A bartender do navio MSC Musica Camila Peixoto Bandeira, de 28 anos, foi encontrada morta em sua cabine, na manhã de domingo passado (10), quando o navio voltava ao Porto de Santos após um cruzeiro de sete noites. O barman Bruno Souza Bicalho, de 30, namorado da jovem, disse ter encontrado o corpo e afirmou que ela se enforcou com um lençol. O delegado da Polícia Federal de Santos, Sandro Pataro Myrrha de Paula e Silva, afirmou nesta terça-feira (12) que não descarta a possibilidade de homicídio. Segundo ele, Bicalho caiu em contradições ao ser indagado como encontrou o corpo de Camilla e o lençol supostamente usado por ela para cometer suicídio. “Eu fiz várias vezes essas perguntas e ele se enrolou nas respostas, principalmente quando eu inverti as ordens dos questionamentos”, explicou. O policial disse ainda que vai encaminhar à Justiça Federal ofício pedindo para que Bicalho tenha o passaporte bloqueado e não saia do Brasil até a conclusão das investigações. Segundo o delegado, o barman está num flat, em Santos, sob os cuidados da MSC Cruzeiros. O policial aguarda os laudos do Instituto Médico Legal (IML) e de peritos da Polícia Federal para saber a causa da morte de Camilla.Em nota divulgada hoje, a MSC Cruzeiros informou que “lamenta o ocorrido e aguardará o laudo oficial das autoridades competentes para se manifestar sobre o caso”. A nota diz ainda que “em respeito à família, a empresa preservará todos os dados pessoais da vítima”. Camilla era da cidade de Aldeia da Serra, no Rio de Janeiro. O delegado apurou que ela e Bicalho se conheciam havia 13 anos. O casal namorou e terminou o relacionamento diversas vezes, mas voltou a ficar junto desde outubro do ano passado, quando embarcou no navio para trabalhar. Ainda segundo o delegado da PF, até agora foram ouvidas seis testemunhas sendo o comandante do navio, o subcomandante, dois médicos e outros dois tripulantes. “Um dos médicos foi o primeiro a entrar na cabine. Ele disse que não reparou se havia um lençol no local. As outras pessoas ouvidas afirmaram não ter visto nenhum lençol na cabine”, acrescentou Paula e Silva. Bicalho disse que encontrou o corpo às 9h. Na cabine não havia nenhuma carta de Camilla.
