O Comitê de Emergência do Costa Concordia, comissionado por Franco Gabrielli, a Costa Crociere e o consórcio italo-americano formado pelas empresas Titan-Micoperi, que venceu a licitação para realizar a remoção do Costa Concordia, apresentaram nesta sexta, em Roma, o plano de retirada do navio, que começará em alguns dias e deve durar 12 meses.
A Titan Salvage é uma empresa americana especializada em salvamento e naufrágios marítimos e faz parte do Crowley Group, líder neste segmento. A Microperi é uma companhia italiana, também com uma história na engenharia naval.
O plano de reflutuar o casco como uma única peça dá prioridade ao mínimo impacto ambiental, além de adotar medidas para proteger a economia e a indústria do turismo em Giglio, com o máximo de segurança.
A preservação ambiental é outra prioridade nesta operação de salvamento monumental, que nunca foi realizada antes no mundo. Assim que a retirada estiver finalizada, o fundo do mar passará por uma operação de limpeza e a flora marinha será replantada.
Para evitar impacto na economia e no turismo de Giglio, os funcionários da operação ficarão baseados próximo à região de Piombino, onde os equipamentos e os materiais ficarão estocados, evitando qualquer tipo de interferência nas atividades portuárias da ilha.
A operação será dividida em quarto estágios:
- Após estabilizar o navio, uma plataforma submarina será construída e compartimentos que poderão ser completados com água serão fixados ao lado da parte do navio emersa;
- Dois guindastes fixos nesta plataforma irão puxar o navio para que fique na posição vertical, auxiliados pelos compartimentos que estarão cheios de água
- Quando o navio estiver na posição vertical esses compartimentos serão fixados do outro lado do casco;
- Esses compartimentos, em ambos os lados do navio, serão então esvaziados, após tratamento da água para proteger o ambiente marinho, e serão completados com ar.
Com a embarcação flutuando novamente, será rebocada para um porto italiano, de acordo com as exigências das autoridades do país.
Este projeto foi selecionado e avaliado por uma equipe de especialistas da Costa Crociere, Carnival Corporation & plc, London Offshore Consultants e Standard P&I Club, com a colaboração do Rina e da Fincantieri, para que atendesse da melhor maneira os objetivos da operação: remoção do navio em um único bloco, com risco mínimo, mínimo impacto ambiental, protegendo a economia e a indústria de Giglio, com a máxima segurança.
“Estamos honrados ao sermos escolhidos para realizar essa inacreditável operação de retirada do Costa Concordia. Nossa qualidade em engenharia e experiência que ganhamos nos permitiram apresentar um projeto que atendeu às expectativas”, reiterou Richard Habib, presidente da Titan Salvage. “De agora em diante iremos trabalhar objetivando a preservação do ambiente”.
“Estávamos confiantes desde o início que o profissionalismo da nossa empresa e nossa experiência comprovada em resgate subaquático e as operações de recuperação poderia ser útil para esta operação de resgate”, disse Silvio Bartolotti, gerente-geral da Micoperi. “Ser escolhido é também uma demonstração da qualidade e capacidade de empresas italianas para gerirem esse projeto delicado e sem precedentes”.