Na última sexta-feira (9/10), a indiana Jalesh Cruises anunciou o encerramento de sua operação de cruzeiros. Voltada ao público local, a companhia havia iniciado operações no começo de 2019, oferecendo viagens partindo de Mumbai, Goa, Chennai e Trincolamalee.
Em comunicado enviado à imprensa, a Jalesh afirmou que não tem condições de retomar sua operação, já que o governo indiano não indicou quando pretende abrir os portos do país. A companhia não realiza cruzeiros desde março, quando precisou suspender embarques por conta da pandemia de COVID-19.
“O setor de cruzeiros foi devastado pela COVID-19. Estima-se que 120 milhões de empregos estão em risco, com prejuízo economico estimado em mais de US$ 1 trilhão, de acordo com relatório do Secretário Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres”, disse a companhia em comunicado.
Além disso, a Jalesh afirmou estar em dívida com fornecedores e outros prestadores de serviço, o que levou o seu navio a ser arrestado.
O Karnika, único navio da frota, está fundeado em frente ao Porto de Mumbai desde maio, com cerca de 60 tripulantes a bordo. A companhia afirmou ter pedido ajuda para autoridades locais, de forma a garantir combustível, energia e suprimentos básicos para os funcionários. Os órgãos consultados, no entanto, não retornaram os pedidos.
“Infelizmente, devido a esse atraso, a tripulação a bordo está vivendo em condições ruins, sem energia e combustível. Esperamos cancelar os contratos deste funcionários e mandá-los para casa assim que as formalidades legais sejam cumpridas”, disse o comunicado.
Karnika enfrenta futuro incerto
Construído no final dos anos 1980, o atual Karnika entrou em operação em 1990. Projetado pela Sitmar Cruises, o navio acabou sendo completado para a Princess Cruises, que comprou a companhia pouco antes de sua inauguração.
Antes de ser comprado pela Jalesh, no fim de 2018, passou por diversas marcas do grupo Carnival, incluindo a AIDA Cruises e a P&O Australia.
Com 70,000 toneladas, tem sua aparência externa projetada pelo famoso arquiteto italiano Renzo Piano. O formato incomum foi concebido por Piano como uma forma de assemelhar o navio a um golfinho.
Agora sem operador, o navio, que tem capacidade para 2,014 passageiros, passa a ter futuro incerto.
Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Jalesh e Ocean Village