Os presidentes e CEOs dos principais grupos de cruzeiro do mundo se reuniram nesta terça-feira (9/4) em Miami, nos Estados Unidos, para discutir o estado atual da indústria de cruzeiros.
Parte da programação do Seatrade Cruise Global, que acontece essa semana na cidade norte-americana, o evento contou com a presença de Harry Sommer, da Norwegian Cruise Line Holdings; Jason Liberty, do Grupo Royal Caribbean; Josh Weinstein, da Carnival Corporation; e Pierfrancesco Vago, da divisão de cruzeiros do Grupo MSC.
Juntas, as quatro empresas presentes representam mais de 80% da capacidade mundial do mercado de cruzeiros.
A discussão foi moderada por Anne Kalosh, da Seatrade Cruise News, e contou também com a presença de Kelly Craighead, presidente da CLIA Global.
Um dos temas abordados pelos líderes foi a sustentabilidade. Jason Liberty, da Royal Caribbean, destacou que há espaço para mais evolução tecnológica no setor, mencionando novos combustíveis como o metanol verde e o eLNG.
O presidente executivo da divisão de cruzeiros do Grupo MSC, Pierfrancesco Vago, disse que uma abordagem globalizada é necessária quando o assunto é a decasbonização do setor marítimo.
“Nós construímos navios que serão amortizados em 30 anos. Precisamos de uma visão de longo prazo e de tecnologia. Estamos pressionando nossos fornecedores para que achem soluções”, disse.
Enquanto Harry Sommer, da NCLH, destacou que é necessário unificar regulações para a indústria de cruzeiros em escala global, Josh Weinstein, da Carnival Corporation disse que entre os elementos que contribuem para a descarbonização estão a distância e a velocidade nos itinerários dos cruzeiros.
“Poderemos ter menos portos. Itinerários de sete noites que não visitam quatro portos, mas talvez apenas três. Talvez, em dez anos, esses roteiros semanais visitem apenas dois destinos”, explicou.
Com tom otimista, os executivos também falaram no futuro do setor, destacando demanda recorde e vendas que superam as de 2019, ano anterior à pandemia de COVID-19.
Jason Liberty, da Royal Caribbean, destacou que há tendências demográficas favorecendo o mercado de cruzeiros, incentivadas pela criação de memórias com amigos e famílias no pós-pandemia.
Já Harry Sommer, da Norwegian Cruise Line, destacou que não há competição entre as companhias de cruzeiro e que todas as marcas se beneficiam das novidades e inovações do setor.
“Quando qualquer novo navio é lançado, a demanda melhora para todos nós”, disse ele.
O executivo também destacou a visão otimista da companhia em relação ao futuro, que motivou uma encomenda de oito novos navios.
Já Josh Weinstein, da Carnival, disse que a companhia deve continuar a encomendar apenas um ou dois navios por ano.
O executivo disse que, neste sentido, a companhia não tem condições de ignorar sua dívida de mais de US$ 30 bilhões.
Em vez de aumentar sua frota, a Carnival Corporation pretende aumentar sua receita ao construir mais demanda com capacidade limitada.
“Teremos uma quantidade finita de cabines, e continuaremos atrás de mais clientes. Isso é o que queremos, uma demanda que seja maior do que a capacidade que já possuímos”, explicou o executivo.
Pierfrancesco Vago, da MSC, lembrou que ainda que haja oportunidade para crescimento, é preciso usar a lógica.
“Os estaleiros só podem construir um número limitado de navios. Temos que encarar o fato de que parte da tonelagem antiga precisará ser aposentada”, disse.
O Portal World Cruises está presente no Seatrade Cruise Global e realiza cobertura através de seu site e redes sociais. Acompanhe!
Texto e Imagens (©) Copyright Daniel Capella