Acontece nesta quarta-feira (28/8), em Brasília, o 6º Fórum CLIA Brasil. Com o objetivo de discutir o cenário atual e as perspectivas da indústria de cruzeiros, o evento reúne os principais players do setor no Brasil, além de representantes de diversas esferas do governo.
A programação do evento – que acontece na sede da Confederação Nacional de Municípios – começou com uma cerimônia de abertura que contou com a presença de diversas autoridades.
Entre os presentes esteve o Ministro do Turismo, Celso Sabino, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo. Ainda participou da cerimônia o deputado federal e presidente da Comissão de Turismo, Paulo Litro, além de Dario Rustico, presidente do conselho da CLIA Brasil, e Marco Ferraz, presidente executivo da CLIA Brasil.
Além de discursos das autoridades presentes, a cerimônia de abertura também contou com o anúncio dos números e resultados da temporada brasileira 2023/2024.
Willian Pereira de Lima Filho, diretor da Antaq, destacou a ligação da agência com os cruzeiros, especialmente na regulação de infraestrutura portuária para os navios do setor.
Segundo ele, diversas ações neste setor estão em andamento neste momento, incluindo a concessão de terminais no Nordeste.
Ainda de acordo com Pereira de Lima Filho, uma audiência aberta para discutir o leilão do terminal de cruzeiros de Maceió acontece na capital alagoana nesta quarta-feira (28/8).
Já o terminal de Fortaleza foi leiloado no ano passado, passando a ser administrado pela Termap Fortaleza.
“O Brasil está com pressa e o país quer crescer. Todos nós temos um papel importante a cumprir,” acrescentou.
O diretor também destacou a participação do setor de cruzeiros na geração de emprego e divisas para o país.
Gabriela Coelho da Costa Scarduelli, secretária executiva adjunta do Ministério de Portos e Aeroportos, destacou o papel do setor de cruzeiros para o país.
“O setor tem um impacto de mais de cinco bilhões na economia nacional, além de um impacto muito positivo nas cidades de destino”, disse, destacando a forma como os navios divulgam os destinos e geram emprego e renda.
O setor de cruzeiros também está na vanguarda das políticas ambientais sustentáveis, disse Scarduelli, com empresas do setor seguindo não só as diretrizes da International Maritime Organization (IMO) mas também criando metas arrojadas.
Uma delas é a da redução de emissões em 40% até 2030 e posterior redução em 100% até 2050.
“A gente sabe que para esses impactos positivos continuam ocorrendo, temos que trabalhar juntos para reduzir alguns gargalos e vencer alguns desafios,” disse Scarduelli.
Entre os desafios está a melhoria da infraestrutura dos terminais de passageiro, acrescentou.
“Isso passa por melhor interligação com transporte, melhoria de receptivo e infraestrutura”, disse citando também questões operacionais.
Outro fator é o alto custo em items como praticagem e taxas portuárias, acrescentou Scarduelli.
Em relação a infraestrutura, a secretária disse que dois leilões de terminais previstos para 2025, nos portos de Recife e Maceió, se somando a outros já existentes, incluindo quatro arrendamentos, com total de dez instalações portuárias de turismo.
“Estamos ciente dos desafios, mas certos da relevância do setor para a economia nacional. Contem conosco para aumentar a competitividade e aumentar o setor dentro daquilo que temos competência,” acrescentou.
Já o Ministro Celso Sabino fez um balanço da última temporada e cobrou também os operadores de cruzeiro.
“Hoje o Brasil festeja bons números no setor”, disse o Ministro, agradecendo ao trabalho da CLIA, do Ministério de Portos e Aeroportos, e da ANTAQ, além de outros órgãos.
Também destacou a premiação do Brasil no World Travel Awards (WTA) 2024, com o país sendo eleito o melhor destino para cruzeiros na América do Sul.
“Sentimos falta de propaganda, de mais promoção. Nosso potencial é gigantesco, tanto pro turista interno como internacional”, disse Sabino.
Comparando o setor nacional com o dos Estados Unidos, Sabino disse que o investimento em propaganda no mercado brasileiro é menor.
Ainda comparando o país com outras regiões do mundo, o ministro cobrou também investimento por parte das companhias.
“É importante que companhias como a Costa, a MSC e a Royal Caribbean possam fazer investimento privado em infraestrutura”, disse Sabino.
O ministro destacou terminais particulares em locais como Miami, onde a Royal Caribbean International opera o terminal conhecido como Crown of Miami.
“Funciona muito bem, desde o controle alfandegário, a operação. Tudo ali é organizado pela Royal Caribbean,” disse.
Ainda assim, o Governo Federal tem investido em infraestrutura, disse ele, destacando o novo PAC, que irá investir mais de R$1 trilhão em diversos setores, incluindo transporte.
“O governo tem trabalhado também em melhorar o ambiente de negócios para melhorar a atratividade do Brasil como destino para os cruzeiros,” destacou.
Sabino ainda citou a Amazônia, dizendo que o local “precisa” ser visitado e, para isso, é preciso melhorar a parceria entre o público e o privado.
Rodrigo Garrido, da Confederação de Municípios também subiu ao púlpito para destacar a parceria com o setor e a realização do evento na sede do órgão em Brasília.
Texto e Imagens (©) Copyright Daniel Capella