Vídeos e fotos tem circulado pela internet acusando os navios de cruzeiro de poluir os mares brasileiros. Nas imagens, desavisados e mesmo membros da imprensa tradicional, acusam as embarcações de despejar esgoto nas águas.
Em um dos casos mais emblemáticos da falta de informação, o colunista Cacau Menezes usou sua coluna no NSC Total para divulgar a notícia falsa de poluição. No artigo, que agora não está mais no ar (seu link agora redireciona para um esclarecimento), o jornalista reproduz um dos vídeos e acusa um navio da MSC Crociere de despejar esgoto em Balneário Camboriú.
Cacau depois se retratou, esclarecendo que o que se vê nas fotos é, na verdade, areia e outros materiais do próprio mar; fato que uma simples pesquisa no google antes da publicação do vídeo teria demonstrado ao colunista.
Para esclarecer a situação de uma vez por todas, a CLIA Brasil preparou um comunicado em que lista as medidas anti-poluição tomadas pelo setor dos cruzeiros e explica melhor as ‘manchas de cor marrom’ que por vezes são vistas ao redor dos navios.
Confira:
“A CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), entidade sem fins lucrativos, fundada em 2006, com o objetivo de atuar na regulamentação, promoção e expansão desta atividade no Brasil, reforça que as companhias de cruzeiros seguem uma rígida legislação de tratamento de resíduos líquidos e sólidos nacional e internacional (IMO – International Maritime Organization). Não se trata da política de uma empresa, mas sim de normas de todo o setor, que trabalha com segurança para preservar o meio ambiente.
Sobre o vídeo que está circulando nas redes sociais e que trata de um possível descarte de esgoto de um navio no mar de Balneário Camboriú, reiteramos que a mancha que aparece trata-se de uma consequência do movimento dos motores revolvendo o material do fundo quando o navio está parado ou manobrando.
Atualmente, as embarcações ficam paradas dinamicamente, com os motores funcionando, para não girarem no eixo e, por ficarem a poucos metros do fundo, levantam areia, argila ou lama apenas em volta do navio. Os sistemas de tratamento de resíduos são de última geração e o descarte só é feito a mais de 4 milhas da costa e em movimento, depois de um rígido tratamento, que resulta, na maioria das vezes, em um produto mais limpo do que a água em que os navios navegam.
Abaixo, alguns exemplos de práticas atuais:
- Todas as escalas de navios dentro do Brasil são fiscalizadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Marinha do Brasil. Vale ressaltar que todas, sem exceção, são aprovadas por seguirem as normas;
- As empresas associadas à CLIA respeitam a política de descarte zero de esgoto sem tratamento, seguindo a MARPOL (Convenção Internacional para Prevenção da Poluição por Navios), e, muitas vezes, fazem muito além do que é indicado;
- Os navios de cruzeiros das companhias associadas à CLIA possuem oficiais de segurança ambiental a bordo, responsáveis por controlar todos os processos de tratamento de resíduos, reciclagem de materiais, além de coordenar e monitorar os procedimentos internos, visando atender às normas nacionais e internacionais;
- As companhias de cruzeiros reciclam 60% mais resíduos por passageiro do que uma pessoa recicla, em média, em terra;
- A cada ano, as empresas de cruzeiros reciclam 80.000 toneladas de papel, plástico, alumínio e vidro no mundo.”
A entidade ainda destacou o seguinte vídeo da CLIA global sobre o assunto:
Texto (©) Copyright Daniel Capella e Clia Brasil / Imagem (©) Divulgação