O mercado de cruzeiros marítimos viu um forte crescimento nos últimos anos, na casa dos 33%, mas a falta de infraestrutura fez com que, na última temporada, a alta tenha desacelerado para 10% – e o crescimento para os próximos anos está comprometido, de acordo com Ricardo Amaral, presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar).
De acordo com Amaral, um dos principais problemas do setor é a falta de investimento nos portos.
“Hoje, até mesmo o segmento de cargas é prejudicado por este fator. A questão da dragagem é o problema que afeta ambas atividades. Sem poder receber embarcações de grande porte, os navios de carga não podem aumentar sua capacidade de transporte e os navios de Cruzeiros ficam limitados”, afirma.
Segundo ele, o setor chegou ao limite de operação, porque a falta de estrutura impede a criação de novos destinos de turismo marítimo, e os destinos existentes já estão saturados.
Outro agravante, segundo ele, é o fato de que os portos foram construídos para carga e há poucas adaptações para passageiros.
“Se não há uma estrutura para deslocamento desse turista, imagine o transtorno que isso pode causar em uma viagem de Cruzeiro, que tem o propósito de proporcionar as sensações mais incríveis e surpreendentes? E isso acontece!”
De acordo com o presidente da Abremar, alguns destinos estão preocupados em desenvolver sua capacidade de atracação, por enxergarem o filão dos cruzeiros.
“Em algumas cidades, no entanto, a situação é muito precária. Há alguns projetos de ampliação em andamento que estão há anos parados, aguardando autorização ou um estudo de impacto ambiental ou mesmo a boa vontade dos órgãos competentes. Isso é péssimo, pois são projetos fadados a nascerem desatualizados”, afirma.
A melhoria, segundo ela, também tem foco na Copa do Mundo.
“Entretanto, a vinda de Cruzeiros, durante a realização dos jogos, ainda depende de uma série de outros fatores.”