Temporada 2015/2016 acabou no último dia 10. 

Estima-se que mais de 400 mil passageiros tenham embarcado em cruzeiros na costa brasileira entre novembro de 2015 e abril de 2016. Os números são da CLIA Abremar, que ainda estima que cerca de R$ 90 milhões tenham sido pagos em comissões a agentes de viagem brasileiros na estação.

Com o fim da temporada de cruzeiros brasileira em 10 de abril do último mês, a CLIA Abremar publicou algumas informações preliminares sobre o impacto da estação e seus números.

Confira o boletim da entidade, que também traz uma atualização sobre seu trabalho junto a autoridades brasileiras, publicado em sua newsletter de abril:

“Os dez navios que vieram ao Brasil para a temporada 2015/2016 encerraram uma série de 211 viagens pelo litoral brasileiro, uruguaio, argentino e chileno, partindo em seguida para novos cruzeiros mundo afora. Estima-se que mais de 400 mil cruzeiristas tenham experimentado essa aventura dos sonhos desde novembro do ano passado.


Nesse período, os navios fizeram escala em quinze cidades da costa brasileira, o que representou uma significativa entrada de recursos para os locais visitados, com vendas excepcionais no comércio, no transporte e para todo o suporte do qual dependem os cruzeiros, como suprimento de produtos agrícolas.


Mas os municípios ganharam, principalmente, maior visibilidade com a chegada de turistas estrangeiros, a maioria sul-americana, deixando a porta aberta para visitas futuras, o que representa novas receitas para a economia brasileira.


Os benefícios ao País não se resumem a isso, obviamente: há de se computar os impostos recolhidos aos cofres públicos, os milhares de empregos criados a bordo, nos portos, nos escritórios e nas agências de viagens de todo o País.


Temos percebido que o reconhecimento à atividade tem aumentado por parte das autoridades brasileiras, que percebem nossa notável contribuição ao mercado de trabalho e à entrada de dólares pela via do turismo.


Infelizmente, nossos portos continuam sem a infraestrutura necessária para receber os navios, os custos aqui são altíssimos e a burocracia impõe gargalos quase intransponíveis. Alguns acenos são feitos, mas todos demandam tempo e investimento, como a privatização de terminais para navios de passageiros.


Essa demora talvez seja a maior razão pela qual os Cruzeiros Marítimos vêm encolhendo pelo Brasil, uma vez que as armadoras procuram desenvolver seus roteiros para países que sabem atrair a atividade com sabedoria e bom senso. A previsão da CLIA é a de que entre cinco e seis navios venham ao nosso litoral na próxima temporada.

A caminhada do País na contramão desse bom negócio contrasta com o fantástico crescimento dos Cruzeiros Marítimos em todo o mundo. Este ano, esperamos que mais de 24 milhões de pessoas viajem por este meio – mais de um milhão de acréscimo em relação a 2015.


O avanço da indústria dos Cruzeiros permite lançar navios cada vez mais sofisticados e a buscar destinos ainda mais atraentes para seus hóspedes. E é para esse crescimento mundial que os agentes de turismo daqui devem mirar suas baterias.


A verdade é que os brasileiros continuam encantados com os Cruzeiros Marítimos: o que recuou aqui foi a oferta de leitos, não a demanda. Eles querem embarcar mundo afora em nossos navios e, segundo a CLIA Internacional, 75% dos pacotes de Cruzeiros são vendidos pelos agentes. Só no Brasil as armadoras de navios pagaram R$ 90 milhões em comissões na última temporada.


Ao focar os cruzeiros internacionais, os agentes devem conhecer as preferências dos turistas: o Caribe continua sendo a joia da coroa, com 33,7%; a seguir, Mediterrâneo (18,7%), restante da Europa (11,7%), Ásia (9,2%), Austrália e Nova Zelândia (6,1%), Alaska (4,1%) e América do Sul (2,7%).


Pena que o Brasil tenha uma participação tão pequena nessa escala; com seus quase 8 mil quilômetros de costa, deveria ser uma potência no setor e estar entre as mais elevadas posições no ranking mundial, um destino obrigatório dos transatlânticos.


Enquanto isso, a indústria de Cruzeiros Marítimos se expande em larga escala em outros continentes e a demanda por essas viagens cresceu 68% nos últimos dez anos. O impacto econômico em todo o mundo da atividade ultrapassou U$ 120 bilhões de dólares, o que levou à criação de mais de 940 mil empregos e o pagamento de mais de U$ 40 bilhões em salários.


O agente deve avaliar bem a variedade e a qualidade das ofertas em todo o mundo. Com a certeza de que seu cliente vai gostar muito da ideia.”


Texto (©) Copyright Daniel Capella e Abremar.
Imagens (©) Copyright Daniel Capella.

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