MSC Musica no Rio da Prata alguns dias após a morte.

Após um ano e quatro meses, as inves- tigações da Polícia Federal concluíram que a bartender do MSC Musica Camilla Peixoto, foi assassinada pelo seu namorado Bruno Souza Bicalho, garçom da embarcação. Os tipos de ferimentos identificados no pescoço da jovem indicam que a morte foi provocada por estrangulamento com as mãos.

A ex-tripulante do navio foi encontrada morta no interior da cabine que dividia com o companheiro, no dia 10 de janeiro do ano passado. A PF trabalhava com duas hipóteses: suicídio ou homicídio. A possibilidade de Camilla ter tirado a própria vida foi levantada após Bruno garantir que a moça teria se enforcado com um lençol amarrado no tubo do ar-condicionado.

O garçom manteve o mesmo discurso nos cinco depoimentos prestados à PF, inclusive, durante a segunda reconstituição do crime, realizada a bordo, na qual estava presente.

Para o delegado da PF de Santos responsável pelo caso, Sandro Pataro, as declarações de Bruno acabaram ajudando nas investigações, já que apenas duas possibilidades foram investigadas desde que a Polícia Federal foi comunicada sobre a morte: Bruno a teria matado ou ela teria se enforcado com um lençol, conforme afirmou o seu namorado, o primeiro a encontrá-la morta. Ao descartarem, por meio de indícios de provas e laudos, que a bartender não usou um lençol para se matar, a autoridade policial ficou convencida que se tratava de um homicídio.

“Todos os pareceres técnicos e médicos chegam à conclusão de que o corpo nunca esteve pendurado e os ferimentos no pescoço dela não foram feitos por um lençol. Então, por que Bruno criaria uma história justamente sobre um suposto enforcamento por lençol para justificar a morte da companheira, se ele não estivesse envolvido na situação?”, questionou o delegado, que apesar de cauteloso sempre se mostrou cético diante das contradições observadas nas declarações do namorado de Camilla.

MSC Musica em Santos. 
Conclusões
A Polícia se convenceu recente- mente de que a jovem foi mesmo assassinada após receber pareceres técnico-científicos do Instituto Médico Legal (IML) de Santos e de um médico-legista conceituado, do Rio de Janeiro, contratado pelos advogados da família de Camilla. Os materiais foram essenciais para complementar os primeiros laudos encaminhados à PF.

Questionado sobre a responsabilidade da MSC Cruzeiros sobre o crime, Pataro afirmou que “na esfera criminal, a companhia não tem relação direta comos fatos ocorridos. Não há nenhum tipo de imputação à empresa”.

Já a MSC reiterou que deverá se pronunciar apenas quando for oficialmente notificada sobre o resultado das investigações.

Texto (©) Copyright Adaptado de A Tribuna.
Imagens (©) Copyright Daniel Capella.

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