O Governo Trump está considerando aumentar os impostos para as companhias de cruzeiro que possuem sede nos Estados Unidos.

Em entrevista para a Fox News, o novo Secretário de Comércio dos EUA, Howard W. Lutnick, sugeriu que as empresas podem ser utilizadas para aumentar a arrecadação do país.

Segundo ele, a nova Administração Trump quer diminuir os impostos para os cidadãos norte-americanos, transferindo o ônus para “os outsiders”.

“Você já viu um navio de cruzeiros com a bandeira dos EUA na popa? Eles sempre usam bandeiras de países como a Libéria ou o Panamá. Nenhum deles paga impostos, nenhum”, disse Lutnick durante sua entrevista com a emissora.

Navios de cruzeiro no Porto de Miami

“Isso vai acabar com o Donald Trump. Esses impostos vão ser pagos e a carga tributária dos norte-americanos comuns vai cair”, acrescentou.

Para Lutnick, além dos cruzeiros, outros setores que precisam incluem o de bebidas alcoólicas importadas e a dos supertankers, navios que transportam combustíveis e óleos.

O secretário ainda disse que as ações são parte de um plano para abolir o Internal Revenue Service (IRS), órgão responsável por cobrar impostos de renda. Em vez de cobrar impostos dos cidadãos, Lutnick disse querer arrecadar através de empresas estrangeiras.

A Administração Trump ainda quer balancear o orçamento nacional e, em sentido mais amplo, diminuir impostos, acrescentou.

Companhias tem sede nos EUA

Ações do Grupo Royal Caribbean, que controla marcas como a Royal Caribbean International e a Celebrity Cruises, chegaram a cair mais de 10% após a entrevista

A medida pode impactar significantemente o mercado de cruzeiros, já que três das quatro maiores companhias do setor tem suas sedes nos Estados Unidos.

Após a entrevista, que aconteceu no último dia 19, as empresas enfrentaram baixas significativas nos valores de suas ações.

No dia seguinte, as ações do Grupo Royal Caribbean, por exemplo, caíam mais de 10%, enquanto as ações da da Norwegian Cruise Line Holdings e da Carnival Corporation enfrentavam quedas de cerca de 6%.

Esta última controla a Costa Cruzeiros, além de outras oito marcas, que servem diferentes nichos e mercados ao redor do mundo.

Texto (©) Copyright Daniel Capella (com informações de Cruise Industry News) / Imagens (©) Copyright Daniel Capella