Projeto original do Porto Maravilha, com píer para navios de cruzeiro |
A prefeitura do Rio de Janeiro apresentou na semana um projeto para municipalizar e requalificar a área portuária da cidade. Entre os pontos principais do plano, estão a criação de um novo boulevard, a instalação de museus, bares e restaurantes e a de um novo terminal de cruzeiro, que a administração municipal classifica como “moderno, dentro do conceito de shopping portuário”.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella apresentou na última sexta-feira (30/03) o projeto de municipalização do Porto do Rio de Janeiro. Com ele, a Prefeitura do Rio pretende estender a revitalização realizada no entorno da Saúde e Centro e seus benefícios aos demais bairros da região. Trata-se também de uma forma de garantir que a região atinja o potencial pleno do projeto, e que não volte a se degradar e ficar sem uso.
Boulevard Olímpico |
Crivella apresentou o projeto na Câmara Municipal, e explicou que somente um terço da área do Porto Maravilha foi de fato requalificado, enquanto os outros dois terços apresentam ainda galpões ociosos e prédios desocupados. Do Armazém 6 à Rodoviária, o estado de abandono surge como contraste aos investimentos recentes do setor imobiliário em projetos comerciais e hoteleiros.
Com importância econômica estratégica para o Município e para o Estado do Rio de Janeiro, o Porto do Rio tem capacidade de movimentação de 5,5 milhões de toneladas. A área de operação ocupa 1 milhão de metros quadrados, com entrada e saída de carga diversificada (trigo, ferro gusa, granéis líquidos, álcool e derivados, papel, carga conteinerizada e veículos).
As construções da região do porto foram “maquiadas”, mas, à exceção de projetos pontuais, seguem as mesmas de antes da revitalização |
A Prefeitura do Rio acredita na execução integrada dos projetos de valorização urbana, acessibilidade logística e expansão da capacidade operacional do porto. O Município assumiria articulação e supervisão das atividades, constituindo a Autoridade Portuária Municipal. Polícia Federal e Receita Federal, assim como os operadores portuários permanecem com suas funções.
Para o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), Antonio Barbosa, a operação urbana consorciada bate no muro do Armazém. “São ativos da Companhia Docas, e não podemos chegar perto. Para o público ter acesso ao mar, precisa se dirigir aos armazéns concedidos a terceiros. Em uma eventual municipalização, esses armazéns viriam para nós. A autoridade portuária os administraria por um tempo determinado de 20, 30 ou 40 anos. Importante ressaltar que os operadores e agentes federais alfandegários permanecem. Isso não muda”, comentou.
Prédio do Touring e armazéns do Píer Mauá. Terminal de cruzeiros foi movido em preparação para a construção dos novos píers, que nunca foi concretizada |
Mais do projeto original do Porto Maravilha. A revitalização da faixa de cais nunca se concretizou, e poucos projetos particulares foram levados a cabo na região |