O primeiro painel do Fórum CLIA Brasil 2024 discutiu as tendências e perspectivas do mercado de cruzeiros mundial e nacional.
O evento acontece nesta quarta-feira (28/8) na sede da Confederação Nacional dos Municípios, em Brasília.
Mediada por André Coutinho, jornalista do Grupo Bandeirantes, a discussão contou com a presença dos líderes das principais companhias de cruzeiro que atuam no país.
MSC Cruzeiros
O diretor geral da MSC Cruzeiros no Brasil, Adrian Ursilli, iniciou sua participação destacando o investimento da companhia em sua frota.
Como grupo, a empresa vê potencial no setor de luxo, para o qual criou uma nova marca, a Explora Journeys.
Já o mercado brasileiro, apesar de seu potencial, continua enfrentando desafios significativos, explicou Ursilli.
Insegurança jurídica é um problema para o país, disse Ursilli, acrescentando ver pouco avanço nesse setor e em outros desafios enfrentados.
Ainda que tenha recentemente anunciado planos para trazer mais um navio ao país na próxima temporada, a companhia vê impacto significativo de questões como incertezas em relação a normas trabalhistas para a contratação de brasileiros, além de infraestrutura portuária insuficiente.
“Nós, junto com os terminais e destinos, estamos tentando travar essa batalha que não é fácil”, disse citando desafios como burocracia e viabilidade de investimento.
Costa Cruzeiros
Já o presidente executivo para as Américas da Costa Cruzeiros, Dario Rustico, destacou o momento internacional da companhia.
Parte da Carnival Corporation, maior conglomerado de cruzeiros do mundo, a marca retomou a totalidade de suas operações em 2023 e vive momento de expansões em regiões como a Ásia e o próprio Brasil.
Por aqui, a próxima temporada terá como destaque novos itinerários e um foco no entretenimento a bordo, que contará com nova programação de festas.
Para o futuro, no entanto, o pais precisa melhorar sua competitividade no cenário internacional.
Algo que tem grande impacto para o mercado, é a previsibilidade, disse Rustico, com decisões sendo tomadas em espaço de tempo muito curto.
Falta ao Brasil uma meta e um plano de ação claro, acrescentou, dizendo ser difícil vender aos shareholders estrangeiros um país “que não sabe onde quer ir”.
“Temos que ter claro onde queremos ir. Isso é uma medida que impacta tudo. Um objetivo guia tudo o que temos que fazer”, disse.
Norwegian Cruise Line Holdings
A diretora geral da Norwegian Cruise Line Holdings no Brasil, Estela Farina, frisou o foco da companhia em expandir sua frota, que incluiu uma encomenda recente de oito navios.
Também destacou que a companhia segue investindo em uma estratégia com três marcas – Norwegian Cruise Line, Oceania Cruises e Regent Seven Seas – que servem diferentes setores do mercado.
Para os destinos brasileiros, o foco da Norwegian Cruise Line Holdings está na “importação”, disse Farina.
Além de levar brasileiros para embarcar em seus navios em outras partes do mundo, a empresa realiza roteiros com passagem pelo litoral nacional. A operação traz estrangeiros para o país, acrescentou.
As três marcas da companhia passam pelo país, com os destinos nacionais servindo como paradas importantes e atraentes, disse.
Apesar de não ter planos concretos para operar temporadas de cabotagem no Brasil, a companhia segue considerando o país para o futuro, concluiu Farina.
Grupo Royal Caribbean
Representando o Grupo Royal Caribbean, o Vice-Presidente Regional de Relações Governamentais para América Latina André Pousada destacou os recentes investimentos da companhia em novos navios e também em destinos privativos.
Além de inaugurar dois navios neste ano, a companhia está agora trabalhando em beach clubs no México e Bahamas.
Já no Brasil, a empresa tem uma “presença muito importante” com a Celebrity Cruises e a Silversea, companhias de alto padrão do grupo, disse.
Pousada destacou o retorno da Celebrity, que após uma temporada ausente, volta ao litoral nacional no final de 2025.
Com operação no país tanto na temporada 2024/25 como na 2025/26, a Silversea realizará escalas em 30 destinos brasileiros com seus navios de alto luxo.
Apesar de ter visto sua posição cair recentemente, o Brasil também segue um importante emissor de passageiros para cruzeiros das companhias do grupo Royal Caribbean ao redor do mundo.
Texto e Imagens (©) Copyright Daniel Capella