O primeiro painel do Fórum CLIA Brasil 2023 discutiu as tendências e perspectivas da indústria de cruzeiros no Brasil e no mundo.
Mediado por André Coutinho, do Grupo Bandeirantes, a palestra contou com a presença dos líderes das principais companhias de cruzeiro que atuam no país.
O Presidente do Conselho da CLIA Brasil e Country Manager Brazil da MSC Cruzeiros, Adrian Ursilli, abriu a discussão falando sobre o atual momento da indústria de cruzeiros
“Vivemos um momento ímpar, com muitos mercados investindo para atrair navios e um gap da entrega de novos navios”, disse, destacando os efeitos da pandemia de COVID-19 no mercado mundial.
“Nós não temos a chegada de navios com a mesma frequência do período pré-pandêmico, mas temos muitos destinos atraindo esses navios, como a Ásia, a Arábia Saudita, África do Sul, Caribe”, explicou.
Outros mercados em alta incluem a América do Norte, o Norte Europeu, a Austrália e a Oceania, disse Ursilli.
Nesse contexto, o executivo destacou a necessidade de buscar melhores condições para a operação de cruzeiros no Brasil, com diminuição de custos e melhoria de infraestrutura.
“Podemos receber mais navios, maiores e mais modernos. Que sejam movidos a outros combustíveis e até energia elétrica”, disse.
Também destacou um potencial da temporada crescer em duração, chegando até a uma operação de ano inteiro.
Para isso, no entanto é preciso investir em sustentabilidade e viabilidade econômica das operações, finalizou.
Já o Presidente Executivo para Américas do Sul e Central da Costa Cruzeiros, Dario Rustico, destacou o crescimento da oferta na companhia no mercado local.
A Costa terá uma oferta 100% maior em 2023/2024 quando comparada com a temporada 2019/2020.
“Mas temos que ter um olho no amanhã. A Costa celebrará 75 anos de Brasil nas próximas semanas e nós vivemos muitas coisas”, disse.
Falando do momento atual do mercado, frisou a mudança de cenário global para os cruzeiros.
“Hoje vivemos uma situação especial. No pós pandemia, a decisão era operar onde podíamos colocar os navios”, disse acrescentando que o cenário agora é outro.
“O Brasil precisa competir”, disse, acrescentando que o país precisa ser competitivo economicamente para seguir atraindo navios.
Para a Diretora Executiva da Norwegian Cruise Line Holdings, Estela Farina, a oportunidade de crescer em duas pontas: trazendo estrangeiros para o Brasil e levando brasileiros para conhecer destinos.
“Conhecer um local do ponto de vista do mar é uma outra experiência. O mar é um destino. Mesmo para os brasileiros que já conhecem diversas cidades, é uma experiência bem diferente chegar em um cruzeiro”, disse.
Com suas três marcas, a Norwegian Cruise Line Holdings realizará passagens pelos portos brasileiros na próxima temporada, trazendo principalmente passageiros de outros países aos destinos nacionais.
Representando o Grupo Royal Caribbean, o Vice-Presidente Regional de Relações Governamentais para América Latina André Pousada destacou a gama de públicos que são atraídos por suas marcas.
Além da Royal Caribbean International, que oferece cruzeiros contemporâneos, o grupo também opera cruzeiros de luxo com a Silversea e cruzeiros premium com a Celebrity Cruises.
“Nós não temos mais operação de cabotagem na América do Sul, porém temos os navios de longo-curso, desde Rio Amazonas com a Silversea, até a Patagônia e Chile”, disse.
Ainda disse que o setor vive um momento de competição, de custo e infraestrutura, mas também de experiência.
É preciso investir em todo o sistema turístico, disse Pousada, com questões como receptivo, serviços, segurança e excursões em destinos.
Texto e Imagens (©) Copyright Daniel Capella