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Português Vasco da Gama em Noronha. |
Pela primeira vez, desde 1990, Fernando de Noronha não está recebendo cruzeiros marítimos no verão. A temporada sempre acontecia no final de ano e inicio de ano novo, prolongando-se até meados de março. Falta de navio? Restrições ambientais? Crise econômica? Qual motivo da ilha estar ausente dos roteiros marítimos do Brasil? A pessoa adequada para responder estes questionamentos é Milton Sanches, dono da empresa BCR – Brazilian Cruises Representation, responsável pela primeira, e todas as outras operações de cruzeiros, o “comandante” deste barco até hoje.
O empresário conta que os fatores para a ausência dos cruzeiros são muitos, mas antecipa que nunca teve problemas com a Administração da Ilha. As dificuldades começaram, como relatamos aqui no blog, com a troca da operadora, que fazia a venda das viagens. Sanches também encontrou obstáculos para fretamento de um navio compatível com as exigências para operar em Noronha. “A embarcação deve ter capacidade para transportar cerca de 750 passageiros, o que não é muito fácil, os navios atuais são sempre maiores” explicou.
Milton Sanches contou que chegou a localizar um navio em Portugal (da Classic International Cruises), mas o dono da embarcação morreu depois da assinatura do contrato e, por problemas familiares, o navio foi apreendido. Com dificuldade, identificou outra embarcação, mas não havia tempo para viabilizar toda a operação e venda dos cruzeiros. “Existe um conflito judicial da competência do órgão que pode autorizar a licença de operação. A justiça impediu a Companhia de Meio Ambiente do Estado – CPRH, de emitir a licença, mas nós achamos que esta é uma atribuição da CPRH” avalia.
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Orient Queen que fez a temporada 2008/09 na Ilha ainda pela CVC. |
Pesquisa
Segundo Milton Sanches, uma pesquisa que comprova a importância econômica dos cruzeiros para comunidade noronhense, foi realizada. “Cerca de 40% dos serviços locais como locação de veículos, passeios de barco e comércio dependem dos navios neste período” revelou. O empresário calcula em 23 anos os cruzeiros trouxeram para a ilha cerca de 180 mil turistas. Ele diz que a avaliação feita indica que 90% dos visitantes manifestaram interesse em retornar a Noronha, seja de navio, seja por via aérea. “O navio é um divulgador da ilha, é uma forma de viabilizar visita de pessoas que não viriam e Fernando de Noronha e que depois podem voltar” finaliza Milton Sanches.
Espero que consigam arranjar e confirmar um navio que caíba nas tais qualificações necessárias, pois fazer um cruzeiro já é incrível, ainda mais indo para um lugar como a Ilha de Fernando de Noronha.
Que pena, era o lugar ideal para os navios da Classic poderem operar sem concorrência. A prova mais pura de que existe mercado para estes belíssimos navios que por agora se encontram em situação muito complicada.
Abraço
Ricardo
http://mytakkes.blogspot.com
Na minha programação era o próximo que iria fazer, tomara que consigam mesmo o navio, porque deixar de fora um local tão lindo é um desperdício!