Por sua vez, o procurador-chefe de Grosseto, Francesco Verusio, reiterou que “a caixa-preta vai nos dizer sobre as manobras que foram feitas pelo navio antes do acidente e imediatamente após” e o resultado de sua análise deve ficar pronto em “par de dias”.
“Estamos avaliando as eventuais responsabilidades de outras pessoas que poderiam ser responsáveis por essas manobras tão arriscadas. Esperamos um relatório da Capitania dos Portos de Livorno que, nestas circunstâncias, é preciso, pontual e muito eficiente”.
Desaparecidos localizados
Dois japoneses que estavam a bordo do cruzeiro Costa Concordia que encalhou em águas da ilha italiana de Giglio foram localizados em Roma, e se somam aos três sobreviventes localizados no navio.
Neste domingo (15), o prefeito de Grosseto, Giuseppe Linardi, informou que os dois passageiros estavam na lista de desaparecidos, mas se apresentaram nesta manhã em Roma. Os japoneses relataram que depois de chegarem até o porto de Santo Stefano foram de ônibus com mais outros dois amigos, também do Japão, para Roma.
Ao contrário desses dois últimos, eles não se identificaram às autoridades logo após a chegada, gerando a confusão que levou a inclusão de seus nomes na lista de desaparecidos.
Linardi admitiu que o processo de identificação dos passageiros está sendo complicado, porque em sua grande maioria os turistas são estrangeiros e podem ocorrer erros na transcrição dos sobrenomes, principalmente na grafia.
Itinerário do cruzeiro nunca terminado, e posição do navio ao encalhar. |
A terceira vítima resgatada com vida do navio Costa Concordia, o comissário-chefe de bordo, Marrico Giampetroni, afirmou: “sempre esperei pela salvação, mas vivi 36 horas de pesadelo”.
O comissário-chefe relatou sua dramática experiência já no hospital de Grosseto, para o qual foi levado de helicóptero logo depois de ser resgatado. A mãe de Giampetroni afirmou que o filho contou a ela que se empenhou durante horas para ajudar as pessoas a localizar os botes salva-vidas e que, ao descer um andar para verificar se não tinha ficado mais ninguém nas cabines, caiu e quebrou uma perna, o que o deixou imobilizado.
“Minhas irmãs me informaram hoje de manhã que Marrico estava vivo”, explicou a mulher. “Assim que soube, chorei. Meu filho é muito cuidadoso, me liga sempre para me manter informada, motivo pelo qual a falta de uma ligação sua me fez pensar o pior. Rezei dia e noite”, disse a mãe.
Passageiros
No total, 3.200 passageiros estavam no navio. Segundo a empresa responsável pelo cruzeiro, havia passageiros de inúmeras nacionalidades, incluindo italianos (989), alemães (569), franceses (462), espanhóis (177), americanos (129), croatas (127), russos (108), colombianos (10), chilenos (10), peruanos (8), venezuelanos (5), cubanos (2), equatorianos (2), mexicanos (2) e um uruguaio.
O consulado do Brasil em Roma informou que 53 brasileiros estavam no navio de cruzeiro que naufragou na costa italiana na noite de sexta-feira (13). Segundo o consulado, a empresa Costa Cruzeiros, dona da embarcação, disse que 47 dos brasileiros eram passageiros e os outros seis, tripulantes. Não há informações de brasileiros entre os mortos, feridos e desaparecidos.
A caixa-preta da embarcação, na qual se encontram as gravações das conversas entre o navio e o porto de Livorno, o mais importante da região, já foi recuperada, informou o procurador chefe. Verusio disse que o impacto com as rochas aconteceu às 21h45 e que as capitanias dos portos próximos não foram avisadas imediatamente.
De acordo com a primeira reconstituição feita por Verusio, o capitão se aproximou demais da ilha de Giglio, fez uma manobra errada e o lado esquerdo do casco do navio se chocou com as rochas. Em pouco tempo, muita água entrou na embarcação.
Memória
O acidente desta madrugada trouxe à memória o desastre do Titanic, a mais emblemática tragédia marítima da história. Mais de 1.500 pessoas morreram no naufrágio que virou filme, o luxuoso transatlântico britânico que colidiu no dia 15 de abril de 1912 contra um iceberg em frente à ilha de Terra Nova, no Atlântico Norte.
O acidente mais grave da história da navegação comercial ocorreu em 20 de dezembro de 1987, no litoral da ilha filipina de Leyte, quando o choque entre a embarcação Doña Paz e um petroleiro causou a morte de ao menos 4.300. A maior catástrofe naval ocorrida na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial envolveu a embarcação Estonia, que afundou em 28 de setembro de 1994 no Mar Báltico provocando a morte de 852 pessoas.
Olá,Daniel.Esse acidente è lamentavel.Mas acho que deve servir como alerta para as companhias de cruzeiros selecionar melhor seus oficias,que sejam experientes e responsaveis,pois estão transportando pessoas.Abraços Eliana Frandsen.
Assista ao vivo o navio Costa Concórdia:
http://noticiasaovivo.terra.com.br/noticias/noticias/389-br/
Empresa italiana de cruzeiros tem histórico de acidentes:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5559683-EI8142,00-Empresa+italiana+de+cruzeiros+tem+historico+de+acidentes.html
Naufrágio do Concordia teve briga por coletes e botes salva-vidas:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5559715-EI8142,00-Naufragio+do+Concordia+teve+briga+por+coletes+e+botes+salvavidas.html
Empresa de navio naufragado na Itália admite erro de comandante:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5559940-EI8142,00-Empresa+de+navio+naufragado+na+Italia+admite+erro+de+comandante.html
Proprietários do navio pedem desculpas por naufrágio:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5560392-EI8142,00-Proprietarios+do+navio+pedem+desculpas+por+naufragio.html
Itália: casal argentino deve continuar cruzeiro em outro navio:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5559612-EI8142,00-Italia+casal+argentino+deve+continuar+cruzeiro+em+outro+navio.html
Ilha de Giglio corre "alto risco" ecológico, diz ministro:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5560348-EI8142,00-Ilha+de+Giglio+corre+alto+risco+ecologico+diz+ministro.html