O antigo Rhapsody está sendo desmantelado na Turquia. Parta da frota da MSC Cruzeiros até 2009, a embarcação chegou a seu destino final – os sucateiros de Aliaga – no final de julho.
Um veterano dos mares, o navio operou pela última vez em 2018, realizando cruzeiros pelo Mediterrâneo para a Mano Cruises. Desde então, estava imobilizado na Grécia, aguardando uma decisão sobre seu futuro.
Agora, terá sua estrutura desmontada, com materiais de construção, motores, sistemas e equipamentos sendo revendidos ou recondicionados.
O navio era o último da frota clássica da MSC Cruzeiros que ainda não havia sido vendido para sucateiros.
Pioneiro no mercado brasileiro
O Rhapsody foi adquirido pela StarLauro ainda em 1995. A companhia, que pouco depois passaria a se chamar MSC Cruzeiros, escolheu o navio para substituir o decano Achille Lauro – uma embarcação dos anos 1940 que havia sido perdida para um incêndio no ano anterior.
A embarcação permaneceu na frota por cerca de quinze anos, realizando cruzeiros em boa parte dos destinos visitados pela companhia, incluindo Mediterrâneo, Norte Europeu, América do Sul e África do Sul.
Foi também pioneiro no mercado brasileiro, sendo um dos primeiros navios da MSC a realizar temporadas voltadas ao público local.
De pequeno porte, acabou sendo vendido para a israelense Mano Maritime no começo de 2009. Renomeado Golden Iris, navegou pela companhia em roteiros voltados ao público local até meados de 2018.
Apesar de ter sido substituído por um navio maior e mais moderno, estava imobilizado na Grécia desde então. Apesar de ter sido renomeado Gold Club no final de 2021, permaneceu atracado no mesmo local até partir para os sucateiros neste mês.
Construído na década de 70
Com a pandemia de COVID-19 levando ao desmanche de vários navios de cruzeiro, o Golden Iris havia se tornado um dos mais antigos ainda existentes.
Construída na década de 70, a embarcação teve uma história curiosa. Originalmente, havia sido encomendada por uma companhia aérea, a Overseas National Airways.
Em parceria com a famosa revista, a empresa pretendia operar o navio como um “Resort Playboy” flutuante. O projeto tinha apoio de Hugh Hefner, que chegou a estar envolvido no design do navio e suas características.
Enquanto era construído, no entanto, a embarcação foi vendida para a Cunard Line – a tradicional companhia de navegação britânica que, nos anos 1930, absorveu a White Star Line, operadora do Titanic.
Diferente do restante da frota da empresa, o futuro Rhapsody havia sido projetado para cruzeiros informais em destinos tropicais. Apesar disso, a Cunard decidiu manter o conceito despojado e nomear a embarcação Cunard Princess.
Após ser batizado pela Princesa Grace Kelly de Monaco em Nova Iorque, o navio entrou em operação para os britânicos em 1977.
Focando especialmente no mercado norte-americano, realizou cruzeiros para a Cunard por cerca de duas décadas, navegando pelo Alaska, Caribe, Nova Inglaterra, Havaí, Bermuda e mais.
Nos anos 1990, pouco antes de deixar a frota da companhia, foi fretado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos para participação na Guerra do Golfo. Ancorado no Barein, foi utilizado como espaço de recreação e descanso para as tropas norte-americanas.
Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Ian Boyle/Simplon PC, Mano Maritime, MSC Cruises e Cunard