A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) discutiu, no último dia 4, os desafios para a retomada do turismo de cruzeiros após a pandemia de COVID-19.
Batizado “O impulso do setor de cruzeiros à atividade turística: perspectivas e desafios no pós- Ômicron”, o debate contou com a participação de autoridades, além de representantes do próprio setor de cruzeiros.
Antes da pandemia, o segmento apresentava uma das maiores taxas de crescimento no turismo mundial. Em 2018, 28 milhões de viajantes desfrutaram dessa modalidade de turismo.
Já em 2019, foram mais de 30 milhões de passageiros, com geração de receitas superiores a US$154 bilhões. Os dados são da CLIA – Cruise Lines International Association.
De acordo com a CDR, a participação do Brasil, embora discreta, era significativa para a atividade turística no país.
O presidente da comissão, senador Fernando Collor, lembrou que a temporada de cruzeiros foi retomada em março. “Um país como o Brasil, com extenso litoral, rico em atrativos naturais e culturais, merece um setor de cruzeiros pujante, dinâmico na geração de renda e de emprego para os brasileiros”, disse.
Segundo o “Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil”, publicado pela Fundação Getúlio Vargas, a temporada 2019/2020 contou com oito navios operando na costa brasileira por cerca de cinco meses e transportando aproximadamente 470 mil viajantes.
No período, que corresponde ao verão no Hemisfério Sul, o setor gerou 33 mil empregos, R$296 milhões em tributos e R$2,24 bilhões em receitas. Estima-se que cada R$1 investido no setor movimentou R$4,63 na economia nacional.
O presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, Marco Ferraz, destacou o impacto econômico da nova temporada.
“A gente pôde ofertar 193 mil leitos aqui no Brasil, mas a gente deve ter um número que gere mais de um bilhão de reais nessa temporada para a economia brasileira e quase 14 mil empregos”, disse Ferraz.
Já o representante da Anvisa, Alex Machado Campos, ressaltou a importância dos protocolos sanitários adotados.
“Os ambientes de navio são ambientes mais sensíveis, como todo ambiente confinado. Mas a gente provou, durante o período da pandemia, que é possível, a depender do cenário epidemiológico – com um cenário epidemiológico menos crítico, com menos internações, com a ampliação da vacinação, com a ampliação do número de testagem –, conviver, sim, com protocolos que viabilizem a atividade”, falou.
Também participaram da discussão representantes do Ministério do Turismo e da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer de Maceió.
De acordo com a secretária de Turismo de Maceió, Patrícia Mourão, cada vez que os navios aportam, é gerado um lucro de R$ 800 mil a R$ 1 milhão para a economia das cidades.
Texto (©) Copyright Rádio Senado (adaptado) / Imagem (©) Copyright Daniel Capella