Sem operar cruzeiros desde março, a Carnival Corporation registrou prejuízo histórico no segundo trimestre deste ano. A corporação, que conta com frota de mais de 100 navios de cruzeiro, perdeu US$ 4,4 bilhões entre os dias 31 de março e 31 de maio deste ano.
Os resultados foram anunciados nesta quinta-feira (18/6), em comunicado aos acionistas da empresa, que tem sede nos EUA. A Carnival também informou queda vertiginosa na receita. No segundo trimestre deste ano, a empresa recebeu apenas US$ 0,7 bilhão. Em 2019, a receita tinha sido de US$ 4,8 bilhões.
A corporação ainda informou, entre outras coisas, que não tem previsão definitiva de data para voltar a realizar seus cruzeiros. A expectativa é que o retorno dos hóspedes aconteça de forma gradual, com contribuição de governos e órgãos de saúde internacionais.
A Carnival Corp também espera que poucos navios voltem a operar em um primeiro momento, partindo apenas de portos de fácil acesso terrestre. A decisão final de navios, portos e datas vai caber a cada uma das oito marcas independentes do grupo.
Plano de adaptação inclui venda de seis navios e atraso de novos
Ainda sem conseguir definir a data de retorno, a Carnival definiu algumas ações para enxugar as perdas. Entre elas, está o atraso na entrada em operação de navios já encomendados. Atualmente, o grupo tem 18 navios em encomenda até 2025.
Além disso, a empresa prevê a retirada de operação e consequente venda de seis navios diferentes das frotas atuais.
A medida visa otimizar a oferta disponível, disse a corporação, e será realizada nos próximos 90 dias. A Carnival Corp não revelou quais navios pretende aposentar, mas informou que são navios que já tinham venda prevista para os próximos anos.
No passado, a empresa já havia acelerado o processo de venda dos navios mais antigos – e menos eficientes – de sua frota. Entre 2018 e 2019, por exemplo, as oito marcas do grupo venderam oito navios diferentes.
No período, a Costa Crociere perdeu o Costa Mediterranea e o Costa Atlantica, enquanto a Holland America se desfez do Prinsendam e a P&O Cruises vendeu o Oriana. Já a P&O Australia foi quem mais perdeu navios. O Pacific Jewel, o Pacific Dawn e o Pacific Eden foram vendidos para diferentes empresas.
Costa Victoria, AIDAcara e Aurora estão entre candidatos à venda
A lista de 2020 deve incluir navios da classe Fantasy, na frota da Carnival Cruise Line, da classe S, na Holland America, e da classe Sun, na Princess Cruises. Das marcas europeias, os maiores candidatos a venda são o Aurora, da P&O Cruises, o AIDAcara, da AIDA Cruises, e o Costa Victoria, da Costa Crociere.
Sites especializados da Europa afirmam, inclusive, que este último já foi vendido. De acordo com as publicações, o Costa Victoria será entregue para o estaleiro San Giorgio del Porto, seu novo proprietário, nos próximos dias. O estaleiro tem participação do próprio grupo Carnival e não se pronunciou sobre a operação.
Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Daniel Capella