Apresentado pela Prefeitura do Rio de Janeiro neste domingo (19/5), o projeto do Parque do Porto inclui a construção de um novo píer para navios de cruzeiro.
Com o cais atual sendo ocupado por praças e áreas verdes, as embarcações passariam a atracar na nova estrutura, projetada especialmente para os cruzeiros.
Imagens do novo projeto mostram o píer partindo da altura do AquaRio, em local onde hoje fica o Armazém 7 do Porto do Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com as imagens, a estrutura foi projetada para receber de três a quatro navios de grande porte simultaneamente.
Novo terminal
De acordo com a Prefeitura do Rio, o novo píer permitiria utilizar os armazéns históricos do porto – hoje ocupados majoritariamente pelo terminal de cruzeiros Pier Mauá – para atividades comerciais e culturais.
Com as áreas alfandegadas do porto passando para a área do píer, os armazéns seriam abertos à circulação pública, assim como ocorreu no trecho entre a Praça Mauá e a Praça XV, e poderiam ser ocupados por restaurantes, lojas e museus.
Assim, além do novo píer de atracação, o porto do Rio de Janeiro deve ganhar novas instalações para seu terminal de cruzeiros.
Parque do Porto
O projeto do Parque do Porto visa criar uma nova orla de convívio público, lazer, cultura e eventos para o Rio, disse a Prefeitura.
Inspirada pela criação do Aterro do Flamengo nos anos 1970, a administração municipal quer abrir a região da frente marítima da Zona Portuária para uso da população.
Com foco em sustentabilidade e ecologia, o projeto prevê a criação de um conjunto de praças flutuantes, com áreas verdes e para piquenique, além de hortas comunitárias, quadras poliesportivas e ciclovias.
A nova área também prevê um museu a céu aberto, espaços para eventos, equipamentos para tratamento de água e resíduos, além de uma longa via suspensa para pedestres e bicicletas.
O projeto está sendo negociado com o governo federal para cessão de áreas da União e adequação das atividades portuárias.
“A gente quer fazer um parque absolutamente inovador, trabalhar com a questão da sustentabilidade, de como podemos adaptar inclusive às questões de elevação do mar. Por isso falamos em parque flutuante”, disse o Prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes.
“A ideia é ganhar um espaço público urbano de enorme qualidade, que em termos de intervenção no Rio só pode ser comparado ao Parque do Flamengo. Mas queremos um Parque do Flamengo do século 21. Estamos em outro momento ambiental, não se tem mais como aterrar, agredir a natureza”, acrescentou.
Obra em duas etapas
O projeto foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva há cerca de um mês e agora a Prefeitura do Rio de Janeiro, o Ministério dos Portos e Aeroportos e a autoridade portuária PortosRio negociam os termos e a modelagem do novo parque público, uma vez que ele ocuparia área da União.
A ideia da Prefeitura é que o projeto seja realizado em duas etapas, sendo que a primeira delas, no trecho da Praça Mauá até a altura do Armazém 7 do porto (perto do AquaRio), tem licitação e início de obras previstos para até o final de 2024.
Esta fase também inclui o novo píer, que terá formato em Y, além de uma nova marina pública.
Numa segunda etapa, o Parque do Porto aproveitaria ainda o potencial das Ilhas de Santa Bárbara e da Pompeba, que ficam localizadas nesta região da Baía de Guanabara, e seriam agregadas à nova área pública.
“O projeto inicial está bem avançado. Apresentei ao presidente Lula e ao ministro dos Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho. Estamos avançando com o pessoal de Docas. É óbvio que ajustes terão que ser feitos para compatibilizar a operação portuária. O porto do Rio é muito importante para a cidade sob todos os aspectos”, disse Paes.
Texto (©) Copyright Daniel Capella (com informações de Prefeitura do Rio de Janeiro) / Imagens (©) Copyright Prefeitura do Rio de Janeiro
