Após realizar seu último cruzeiro pela Ibero no começo do mês, o Grand Mistral seguiu para Gênova onde entrou em estaleiro para ser transformado em Costa neoRiviera. O navio será parte da frota da Costa Crociere, dentro da nova proposta neoCollection.

Restaurante Mallorca, passando por mudanças pontuais.

Construído em 1999 o Mistral só foi operado por duas empresas até hoje. Encomendado pela Festival Cruises no final dos anos 90 ao celebrado e então badalado estaleiro francês Chantiers de l’Atlantique, foi inaugurado com ponta e circunstância como o primeiro novo navio de uma companhia que pretendia ameaçar a Costa Crociere, em seu posto de líder em oferta na Europa. Talvez confiando excessivamente em sua capacidade de crescimento, a Festival ocasionalmente veio a falir no final de 2004, pouco após inaugurar seu terceiro navio o European Stars.

Área da piscina, que ganhou novas cores.
Entrada do Teatro via Café de los Artistas.
Photoshop

Com seus navios a venda, a Festival viu sua antiga frota ser vendida a diversos operadores menores, e seus novos navios continuando nas mãos de europeus. Enquanto os dois mais novos, European Stars e European Vision passaram à MSC Crociere (renomeados Armonia e Sinfonia), que começou aí sua grande expansão e crescimento, o Mistral, curiosamente, apesar de ter servido de inspiração para o projeto destes dois e ser praticamente gêmeos deles, não foi incluído no negócio com a operadora italiana. Em vez disso, a MSC construiu outros dois navios semelhantes, o Lirica e o Opera, enquanto isso, em 2005 o Mistral acabou fretado a uma operadora de turismo espanhola, após ser vendido para um grupo de investimentos francês.

A chaminé agora com as cores da Costa.
Restaurante Formentor, na popa. Este restaurante, que provavelmente será renomeado também funciona somente no jantar, para complementar os serviços do Mallorca.
 Bandeira italiana, decorrente do novo porto de registro:
Gênova.

A partir de 2005, passou a operar durante o verão europeu na Espanha, como segundo navio da Iberojet, que já operava também o Voyager, hoje Costa Voyager, e os verões brasileiros no Brasil, fretado à CVC que na época operava uma grande frota de navios fretados nas temporadas brasileiras. Foi renomeado Grand Mistral, e operou com uma estrela do mar – logo da Iberojet por mais alguns anos, até o sucesso da companhia chamar a atenção da gigante Carnival. Em 2007 a Carnival adquiriu a Ibero, e o Mistral passou talvez por sua maior transformação no ano seguinte quando adquiriu as cores da reinventada companhia e ganhou novas varandas e suítes. Sua popa foi transformada, diferenciando-o dos navios da MSC, que assim como o Mistral pré-reforma, possuem escadarias externas na área. O logo na chaminé também mudou, assim como o casco que ganhou formas coloridas de pessoas em momentos de descontração assim como os outros navios da Ibero.

Piano Bar Borsalino, que ganhará outro nome, mas está praticamente inalterado

Operou desta forma nos mercados brasileiro e espanhol até este ano, quando teve sua temporada sul-americana 2013/2014 cancelada. Parte dos planos da Costa neoCollection, o navio foi requisitado pela matriz da Ibero, Costa Crociere, para operar em sua própria frota. Para adaptações decorrentes desta tranferência, entrou no estaleiro San Girgio del Porto, em Gênova há cerca de uma semana. Apesar de só iniciar sua operação pela companhia italiana no final deste mês, em Dubai, o agora Costa neoRiviera já está praticamente pronto, com a tradicional chaminé amarela com a letra C em azul da companhia, a bandeira da União Européia no casco, e a típica grafia da Costa em seu nome no casco.

Club Banderas, a discoteca no Grand Mistral, que ganhará outro nome.
Área da recepção. 

A passagem pelo estaleiro serviu essencialmente para a adaptação do navio ao mercado italiano, além da mudança de nomes e cores. Também foram realizadas mudança de cores e carpetes em alguns ambientes como a piscina, que deixou o clássico tom azul para trás, e agora possui pastilhas vermelhas e amarelas. Segundo apuramos a bordo do Costa neoRomantica em outubro, caso a transferência seja bem sucedida, o Mistral poderá passar por uma transformação maior, para deixá-lo ainda mais intimista, e adaptado ao estilo da neoColletion. Nessa caso, o neoRiviera provavelmente ganharia um extenso Samsara Spa, por exemplo.

Grand Teatro Ibiza

O Costa neoRiviera tem capacidade para 1,670 passageiros em ocupação máxima e cerca de 1,200 em ocupação dupla. Possui 47,275 toneladas, e 216 metros de comprimento por 28 de boca. Passará sua primeira temporada pela Costa Crociere em roteiros na região dos Emirados Árabes e na África. Seu primeiro compromisso oficial pela companhia é um roteiro de sete noites com embarque em Dubai, no final deste mês. Em fevereiro parte de Dubai para Savona, via África. O roteiro de 62 noites circo-navegará o continente africano, e será o primeiro do conceito neoCollection. As fotos desta postagem são de autoria e foram gentilmente cedidas por Laura Chiappini, moderadora do fórum italiano Crocieristi.it, para ver mais, clique aqui.

Texto (©) Copyright Daniel Capella.
Imagens (©) Copyright Crocieristi.it e Fabein Montreuil.

3 Comentários

  1. Daniel uma duvida:

    O Mistral ou no caso o Neo riviera hoje é de propriedade da Carnival ou ainda é um navio fretado e de propriedade de investidores franceses?

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