Com coronavírus na Europa, Brasil pode ser alternativa para navios nos próximos meses

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MSC Sinfonia é um dos navios que está na América do Sul no momento

Crise para alguns, oportunidade para outros. Enquanto a Europa sofre com o novo coronavírus, o Brasil pode, pela primeira vez, ter cruzeiros regulares durante os meses de inverno local.

Até o momento, a operação é apenas de uma hipótese, mas a chance de sua concretização é considerável. Manter os navios no Brasil por um período maior do que o inicialmente previsto é, para as empresas de navegação, uma alternativa para minimizar os impactos operacionais das restrições no Mediterrâneo. 

Operação na Europa está ameaçada no curto prazo

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Em quarentena, a Itália não poderá operar normalmente navios de cruzeiro até, ao menos, o dia 3 de abril. O país é o mais afetado pela COVID-19, e também um dos principais mercados europeus para cruzeiros. Até o momento, conta com 12,462 casos, além de 827 mortes. 

Enquanto a Costa Crociere já comunicou que suspenderá suas operações italianas até, ao menos, o próximo dia 3, a MSC Crociere deve anunciar medidas similares em breve. As decisões das companhias italianas, que estão entre as maiores do mundo, podem ser seguidas por outras estrangeiras que também tem operação regular no país europeu. 

A Itália, no entanto, não é o único local afetado pelo novo coronavírus na Europa. A França, por exemplo teve um salto no número de confirmados nos últimos dias. Até esta quarta-feira (11/3), conta mais de 1,784 casos da nova doença, além de 33 mortes. Escolas estão fechadas nas regiões mais afetadas desde a semana passada. 

A Espanha, alcançou o posto de quinto país com mais casos da COVID-19. No país ibérico, os contagios somam, até o momento, 2,188 pessoas, com 49 mortes. Na última segunda-feira (9/3), a Comunidad de Madrid ordenou a suspensão das atividades escolares, em medida que pode ser seguida por outros estados espanhóis, e, assim como no caso francês, pode preceder ainda mais restrições. 

Alemanha e Suíça são os outros dois países europeus entre os 10 com mais casos do novo coronavírus até o momento. 

Com exceção da Suíça, os países citados também estão entre os principais mercados e destinos para cruzeiristas em solo europeu. Com o fechamento das fronteiras na Itália, seriam, em condições normais, alternativas viáveis para a operação dos navios.

A situação atual, no entanto, é instável e passa por constante mudança. Sem a certeza do que irá acontecer nas próximas semanas ou meses, as companhias não podem se comprometer com planejamento de curto ou médio prazo para a região.

A única alternativa viável, são cancelamentos de roteiros e imobilização dos navios. 

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O Brasil, enquanto isso, é um dos poucos destinos ao redor do mundo em que os navios de cruzeiro continuam operando sem restrições. Apesar de algumas mudanças em protocolos sanitários a bordo e procedimentos de embarque, as embarcações que estão por aqui seguem realizando suas viagens normalmente.

O país registra casos da COVID-19, mas em pequena quantidade, e sempre relacionados a viagens ao exterior. Diferente dos países europeus e asiáticos, o vírus não circula por aqui até o momento. 

Dessa forma, o Brasil pode estar para a Europa assim como a Austrália esteve para a Ásia recentemente. Quando as restrições começaram a ser implementadas no Extremo Oriente e no Sudeste Asiático a partir do fim de janeiro, companhias de cruzeiro optaram por reposicionar seus navios na Austrália – região que também não foi fortemente afetada pelo novo vírus até o momento. 

Enquanto isso, outros armadores optaram por estender a permanência na Oceania de navios que partiriam para a Ásia posteriormente. Diversas companhias ainda desviaram para a região australiana itinerários que tinham como destino portos asiáticos. 

A Princess Cruises por exemplo, cancelou todos os cruzeiros a partir de Shanghai que teria a bordo do Sapphire Princess. No lugar destes, acrescentou uma temporada de verão a partir de diversos portos australianos. 

A Dream Cruises e a Royal Caribbean International tomaram ações semelhantes, enquanto a Cunard, a P&O e outras ampliaram as escalas na Oceania em detrimento de paradas na Ásia, durante viagens internacionais. Clique aqui para ler mais. 

Fator preço é irrelevante no momento

Além da baixa demanda em meses fora de temporada, outro fator que sempre inviabilizou a operação no Brasil no inverno, foi a concorrência com a Europa. Para as companhias, no geral, é possível obter melhores preços vendendo os cruzeiros no verão europeu do que no inverno brasileiro. 

Com a situação atual, caso consigam seguir operando no Mediterrâneo, e restante do velho continente, as empresas não poderão praticar preços altos devido a queda de demanda. 

Terá chegado a hora, finalmente, de o Brasil ter uma operação regular nos meses de inverno? 

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1 Comentário

  1. Seria muito interessante que houvesse Cruzeiros agora no princípio do inverno, pela parte norte oriental do Brasil, o Maranhão na setentrional e a Bahia no oriental, onde o inverno é menos rigoroso. De Minas para baixo o inverno já incomoda.
    Abraços.
    Denise

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