Em comunicado publicado na tarde desta quinta-feira (13/1), a CLIA Brasil informou que as companhias de cruzeiro decidiram estender a suspensão voluntária de suas operações no país até o dia 4 de fevereiro.
Anteriormente, os cruzeiros em águas brasileiras haviam sido suspensos voluntariamente até o dia 21 de janeiro. A decisão, também voluntária, havia sido informada no dia 3 de janeiro.
Na ocasião, segundo a CLIA, as companhias iam usar a parada para “buscar alinhamento com as autoridades do governo federal, Anvisa, estados e municípios nos destinos em que os navios operam em relação às interpretações e aplicações dos protocolos operacionais de saúde e segurança que haviam sido aprovados no inicio da atual temporada”,
Cinco navios de cruzeiro estão no Brasil para a temporada 2021/2022. No momento, as embarcações se encontram fundeadas em frente a Santos, aguardando a retomada.
A estação começou em 5 de novembro e foi suspensa já nos primeiros dias de 2022.
Confira o comunicado da CLIA sobre a extensão da parada, na íntegra:
“Em respeito às conversas em andamento para alcançar o alinhamento com as autoridades competentes, a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros) e seus associados tomaram a decisão de extensão do prazo de suspensão voluntária das operações nos portos do Brasil, prevista agora até o dia 4 de fevereiro de 2022.
A decisão de prorrogar voluntariamente a suspensão das operações no Brasil contrasta com a evolução positiva nos Estados Unidos, onde as autoridades de saúde reconheceram a eficácia dos protocolos da indústria de cruzeiros e anunciaram a elevação do Conditional Sailing Order (CSO), que ajudou a orientar o retorno do setor às operações na América do Norte. O governo dos EUA confirmou na última quarta-feira, 12 de janeiro, que a CSO fará a transição para um programa voluntário em 15 de janeiro.
Os cruzeiros são o único segmento que exige, antes do embarque para passageiros e tripulantes, níveis extremamente altos de vacinação e 100% de testes de cada indivíduo. No Brasil, os protocolos exigem que todos os hóspedes estejam com o ciclo vacinal completo, apresentem testes negativos antes do embarque, testagem contínua a bordo, uso de máscaras, distanciamento social e menor ocupação dos navios, entre outros protocolos.
Quando os casos são identificados como resultado da alta frequência dos testes a bordo, os protocolos dos navios de cruzeiro ajudam a maximizar a contenção com procedimentos de resposta rápida projetados para proteger todos os hóspedes e tripulantes, bem como as comunidades que os navios visitam. Além disso, os cruzeiros são o único setor que monitora, coleta e relata continuamente informações de casos diretamente aos órgãos governamentais. Dada essa supervisão e a taxa excepcionalmente alta de vacinação exigida a bordo, a incidência de doenças graves é dramaticamente menor do que em terra, e as hospitalizações têm sido extraordinariamente raras. Os membros da CLIA continuarão a trabalhar em conjunto com as autoridades, sempre guiados pela ciência e pelo princípio de colocar as pessoas em primeiro lugar, com medidas comprovadas que são adaptadas conforme os cenários e que garantem a proteção da saúde dos passageiros, tripulantes e das comunidades que recebem os cruzeiros.
Impacto Econômico do setor no Brasil
A temporada atual, que começou em novembro de 2021, tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão, além da geração de 24 mil empregos, envolvendo uma cadeia extensa de setores da economia, entre eles comércio, alimentação, transportes, hospedagem, serviços turísticos, agenciamento, receptivos e combustíveis, entre muitos outros.
Estima-se, conforme estudo da CLIA Brasil em parceria com a FGV, que cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto para a economia brasileira. A cada 13 cruzeiristas, um emprego é gerado.
Protocolos vigentes no Brasil
- Vacinação completa obrigatória para hóspedes e tripulantes (elegíveis dentro do Plano
Nacional de Imunização). - Testagem pré-embarque (PCR até três dias antes ou Antígeno até um dia antes da
viagem). - Testagem frequente de, no mínimo, 10% das pessoas embarcadas e tripulantes.
- Capacidade reduzida a bordo para facilitar o distanciamento social de 1,5m entre os grupos e permitir a distribuição de cabines reservadas para isolar casos potenciais.
- Uso obrigatório de máscaras.
- Preenchimento de formulário de saúde pessoal (DSV – Declaração de Saúde do Viajante).
- Ar fresco sem recirculação, desinfecção e higienização constantes.
- Plano de contingência com corpo médico especialmente treinado e estrutura com
modernos recursos para atendimento dos hóspedes e tripulantes. - Medidas de rastreabilidade e comunicação diária com a ANVISA, Municípios e Estados”