Fabrício e o comandante Giuliano Bossi, a bordo do MSC Preziosa |
Conheça a história de Fabrício Britto, que após trabalhar a bordo de navios de cruzeiros por mais de quinze anos, decidiu dedicar sua carreira em terra à qualificação da mão de obra brasileira voltada aos cruzeiros. O ex-tripulante fundou uma escola especializada e ainda criou o Tripulantes do Futuro, um projeto social que visa qualificar jovens da periferia de São Vicente para trabalho a bordo, e chegou a atender cerca de 800 pessoas por ano.
Há dezesseis anos o jovem vicentino Fabrício Britto, 36, teve a chance de embarcar em um navio italiano como recreador infantil. Na época, o trabalho a bordo dos navios de cruzeiro era uma oportunidade muito distante de qualquer brasileiro. Era o início da atividade cruzeirista na costa brasileira e quase não se falava desse mercado.
MSC Rhapsody, o primeiro navio de Fabrício, visto no Brasil, em 2000 |
Na única empresa que trabalhou, a MSC Crociere, o vicentino chegou rapidamente ao cargo mais importante do setor de entretenimento devido aos seis idiomas que fala com fluência. Três deles aprendidos a bordo com a rotina do navio e muita dedicação.
Com perfil solidário, o jovem educador apresentou no mesmo ano da abertura de sua empresa, a ideia de um projeto social para todas as prefeituras da baixada santista, mas apenas a cidade de São Vicente apoiou o inovador e audacioso projeto e comprou a ideia do novato empresário.
Fabrício Britto e o cantor Michel Teló em noite de show a bordo do MSC Preziosa |
Sempre inquieto, Fabrício embarcava esporadicamente para reciclar e atualizar conhecimentos referentes ao mercado hoteleiro marítimo. Segundo ele este é um mercado em constante transformação, sobretudo no Brasil que é um país complicado nas questões políticas, econômicas e sociais que afetam diretamente as operações das empresas que frequentam a costa brasileira.
Foi justamente a questão financeira que o fez pensar nos jovens da cidade que nasceu. Tanto a Fatto Brazil quanto o Tripulantes do Futuro tornaram-se a missão de vida do empresário que, em nove anos de trabalho em terra, possibilitou o acesso de mais de dez mil jovens ao disputado mercado da hotelaria de luxo internacional.
Mudança de gestão municipal prejudica projeto
Segundo Britto, com a mudança da gestão pública em São Vicente no final de 2012, mais de cinco mil jovens deixaram de ter acesso a um projeto capaz de transformar a vida das famílias da cidade. “Com o término do projeto eu perdi o entusiasmo, a alegria. O Tripulantes do Futuro é a minha vida. Sem perspectiva e ânimo algum preferi fechar a minha escola também. A gestão que assumiu a prefeitura da minha cidade ficou me devendo quase 100 mil reais equivalente a cinco meses de contrato. Foi o pior período da minha vida”, esclarece.
2015: o ano do recomeço |
Porém, motivado pelas milhares de histórias de sucesso que ajudou a construir, o empresário voltou ao mercado desde o ano passado por meio de uma parceria com uma grande rede de escolas de ensino profissio- nalizante. A parceria com o Instituto Mix de Profissões resgatou a autoestima e o estímulo do jovem empreendedor.
Atualmente, o trabalho que Fabrício gerenciava nas dependências de uma luxuosa estrutura escolar localizada no Gonzaga em Santos é feito com exclusividade nas unidades do Instituto Mix de Profissões de São Vicente e Santos (Zona Noroeste). O projeto está em fase inicial e somente estas duas unidades do Brasil oferecem os cursos do Sistema de Ensino Fatto, porém já se estuda a possibilidade de ampliá-lo para todas as 410 unidades da escola espalhadas pelo país.
e Daniel Capella.