Acidente destrói prédio da praticagem de Gênova, na Itália.

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Caminho que o Jolly Nero deveria ter feito para deixar o porto, e o que o navio realizou. 

O número de pessoas mortas pela violenta colisão de um navio de carga contra a torre de controle do porto de Gênova (norte da Itália) na noite de terça-feira chegou a sete, e a justiça italiana abriu nesta quarta-feira uma investigação por homicídio culposo contra o comandante da embarcação.

Funcionários especializados prosseguem as buscas de pessoas entre os escombros da torre, assim como no mar. “Cinco corpos foram recuperados e dois foram encontrados, mas ainda não foram retirados”, explicou Filippo Marni, do corpo da Guarda-Costeira, à rede SKYTG24.

Jolly Nero

A justiça italiana abriu uma investi- gação por homicídio culposo contra o coman- dante do navio de carga, que foi apreendido a pedido das autoridades. “Encontramos quatro corpos na estrutura central da torre que caiu na água, onde se encontravam os escritórios”, explicou à AFP a engenheira Amalia Tedeschi, do corpo de bombeiros.

O acidente ocorreu às 20h00 locais (19h de Brasília) durante a saída do porto de Gênova – o terminal marítimo comercial e industrial mais importante da Itália – do Jolly Nero, um cargueiro da empresa Messina, de 239 metros de comprimento, 30 de largura e 40.500 toneladas.

O enorme barco se chocou por causas desconhecidas contra o Palazzina Piloti, a torre de 45 metros, a mais alta do tipo da Itália, de onde são controlados os movimentos das embarcações, que desabou devido ao impacto.

“Arremeteu contra a torre, mas até o momento não sabemos o motivo”, explicou um funcionário da empresa Messina, com sede em Gênova, proprietária da embarcação. Cerca de quinze pessoas estavam na torre que desabou. O toque de um telefone celular foi ouvido entre os escombros, mas o som se interrompeu, impedindo sua localização.

Quinze horas após o acidente, uma enorme grua ainda retirava os destroços do local, enquanto o navio de carga havia sido retirado, constatou um fotógrafo da AFP.


O prefeito de Gênova, Marco Doria, declarou o “luto cidadão”, enquanto o presidente da região de Liguria, Claudio Burlando, classificou o ocorrido de “inexplicável”. O navio estava sendo conduzido por um piloto do porto e tinha dois rebocadores, um na frente e outro atrás, como indica o regulamento, explicaram fontes locais.

Tudo parece indicar que se tratou de uma manobra equivocada ao entrar no maior porto comercial da península. Equipes de mergulhadores e bombeiros chegaram imediatamente ao local, onde encontraram nove pessoas, três delas sem vida.

Segundo os socorristas, as pessoas ainda desaparecidas estavam no elevador da torre quando a colisão ocorreu. Não se sabe se caíram na água ou se ficaram presas na torre de controle. “Ocorreu justo quando havia maior quantidade de pessoas na torre”, explicou a guarda-costeira ao jornal local Secolo XIX, porque no momento da colisão ocorria a troca de turno dos funcionários da capitania.

Ao chegar ao local do incidente, Stefano Messina, proprietário do navio, estava consternado: “nunca ocorreu algo assim, estamos desesperados”, disse à beira das lágrimas. O presidente da autoridade portuária, Luigi Merlo, assim como o prefeito da cidade, Marco Doria, também estavam presentes.

“É uma tragédia terrível. Estamos consternados, sem palavras”, disse Merlo. “É um acidente inaceitável, um trauma incrível para todo o comando do porto. Por enquanto, só pensamos nas vítimas, depois tentaremos encontrar uma explicação”. O acidente fez os italianos se lembrarem da tragédia do Costa Concordia, navio que naufragou em 13 de janeiro de 2012 depois de encalhar perto da ilha de Giglio, na Toscana, provocando a morte de 32 pessoas.

Texto (©) Copyright AFP.
Imagens (©) Copyright de seus respectivos autores. 
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