A quinta edição do Fórum CLIA Brasil discutiu o status atual da infraestrutura portuária no litoral brasileiro.

Abordando também o futuro do país no quesito, a discussão contou com a presença de representantes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina, além do Secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), Fabrizio Pierdomenico. 

“Nós temos Natal, Recife, Salvador, Fortaleza, Santos, Rio de Janeiro e Maceió com terminais de cruzeiros construídos e operando”, disse Pierdomenico, destacando também os portos que operam mesmo sem instalações próprias, como Paranaguá e Itajaí. 

Painel foi moderado por Maxwell Rodrigues, do Grupo Tribuna

O secretário ainda lembrou que a maior parte dos terminais são novos, tendo sido construídos na época da Copa do Mundo de 2014. 

“Em termos de infraestrutura é uma coisa muito recente”, acrescentou o secretário. “A gente acabou de fazer a licitação do Terminal de Passageiros de Fortaleza, que foi um sucesso”. 

A instalação portuária foi concedida ao Grupo ABA Infraestrutura e Logística, que venceu leilão para a concessão do espaço com uma oferta de R$ 100 mil

“Alguns acham que se pagou pouco na outorga. Só que esse terminal, que é um dos mais bonitos que eu já conheci, demandava manutenção constantemente da autoridade portuária e trazia pouca receita”, disse, mencionando as limitações da Companhia Docas do Ceará em investir na infraestrutura. 

Fabrizio Pierdomenico durante o painel no 5º Fórum CLIA Brasil

“A partir do momento que isso passa para a iniciativa privada, nós estamos nos poupando de custeio, manutenção e investimento. Isso tudo deixa de ser obrigação da autoridade portuária, ela deixa de gastar e passa a receber um valor fixo mensal. Essa é a conta que precisa ser feita”, acrescentou Pierdomenico. 

Ainda segundo ele, o contrato com a ABA também inclui obrigações de investimento no terminal na ordem de R$ 3 milhões.

Pierdomenico ainda disse que os terminais de Recife e Maceió devem ser os próximos a serem licitados para a iniciativa privada. 

“Neste primeiro momento, o Governo Federal pretende continuar fazer as licitações de terminais de passageiro e conversar muito com o setor. Estamos sempre a disposição”, concluiu. 

O painel dedicado à infraestrutura ainda contou com a participação de Dario Rustico, Presidente Executivo para Américas do Sul e Central da Costa Cruzeiros. 

“Em relação a infraestrutura, temos de saber onde estamos e para onde queremos ir”, disse o executivo ao questionar os representantes dos portos sobre suas ambições no setor. 

Rustico ainda comparou o mercado brasileiro com o de países como a Austrália e Singapura, que recebem navios durante o ano inteiro e contam com infraestrutura de ponta. 

Dario Rustico, da Costa Cruzeiros, destacou exemplos no Rio de Janeiro, Itajaí e Balneário Camboriú

“O mundo pertence a quem faz. É importante falar e ter clareza para onde vamos, mas depois, também atuar e fazer acontecer”, acrescentou. 

Um exemplo é a operação do Costa Firenze no Rio de Janeiro na temporada 2022/2023, acrescentou. Inicialmente, o navio não faria escalas no porto carioca, que tinha limitações de infraestrutura. 

“Eles sentaram com a gente, se comprometeram a fazer uma dragagem. Ela foi feita e o navio foi para o Rio de Janeiro”, disse Rustico. 

Outros exemplos positivos são os de Itajaí e Balneário Camboriú, acrescentou o executivo da Costa Cruzeiros. 

Representando os principais portos do país, estiveram também presentes Eduardo Lustoza, Diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da Autoridade Portuária de Santos; de Gilmara Temóteo, Presidente da Companhia Docas do Estado da Bahia (CODEBA); de Álvaro Luiz Sávio, Presidente da PortosRio; e Ronaldo Camargo Souza; Diretor-Geral do Porto de Itajaí. 

Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Daniel Capella e CLIA Brasil

3 Comentários

  1. Será que portos brasileiros estão preparados para receber os navios para temporada 2023/2024?

    O Brasil enxerga DINHEIRO e não segurança!

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