A Royal Caribbean International deixou o mercado brasileiro em abril de 2016, após quase dez temporadas no país. Encerrando sua primeira estação nacional, o Rhapsody of the Seas partiu para a Europa e segue sendo, até o momento, o último navio da empresa a navegar em águas brasileiras. 

Pousada durante um dos painéis do fórum

De acordo com André Pousada, Vice-Presidente de Relações Governamentais para América Latina e Caribe na Royal Caribbean Cruises, o navio da classe Vision deve seguir com o título por, no mínimo, mais quatro anos. Conversando com o Portal WorldCruises.com no III Fórum CLIA Brasil, que aconteceu em Brasília no mês passado, o executivo afirmou que o país está fora dos planos da armadora. 

“Não existe a possibilidade de mandarmos um navio da Royal para o Brasil nos próximos anos. Ainda não. Não é nada contra o destino. Ocorre que nosso planejamento é feito com três ou quatro anos em antecedência e por enquanto eu não tenho o Brasil nele”, disse o executivo.

A ausência do destino no planejamento próximo, no entanto, não significa que o país esteja totalmente fora da estratégia da companhia no longo prazo. De acordo com Pousada, ainda que a discussão para um retorno ao país não exista no momento, nada impede que ela não venha a acontecer em breve.

“Talvez no próximo ano, a resposta seja diferente, enquanto estivermos pensando em 2025 e 2026. Hoje não temos planos para os próximos anos, mas o futuro de médio e longo prazo pode realmente trazer grandes surpresas”, explicou.

Futuro mais brilhante

Royal Caribbean no Brasil
Navio da classe Voyager, que visitou o país em 2011

Contribui para um possível retorno, a melhora da situação dos cruzeiros no país. “A gente vê que, no Brasil, já existe uma maior integração entre todos esses atores envolvidos, no tocante ao diálogo, para o desenvolvimento da indústria de cruzeiros aqui. Existe muito mais integração entre as autoridades e o setor”, disse o vice-presidente ressaltando o trabalho da CLIA Brasil e ações como o fórum em Brasília. 

“Na minha opinião, o Brasil está caminhando seguramente para um futuro muito mais brilhante, no sentido de claro. Todos querem mais navios, seja o governo, as armadoras de uma maneira geral, ou os destinos. Minha sensação, em termos gerais, é que o futuro vai ser mais promissor para voltar o crescimento”, acrescentou Pousada. 

O Vice-Presidente ainda lembrou que as deficiências crônicas do país, aliadas a crise econômica de 2014, foram determinantes para a saída do mercado. “Nossos navios, naturalmente, saíram daqui pouco a pouco pelos entraves operacionais e pelo custo de operação. Apareceram destinos no mundo que eram muito mais competitivos e atrativos para a empresa”, disse ele. 

A situação atinge todas as companhias que atuam no país, acrescentou Pousada. “Os demais também tiraram navios daqui. Nós ficamos sem nenhum, é mais impactante, mas de uma maneira geral todos reduziram sua oferta no Brasil”, explicou.

Ainda assim, o Brazil segue tendo uma posição de destaque como destino turístico. “Evidentemente, como país temos tudo para oferecer. Tem beleza natural, uma parte histórica muito rica e a hospitalidade do povo”, disse Pousada, destacando a operação de outras marcas do grupo em portos nacionais. 

Em 2020/2021, o Celebrity Eclipse e o Azamara Pursuit visitarão o país. Voltados ao público internacional, os navios são operados pela Celebrity Cruises e pela Azamara Cruises.  

III Fórum CLIA Brasil reuniu setor em Brasília

André Pousada Royal (Caribbean), Renê Hermann (Costa), Marco Ferraz (CLIA), Estela Farina (NCL) e Adrian Ursilli (MSC) durante o evento

O III Fórum CLIA Brasil, aconteceu no último dia 28, na sede do Ministério do Turismo, em Brasília. O evento reuniu o setor de cruzeiros brasileiros com autoridades envolvidas na operação, além de portos, destinos e outros interessados na área. 

Destaque para a participação do Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, bem como da presidente global da CLIA, Kelly Craighead. 

Texto e Imagens (©) Copyright Daniel Capella 

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