Na última temporada, o Regatta escalou o Porto de Santos duas vezes. Em sua segunda temporada consecutiva com passagem pela cidade, o navio da Oceania Cruises abriu suas portas para a imprensa e agentes de viagem, e lá fomos nós conhecer melhor a pequena e luxuosa embarcação. Nesse especial, você confere um pouco do que é viajar pela Oceania ao redor do mundo! 

Histórico do navio

Bandeira da Oceania Cruises no mastro principal
Construído em 1998 como R Two, o Regatta foi o primeiro navio a operar para a Oceania Cruises, que é uma companhia relativamente nova, fundada em 2002. É parte da R Class, um conjunto de 8 navios idênticos entregues entre 1998 e 2001 pelo estaleiro francês Chantiers de l’Atlantique. Pequenos e luxuosos, os navios desta classe foram encomendados na metade da década de 90 pela Renaissance Cruises, companhia que sucumbiu à sua própria ganância e a fatores externos, e declarou falência logo após inaugurar o último navio da série em 2001. O Regatta e outros navios da classe, foram então comprados por um investidor, que passou a procurar interessados em operá-los em sistema de frete. Enquanto isso, em Miami, Frank Del Rio, há pouco tempo atrás vice-presidente da Reinassance, e Joe Watters, ex-CEO da Crystal Cruises, se uniam a outros empresários do setor para fundar uma nova companhia de cruzeiros em navios de médio porte. 
Foi aí que surgiu a Oceania Cruises que iniciou operações em outubro de 2002 após fretar o R Two, e renomeá-lo Insignia. Os cruzeiros inaugurais acontecerão no Mediterrâneo, com o casco ainda pintado de azul, e um logotipo diferente do atual na chaminé. O Regatta só ganharia o nome atual em 2003. Em abril deste ano, foi fretado pela agências de viagem francesa TMR, e deixou de operar momentaneamente pela Oceania, que fretou o R One para substituí-lo, batizando-o também de Insignia. Assim, quando voltou para a frota em junho do mesmo ano, acabou renomeado Regatta, e desde então opera regularmente para a companhia norte-americana em diversos destinos no mundo. Foi nesta época que ganhou suas cores atuais, com o casco e chaminés brancas, e também quando teve o deck da piscina reformado. 
Até 2014 havia operado quase sem sofrer alteração alguma em seus interiores, que foram projetados pelo arquiteto britânico John McNeece, e possuem um estilo eclético inspirado em country club ingleses, mas que, utilizando-se do Art Deco, lembra também os navios da década de 1910, 1920 e 1930. Talvez por influência de Frank Del Rio, que participou da construção dos navios na Renaissance, a Oceania não havia alterado praticamente nada dos interiores do navio, com exceção de detalhes e do deck da piscina, que foi reformulado. Entretanto, com a entrada em operação dos dois novos navios da companhia, Marina e Riviera, a companhia decidiu atualizar não só o Regatta, mas os outros dois Rs que operam em sua frota (Nautica e Insignia), que além de novidades na decoração, ganharão elementos destes novos navios, como mais restaurantes temáticos, e novos bares. A revitalização do Regatta ocorreu na Costa Oeste dos EUA, durante este mês (maio/2014).

Características técnicas

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O Regatta foi construído em um dos mais tradicionais estaleiros da Europa, o histórico Chantiers de l’Atlantique, de St. Nazaire, França. Na instalação que fica na margem do Rio Loire, também foram construídos outros célebres navios como o Normandie, na década de 50, e o Queen Mary 2, nos anos 2000. Atualmente, o estaleiro se chama STX France, e constrói o maior navio do mundo, terceiro da classe Oasis. Foi entregue em 1998, e possui 351 cabines para passageiros e 208 cabines para tripulação, podendo hospedar até 372 tripulantes e 702 hóspedes. Com suas 30,277 toneladas, pode ser considerado um navio pequeno para os padrões atuais. Ainda assim, em seus 181 metros de comprimento e 25 metros de largura, possui a maior parte das atrações dos navios de grande porte. Com um projeto moderno para sua época, foi um dos primeiros navios a oferecer cabines com varanda em grande quantidade, algo que se tornaria comum para todos os novos navios nos anos seguintes. Inicialmente possuía um casco azul escuro, que deu lugar ao branco com uma pequena faixa azul claro.

O navio 

Hall central, com sua escadaria.
Junto a seus outros sete gêmeos, o Regatta é um navio único na indústria de cruzeiros. O estilo de sua decoração encontra poucos semelhantes na frota mundial, suas dimensões também não são muito comuns, especialmente para navios construídos nos últimos quinze anos. Com suas cerca de 30,000 toneladas, o navio traz a maior parte das atrações de navios grandes à intimidade e escala dos navios menores. Um destes espaços, que também é um dos maiores destaques do navio, é o átrio, que a Oceania chama de Hall. Talvez o ambiente mais simbólico do navio, o espaço tem dois andares, e pode ser a entrada para o navio dependendo das condições de maré do local onde a embarcação estiver atracada (a outra entrada fica junto as cabines do deck 3). Em seu piso inferior, além de abrigar o balcão de atendimento ao passageiro (recepção), o balcão de excursões, e o ponto de atendimento do Concierge, o Hall também serve como centro de convivência e ponto de encontro. O nível superior do átrio está localizado no deck 5, onde também estão grande parte das outras áreas de convivência do navio. Conectando ambos está uma grandiosa escadaria de mármore com degraus cobertos por tapeçaria vermelha. Além de funcional, a escadaria é decorativa e se divide em duas no andar superior. Com corrimões de ferro negro esculpidos com detalhes em dourado, e grandes painéis de madeira, a escada é complementada com um grande espelho com moldura dourada, em sua parte central. 
Escadaria do Hall
No andar superior do átrio se concentram mais atrações que no inferior; além de uma mesa para reserva de cruzeiros futuros com a Oceania, existem mesas e poltronas (incluindo uma com um tabuleiro de xadrez), um pequeno espaço onde se apresentam músicos, e as duas lojas de bordo. Além de um grande piano de calda, já próximo aos elevadores de popa. Após estes elevadores localiza-se o complexo Grand Dining Room, que além do dining room propriamente dito, inclui um pequeno bar. Apesar de separado do restaurante por painéis, o bar utiliza-se da área próxima à entrada deste. Este espaço, que possui poltronas e sofás, e é independente do restaurante, é resultado de uma aposta da Renaissance Cruises no posicionamento de balcões de bar na entrada de todos os restaurantes a bordo. Apesar disso, somente o deste restaurante, que é o principal, é utilizado desta forma; os outros são apenas usados como base de apoio aos garçons. 
Regatta Lounge
Ainda no deck 5, na área da proa, está localizado o Regatta Lounge, o show lounge do navio. Espaçoso e confortável, o pequeno teatro é palco de apresentações musicais e também diversas palestras sobre os países e portos de escala. Tivemos a oportunidade de assistir a uma sobre o Brasil, muito completa e imparcial, mostrando o país através de todas as suas faces. Este espaço também possui um balcão de bar, que disponibiliza a todo tempo para os passageiros refrigerantes e água, incluídos na tarifa do cruzeiro, e que podem ser consumidos a qualquer momento. Seguindo do lounge em direção à popa, ainda passamos pelo Martinis antes de chegar novamente ao Hall. A área deste bar é multifuncional. Além do bar e suas mesas e poltronas, que serve diversos tipos de martinis e outras bebidas, também fica nesta área o casino, levemente isolado para o lado da proa, e o photoshop, que atravessa ambos, a estibordo. 
Grand Dining Room
Nos três decks acima, 6, 7 e 8, estão a maior parte das cerca de 350 cabines do navio. As outras áreas públicas estão localizadas nos decks 9 e 10. Este primeiro, é o andar da área da piscina, que possui duas jacuzzis e dezenas de poltronas e espreguiçadeiras acolchoadas, bem diferentes daquelas disponíveis nos navios que realizam a temporada brasileira. A área da piscina ainda conta com o Waves Grill, que será descrito mais detalhadamente na parte culinária deste especial, e o The Patio, um espaço de descanso com sofás. A piscina está localizada na área central deste deck, com o Spa na proa, e o Café Terrace na popa. Ocupando toda a área da proa fica o Canyon Ranch Spa Club, que conta com uma grande jacuzzi à céu aberto em um deck exclusivo voltado para a proa, com um salão de beleza, e uma academia. Nesta mesma região ficam o salão de jogos e o Oceania@Sea, espaço com computadores para acesso à internet. Na popa fica o restaurante self-service Terrace Café, que também possui sua própria área externa, na popa. O deck 10, é o último andar real da embarcação. Nele, além de uma pista de jogging localizam-se outros espaços públicos. 
Andar superior do Hall
Na popa, dividindo o espaço abaixo ocupado pelo buffet, ficam os restaurantes de especialidade Toscana e Pollo Grill, o primeiro a bombordo, e o segundo a estibordo. Logo a frente deles, com vista panorâmica para a piscina, fica a biblioteca, que é outro dos espaços de destaque do Regatta. Com teto abobadado e até mesmo uma lareira (decorativa apenas), o espaço tem decoração interessante, e completa coleção de livros disponível para empréstimo. Seguindo direção à proa, atravessamos a área aberta acima da piscina, até o Horizons, um dos maiores espaços do navio, que também é destaque. Todo envidraçado, este lounge possui um grande palco de dança, e um palco, além de um pequeno balcão de buffet. Aqui, toda tarde, às 16h, é servido um chá da tarde completo, com direito a diversas iguarias preparadas pelos chefs de bordo. 
Horizons 
Mas o lounge possui outras funções, além de ser um espaço para observação durante todo o dia (como comprovado pelas lunetas e telescópios disponíveis), durante a noite funciona também como show lounge, para performances de música ao vivo. Em cima fica o deck 11, que é aberto, e além de espreguiçadeiras, possui uma pequena área de esportes (bocha e shuffleboard), e cabanas particulares, que podem ser alugadas (mediante taxa), para uma experiência ao sol mais reservada.
A área da piscina

Para mais fotos do interior do navio, clique aqui


Para ler a parte 2 deste especial, clique aqui
Observamos que este artigo não tem nenhuma relação com nenhuma companhia ou agência de viagens, é apenas a percepção de nossa estada a bordo. Os dados aqui postados, tem como fonte material fornecido a bordo e catálogos das companhias, que podem ser modificados com o tempo. Horários, valores, e informações sobre bandas e shows podem ter sofrido alterações. 


Texto e Imagens (©) Copyrights Daniel Capella.

3 Comentários

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