A cada ano, os cru- zeiros no Brasil per- dem mercado para outros destinos no mundo. Esta foi a afirmação feita por Ricardo Amaral, Presidente da Abremar, durante a abertura da sétima edição do Cruise Day. Segundo ele, os custos e a complexidade da operação no país fazem com que o segmento se torne cada vez menos competitivo. “Temos um potencial enorme de viagem ainda não explorado no Brasil, mas se não resolvermos alguns gargalos, continuaremos a perder mercado para outros destinos”, declarou.

Como exemplo, o Presidente citou a taxação de impostos sobre o combustível, que chega a ser 25% mais caro que em outros destinos. “É muito mais barato para companhia fazer cruzeiros até Montevidéu para abastecer do que ir até o Nordeste. Santa Catarina, que já experimentou em diversos destinos a presença de navios, hoje quase sumiu do mapa dos cruzeiros no mundo”, exemplificou. De acordo com Amaral, enquanto o Brasil neste ano apresenta uma diminuição de 15% em seu mercado de cruzeiros, Buenos Aires terá um acréscimo de 9%. “Os custos atrapalham nossa competitividade”, afirmou.

O Brasil hoje ocupa a quinta posição no ranking dos mercados de cruzeiros no mundo, atrás de Estados Unidos e Canadá, Inglaterra, Alemanha e Itália. Entre as temporadas de 2004-2005 (139 mil pax) e 2011-2012 (805 mil pax) houve um crescimento de 600%. “E temos potencial de ainda crescer mais”, afirmou. Mas diferente dessa afirmação, Amaral diz que o mercado diminuiu em relação ao ano passado de 17 para 15 navios na temporada. “Tudo porque não há infraestrutura necessária para atender todos esses passageiros e navios, chegamos no nosso limite”, concluiu.
Durante a abertura, o Presidente também apresentou alguns dados de uma pesquisa feita pela FGV sobre o impacto dos cruzeiros no Brasil. Segundo dados da pesquisa, 63% dos cruzeiristas fizeram sua primeira viagem de navio – “o que mostra o potencial ainda existente no país”, disse Amaral; e 86% dos passageiros disseram que pretendem voltar a fazer cruzeiros. Além disso, o impacto na economia é de R$ 1,4 bilhões, sendo 37% cruzeiristas e tripulação e 63% armadoras. “Esses números mostram que o novo contingente de passageiros quer assistência e serviços especializados, assim entra a capacitação dos companhias e os agentes de viagem. Essa é a nossa missão aqui no Cruise Day com nossos treinamentos e seminários”, disse.
Finalizando, ele afirmou que é por meio de parcerias com entidades nacionais e internacionais que o setor terá desenvolvimento. “Nossa missão é cada vez mais gerar empregos, criar novos destinos, capacitar a cadeia produtiva e os agentes; bem como discutir questões complexas de operações para cada vez melhor atender nossos passageiros”, disse. “Com o apoio de todos temos mais acertado do que errado”, completou.
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