Com 2018 se aproximando de seu fim, trazemos neste artigo tendências e novidades que foram destaque durante este ano. A lista é elaborada a partir de artigo publicado no começo do ano pela revista Cruise Industry News, de Nova Iorque.
Novos navios
Vários navios de cruzeiro entraram em operação neste ano. O número de novas embarcações entrando em serviço em um único ano é o maior desde 2001. Nada menos do que 15 navios terão começado a operar nos doze meses deste ano. O destaque, no entanto, ficou com gigantes como o Norwegian Bliss e o MSC Seaview, respectivamente da Norwegian Cruise Line e da MSC Crociere.
O Symphony of the Seas foi a grande estrela do ao, com suas dimensões homéricas. O navio tem capacidade para cerca de 7,000 passageiros, e passou a ser o maior do mundo em maio, quando foi entregue à Royal Caribbean.
Dos 15 navios do ano, três ainda entrarão em operação até dezembro, são eles o AIDAnova, da AIDA Cruises; o Nieuw Statendam, da Holland America Line; e o Nat Geo Venture, da Lindblad Expeditions. O Celebrity Edge, da Celebrity Cruises, foi entregue recentemente e está a caminho dos EUA para sua viagem inaugural, que acontece nas próximas semanas.
Futuro Digital
A Cruise Industry News destacou o aquecimento da ‘corrida’ entre as companhias para modernizar seus sistemas e utilizar as tecnologias a bordo durante este ano. Programas como o MSC for Me e o Ocean Medallion estão se multiplicando e irão eventualmente mudar tudo a bordo dos cruzeiros.
O Ocean Medallion, por exemplo, foi desenvolvido pela Carnival Corporation e está sendo implantado, a princípio, pela Princess Cruises. O sistema utiliza-se de apps e sensores para facilitar o check-in, guiar o passageiro pelo navio, substituir o tradicional cartão de bordo, reservar excursões e até mesmo rastrear os filhos dos passageiros!
Foco em novos destinos
Este ano viu as companhias de cruzeiros com uma quantidade sem precedentes de navios em suas frotas. Dessa forma, as companhias passaram a focar também em destinos que antes eram considerados secundários ou sequer recebiam navios, como o caso do Alaska e Cuba, respectivamente. Ambos os destinos tiveram ano recorde em movimento de passageiros.
A forma como as empresas irão lidar com a capacidade adicional de suas frotas, e também das concorrentes, será decisiva para o futuro do mercado. De acordo com especialistas, será preciso pulverizar os leitos em novos destinos. No longo prazo, esse fator pode beneficiar o Brasil, que pode acabar com mais navios.
Atrações melhores e mais modernas
Com os novos navios, chegam também novas atrações a bordo, cada vez mais inovadoras e modernas. O ponto chave aqui, no entanto, é que as atrações dos navios novos estão também sendo implantadas nos navios já existentes. Nunca as companhias de cruzeiro gastaram tanto dinheiro renovando e modernizando seus navios mais antigos.
A ideia das cruise lines é manter todos os seus navios modernos e tão interessantes quanto aqueles que entraram em operação recentemente. Um grande exemplo dessa iniciativa são as revitalizações que a Carnival Cruise Line está realizando em seus navios mais antigos como o Carnival Triumph. A embarcação ganhará novos decks, um parque aquático e redecoração completa, além de bares e restaurantes que estrearam nos navios da classe Dream e Vista.
A Royal Caribbean, a Celebrity Cruises e a Norwegian Cruise Line também realizam programas de renovação de frota similares.
China em baixa
Grande promessa do mercado de cruzeiros, a China esteve em baixa durante 2018. O país recebeu muitos navios nos últimos anos, incluindo vários de grande porte e vários novos. Entretanto, este ano, a capacidade na região diminuiu devido a preços mais baixos e demanda diminuta.
A estratégia de retração foi parte da estratégia das companhias para tentar reverter a baixa nos preços das passagens no mercado local e, assim, se prepararem para a chegada de novos navios nos próximos anos.
Enquanto a Norwegian Cruise Line anunciou a retirada do destino do Norwegian Joy – navio de 167 mil toneladas construído para o mercado local – a Costa e a Royal Caribbean terão novos navios chegando ao destino. O Costa Venezia e o Spectrum of the Seas foram construídos com o passageiro chinês em mente e estreiam em 2019.
O retorno da Europa
Enquanto a China teve capacidade reduzida, a Europa voltou com força para o mapa dos cruzeiros. Devido a problemas com as economias locais, questões políticas e principalmente com a ameaça terrorista, os cruzeiros estavam em baixa na Europa. Companhias norte-americanas como a Royal Caribbean International e a Holland America Line haviam diminuído sua presença no Velho Continente, dedicando um número menor de navios à região.
Em 2018, no entanto, a situação melhorou consideravelmente e a quantidade de navios, principalmente no Mediterrâneo, foi significantemente maior.
Cruzeiros de Expedição
Os cruzeiros de expedição estão passando por um grande boom, que verá cerca de 30 navios do tipo entrando em operação nos próximos anos. Menores, mais versáteis e projetados para destinos remotos, estes navios normalmente operam viagens de luxo em destinos inóspitos como a Groenlândia e a Antártica.
Em 2018, dois navios deste tipo entraram em serviço: a dupla Le Lapérouse e Le Champlain, da Ponant. Clique aqui para ler mais sobre estes novos navios.
Outros três tinham previsão de entrada em operação para este ano, mas tiveram suas entregas atrasadas por seus estaleiros. Em construção em Portugal, Noruega e Croácia, o Scenic Eclipse (Scenic Tours), World Explorer (Mystic Cruises) e o Roald Amundsen (Hurtigruten) agora devem entrar em serviço em 2019.
Entre estes últimos três, o destaque é a entrada no mercado de duas novas companhais de cruzeiro, a Mystic Cruises e a Eclipse Cruises. A primeira é filial da Douro Azul, que opera cruzeiros fluviais em Portugal. A Eclipse tem origem semelhante; opera cruzeiros fluviais na Austrália e Europa.
Texto (©) Copyright Daniel Capella (com informações de Cruise Industry News) / Imagens (©) Copyright divulgação
