Em conferência com a imprensa nesta terça-feira (21/7), a CLIA discutiu a retomada do setor de cruzeiros no pós-pandemia. De acordo com a organização, que reúne as principais companhias e players do setor, a Europa é o continente mais adiantado na volta das operações, enquanto Estados Unidos e outras regiões, ainda estão distantes da retomada.
Com a pandemia mais controlada, os países europeus desenvolveram amplo diálogo com a CLIA e seus membros, o que já possibilitou retomada parcial. Cruzeiros locais já estão sendo operados na Noruega, Islândia e França, por exemplo. Hoje (24/7), parte o primeiro cruzeiro pós-pandemia na Alemanha, em operação da TUI Cruises.
As viagens estão sujeitas à diferentes regras, acordadas com governos locais. Na Alemanha, por exemplo, os navios poderão apenas embarcar passageiros locais e, em um primeiro momento, não poderão fazer escalas em nenhum porto. Além da TUI, a AIDA e a Hapag-Lloyd também irão reativar navios no país durante as próximas semanas.
Apesar das inúmeras restrições exigidas pelas autoridades locais, as operações são um passo importante na retomada da normalidade, de maneira ilimitada, destacou Adam Goldstein, o presidente global da CLIA.
Protocolo unificado inclui ações de minimização de risco
Nos próximos meses, é importante a criação de um protocolo universal, que irá servir como base na retomada de operações seguras em todo o globo, disse Goldstein. “Isso não significa, no entanto, que as companhias não possam ir além do protocolo caso queiram, oferecendo ainda mais segurança”, destacou, lembrando que os parâmetros da CLIA podem sempre ser excedidos por seus membros.
O protocolo envolveria vários momentos dos cruzeiros, incluindo o pré-embarque, a experiência a bordo, a interação com portos e as ações que devem ser tomadas para minimizar prejuízos no caso de suspeita ou confirmação de casos de COVID-19 a bordo.
O executivo também destacou o fato de que, hoje, sabe-se muito mais sobre o novo coronavírus do que em março, quando os cruzeiros foram suspensos. “Dessa forma, estou confiante de que nosso setor poderá fazer os ajustes necessários, trabalhando com os órgãos reguladores de forma correta, para proporcionar uma experiência que una as pessoas em segurança”, acrescentou Goldstein.
Não é apropriado especular sobre datas
Mesmo assim, as viagens voltarão de forma ilimitada apenas no momento certo. “Os cruzeiros só irão voltar quando todos estiverem se sentindo seguros, incluindo as companhias”, disse, advertindo que não é possível, ainda, confiar em datas específicas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a CLIA pretende começar, a partir de agora, diálogo mais intenso com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), para definir os critérios definitivos de retomada. O órgão do governo norte-americano estendeu recentemente a proibição dos cruzeiros no país até outubro.
Junto com a extensão, o CDC solicitou para a CLIA informações adicionais sobre o setor, o que é visto por Golsteim como encorajador. “Indica vontade de discutir os problemas e trocar informações além do que já ocorreu até o momento”, disse o presidente, destacando que, até agora, o setor esteve focado na saúde dos tripulantes que seguiam a bordo e em suas repatriações de forma segura.
Situação do Brasil
Questionado sobre a operação no Brasil, Goldstein destacou a importância do país para o setor na América do Sul. No país, a operação é sazonal, e tem previsão de começo para o final de novembro.
De acordo com o presidente, a CLIA analisa a situação do país e a forma como o governo está respondendo à pandemia. Já a CEO global da instituição, Kelly Craighead, enfatizou o papel da filial local da CLIA. “Estamos muito felizes e orgulhosos do trabalho que vem sendo feito pela CLIA Brasil”, disse.
Craighead ainda citou o engajamento da CLIA Brasil, que assim como o resto do mundo, ajuda o setor de cruzeiros a demonstrar sua prioridade na saúde pública. “É um trabalho inteligente, com autoridades locais”, acrescentou.
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