros, seguindo o protocolo sanitário de segurança, foi solicitada à autoridade local de saúde a permissão para desembarque dos passageiros que testaram positivo para Covid-19, que ficarão em isolamento em hotéis já disponibilizados pela operadora do cruzeiro. Moradores da cidade de Salvador também foram autorizados a desembarcar”, acrescentou a Anvisa.
De acordo com os relatórios da embarcação, dentre os passageiros que testaram positivo, a grande maioria é assintomática, com apenas algumas pessoas com sintomas leves.
Volta a Santos e restrições a bordo
O retorno ao Porto de Santos foi autorizado nos termos do Plano de Contingência, sob condição de restrições a bordo. Segundo a Anvisa, isso significa que todas as atividades não essenciais no Costa Diadema estão interrompidas e que devem ser cumpridos os protocolos sanitários de segurança no interior da embarcação até a chegada ao porto.
A autorização também considerou o bem-estar dos viajantes, após avaliação das condições sanitárias da embarcação, a fim de conduzi-los em condições de segurança sanitária ao seu destino final de desembarque.
“Destaca-se que todos os passageiros devem ser testados para o desembarque em Santos, dentre outras medidas sanitárias determinadas aos responsáveis pela embarcação para que pudesse ocorrer o deslocamento”, acrescentou a Anvisa.
Ainda de acordo com o órgão, após o desembarque, o monitoramento de todos os viajantes deve ser realizado pelos Centros de Informações Estratégicas em Saúde (Cievs) das localidades de destino.
Suspensão de novas operações
A Anvisa também informou que o navio só poderá voltar a operar em águas nacionais após uma nova avaliação.
“Diante do ocorrido, até que se tenha uma melhor avaliação do cenário epidemiológico e dos protocolos sanitários, novas operações dessa embarcação não serão autorizadas pela Anvisa”, disse a Agência.
A saída do Costa Diadema do Porto de Santos também está condicionada a uma nova manifestação da Agência.
Informações a bordo
A bordo, os passageiros foram informados que devem permanecer em suas cabines durante o retorno a Santos.
“A Anvisa declarou o encerramento de nosso atual cruzeiro devido ao número de casos de COVID-19 positivos assintomáticos identificados a bordo em decorrência dos testes regulares realizados de acordo com o protocolo de saúde e medidas cautelares”, disse o diretor de cruzeiros Naim José Ayub em comunicado sonoro.
“Para tanto, com esse comunicado, desejamos fornecer e compartilhar todos os requisitos expedidos pela Anvisa, que precisarão ser seguidos de agora em diante”, continuou.
“Solicita-se que você permaneça em sua cabine com seu companheiro de viagem até outra ordem. Nenhuma outra pessoa tem permissão para entrar em sua cabine. Todas as atividades de entretenimento estão suspensas e, no momento, os restaurantes e bares estão fechados, bem como lojas”, explicou Ayub aos passageiros.
Ainda de acordo com o diretor, os passageiros irão receber em breve informações quanto a refeições e outros assuntos.
“Confie que a empresa está fazendo tudo a seu alcance para amenizar essa situação por meio de acordos incansáveis com todas as autoridades locais e partes envolvidas”, acrescentou.