Nas últimas semanas, diversos deputados e políticos se manifestaram sobre a volta dos cruzeiros ao Brasil em 2021/2022.
As declarações ocorreram após a divulgação de uma nota da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No último dia 10, em resposta a veículos de imprensa, o órgão se posicionou contra a revisão da suspensão da operação de cruzeiros.
No mesmo dia, o Ministério do Turismo e a CLIA Brasil reforçaram que a autorização da próxima temporada segue indefinida.
Temporada de cruzeiros 2021/2022 segue indefinida, diz Ministério do Turismo
Esfera Federal
Acompanhando a paralização dos cruzeiros desde o ano passado, a deputada federal Rosana Valle postou um vídeo sobre o assunto em suas redes sociais. Na publicação, destaca o impacto economico da atividade e pede que a Anvisa reavalie a sua decisão.
“O Ministério do Turismo ainda não desistiu das negociações para viabilizar a temporada de cruzeiros no país pois sabe da sua importância. O Ministério sabe que os cruzeiros voltaram em mais de 50 países, onde mais de um milhão e meio de pessoas estão navegando com segurança”, diz a deputada em trecho do vídeo.
Posteriormente, a deputada também levou o assunto para o plenário da Câmara dos Deputados. Na seção do dia 22, voltou a destacar o impacto econômico da atividade e também os protocolos de segurança adotados pelos navios internacionalmente, além de condenar a falta de autorização para a retomada.
“É uma situação que, literalmente, está levando à falência, um dos setores mais segmentos mais promissores e mais vitais para a retomada da nossa economia, que é o setor de cruzeiros”, declarou.
Ao pedir mais uma vez a reavaliação da proibição aos cruzeiros, ainda lembrou dos trabalhadores afetados pela decisão. “Defendo o trabalho de pessoas que representam esse segmento, do tripulante ao taxista, ao uber. É gente que merece respeito e precisa trabalhar”, concluiu.
Na sequência, o também deputado federal general General Peternelli concordou com a necessidade da volta dos cruzeiros. “Me somo a essa necessidade de estarmos envolvidos. Não é só pelos tributos que vão gerar, mas principalmente pelos empregos daqueles que estão necessitando. Em um navio desses, o volume de empregos e a estrutura do entorno é muito grande”, disse.
Antes, outro deputado federal, Júnior Bozzella, havia enviado uma carta a Antonio Barra Torres, o diretor-presidente da Anvisa.
Esfera Estadual
Já na esfera estadual, dois deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) também mencionaram o setor.
Em artigo publicado em jornal de Santos, o deputado Paulo Correa Júnior destacou as incertezas enfrentadas pelos cruzeiros.
“Tal ocorrência traz muita apreensão ao setor que, diferente de outros, não tem outra forma de movimentação ou prestação de serviços”, disse lembrar o parecer recente da Anvisa.
“Desde o início da pandemia, coube aos empresários e agentes do setor, arcar com as despesas e blindar o que foi possível em relação a empregos”, acrescentou.
Ao lembrar a adoção dos novos protocolos sanitários nos navios ao redor do mundo e os esforços do Ministério do Turismo para retomar a operação dos cruzeiros no Brasil, também pediu uma reavaliação da situação. “Não podemos fechar os olhos. Se existe os cuidados, caberá uma nova avaliação”, disse.
Já o também deputado estadual Tenente Coimbra este em Brasília, levando o assunto para uma reunião com o Ministério do Turismo e a Embratur. “É um tema muito relevante não só para minha Baixada Santista, não só para o estado, mas também para o país – principalmente nessa retomada econômica”, disse em discurso na Alesp.
Coimbra ainda destacou o impacto econômico da última temporada realizada no país, em 2019/2020 e lembrou dos novos protocolos sanitários do setor, que, segundo ele, incluem “testes antes do embarque, testes durante a viagem e cabines separadas para possíveis infectados”.
“Essa proibição atrapalha o Brasil economicamente. Atrapalha regiões que dependem exclusivamente ou parcialmente do turismo”, disse citando o parecer negativo da Anvisa.
O deputado ainda citou os impactados da decisão, que vão além dos tripulantes e turistas, incluindo “agentes de viagem, pessoal da bagagem, comerciantes e muitas pessoas”.
“Estivemos em Brasília, conversamos com todos os técnicos do Ministério do Turismo e todos são favoráveis a volta dos cruzeiros, mas dependemos de um parecer da Anvisa”, disse pedindo mais transparência ao órgão.
“É inadmissível que com todo o controle, com todas as medidas sanitárias, essa proibição (aos cruzeiros) continue acontecendo”, acrescentou.
Esfera Municipal
Principal ponto de partida para os cruzeiros no país, a cidade de Santos também viu movimentação em favor dos cruzeiros nas últimas semanas.
Em vídeo que circula nas redes sociais, o prefeito Rogério Santos defendeu a volta dos cruzeiros. “Santos é a capital dos cruzeiros marítimos. Sem o terminal da cidade, os cruzeiros marítimos do Brasil não tem viabilidade”, disse.
“Assinei todos os termos de compromisso necessários, junto com o Governo Federal e a Anvisa, para que essa retomada seja mais rápida possível mas com toda a segurança”, acrescentou.
Ao menos outros dois vereadores também se manifestaram favoravelmente à retomada das operações.
Na última terça-feira (21/9), a vereadora Audrey Kleys enviou um ofício à Anvisa pedindo retorno imediato dos cruzeiros. “Temos sim que pensar nessa retomada, com todo o protocolo de saúde sendo seguido”, disse sobre o documento.
Também vereador, Bruno Orlandi levou o assunto para o plenário do legislativo municipal e apresentou uma moção pedindo a retomada dos navios.
“Sabemos que a COVID impactou imensamente inúmeros setores da economia mundial, sobretudo o setor de cruzeiros marítimos que até o presente momento não retornou”, disse.
“A área agrega inúmeros setores direta e indiretamente, entre eles restaurantes, bares, táxis, ubers, maquinários, combustíveis”, acrescentou citando o impacto economico do setor.
Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagem (©) Copyright Norwegian Cruise Line
Querer é fácil, assumir a responsabilidade é que é a zorra!
Não consegui localizar a deliberação da Anvisa liberando público nos estádios de futebol. Pelo que vi, cada prefeitura e Estado resolveram por si só a liberação. Os cruzeiros aportam em determinado município. E os passageiros visitam aquela cudade, nao o pais todo. Por que, então, precisa para os cruzeiros, liberação da Anvisa. Não seria suficiente que cada cidade assumisse a liberação?
Se tudo voltou, porque os cruzeiros não voltaram?
Orlando, a Anvisa é quem executa as atividades de controle sanitário e fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras.