Atualizado em Junho de 2022

Vendido como sucata no começo de 2021 , o ex-Costa Victoria se tornou um dos mais novos navios de cruzeiro a serem demolidos nos últimas décadas. Comissionado em 1996, a embarcação estava em serviço há apenas 25 anos – aproximadamente metade da  vida útil de um navio de cruzeiro.

De acordo com dados da Cruise Industry News, a idade média dos navios que foram aposentados ou demolidos nos últimos 20 anos é de 54 anos. Se forem levados em conta os navios que acabaram demolidos também precocemente por conta da COVID-19 em 2020, a idade cai para 50 anos.

Em dia chuvoso, Costa Victoria é visto saindo do Porto de Santos. Escala se tornaria uma das suas últimas no Brasil e aconteceu em fevereiro de 2012

Conhecido por seus interiores sóbrios e elegantes, o Victoria combinava modernidade e tradição. Último navio inaugurado pela Costa Crociere antes de sua venda para a Carnival Corporation, tinha capacidade para cerca de 2,250 passageiros, além de 76 mil toneladas.

Despedida: reveja os interiores do Costa Victoria, que foi demolido em 2021

Construído pelo estaleiro Bremer Vulkan da Alemanha, era um navio único já que não tinha gêmeos.

Para marcar a despedida do navio – que marcou época no Brasil e realizou diversas temporadas nacionais – resgatamos imagens de uma visita a bordo em 2012. Na ocasião, o correspondente Rui Agostinho registrou as áreas públicas do navio em Lisboa, pouco depois de uma travessia Brasil – Europa. 

Confira as imagens: 

Deck da piscina, com destaque para o piso em madeira naval que não é mais utilizado em cruzeiros por conta de seu custo de manutenção
Na parte central do navio, o deck contava com duas piscinas e era o único a bordo
Outra vista do deck da piscina, que também contava com jacuzzis e uma escultura de mais de cerca e dois metros de altura
Área externa, também com deck de madeira
Em reforma em 2004, o navio ganhou uma varanda pública no deck da piscina, consequência do acréscimo de varandas privadas nas cabines localizadas no deck inferior
Outra característica tradicional, o navio contava com uma cafeteria externa na popa
Como boa parte dos navios dos anos 1990, o Victoria também contava com um grande átrio central
Deck mais baixo do átrio, onde ficava localizada a mesa de recepção
Em sua área central, o átrio contava com um café, além de arte suspensa
Também remanescente de navios tradicionais, o jardim de inverno do navio ficava localizado na área do átrio
Outra vista da área do átrio
Batizado Planetarium, o espaço tinha um vão aberto de vários decks – característica em desuso atualmente. Nos navios mais atuais, as companhias optam por ‘preencher’ o espaço que seria do átrio com cabines e áreas públicas adicionais
O átrio ainda contava com um salão de jogos
O ambiente mais incomum do Costa Victoria era o Concorde Plaza, um grande lounge de três andares de altura
Localizado na proa, o espaço ainda contava com vista panorâmixa para da navegação
Palco de festas e apresentações ao vivo, contava com uma queda d’água decorativa, um palco central e ampla pista da dança
Ainda tinha seu próprio elevador panorâmico, movido a vácuo
Costa Victoria
Por conta da localização do Concorde Plaza, o teatro do Costa Victoria ficava localizado na popa, fugindo ao padrão dos navios de cruzeiro modernos que, invariavelmente, tem o espaço na proa
Costa Victoria
Com dois andares, o espaço contava com uma varanda e também vista para o exterior – característica propiciada pela sua posição no casco
Vista da plateia
Para aproveitar a vista do rastro do navio, os projetistas do navio ainda criaram um bar voltado para a popa, com paredes de vidro e localizado atrás do palco do teatro!
Costa Victoria
Também característico de navios mais tradicionais, o spa do navio estava localizado nos decks mais baixos e, apesar de não contar com vista para o mar, tinha uma piscina interna aquecida, com jatos de hidromassagem e de uso livre para os passageiros
O Grand Bar Orpheus, um dos maiores salões a bordo
Outra vista do Grand Bar, que tinha colunas inspiradas pelo design do Queen’s Room do Queen Elizabeth 2
Bar Capriccio, com seus mosaicos assinados pelo famoso artista italiano Emilio Tadini
Outra vista do local
Costa Victoria
O Victoria ainda contava com o Rock Star Club, a balada de bordo
Nos corredores, o navio contava com o estilo tradicional da frota da Costa, inspirado em seus navios mais antigos e também presente nos gêmeos Costa Classica e Costa Romantica, além da dupla Costa Allegra e Costa Marina
Outro diferencial do Victoria era seu restaurante de especialidade, um dos primeiros da frota da Costa
Costa Victoria
Outra tradição mantida com o navio (e que só foi ser extinguida a partir do Costa Diadema) é a presença de uma capela a bordo

Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Daniel Capella e Rui Minas

 

3 Comentários

  1. Meu último contrato foi nele, vai deixar saudades, trabalhei como fotógrafo, ainda exerço o ofício, fiz temporada asiática, China, Japão, Taiwan e Hong Kong.

  2. Um dos meus melhores cruzeiros foi a bordo deste navio belíssimo, com amplas áreas públicas e decoração sofisticada. Os navios da costa ficaram extremamente bregas após a compra pela Carnival. Ainda não entendo como um navio tão novo e lindo ir pra sucata e não ter encontrado um comprador. Vai deixar muitas saudades.

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