Após ter sido vendido no ano passado para uma sociedade de conservação o United States continua em Filadélfia a espera de seu destino. O navio, que até hoje detém a Blue Riband, dada ao navio que mais rápido cruzar o Atlântico Norte, é o último existente a ter sido construído inteiramente nos Estados Unidos da América (EUA).

Apesar do bom estado aparente de seu exterior, interiormente, o navio não mantém nada de sua última viagem, que aconteceu em 1969. O United States foi construído em 1952 em Newport News, Virginia, EUA, e após passar por vários proprietários, como a Marinha Norte Americana, e a Norwegian Cruise Line, o navio foi adquirido pela S. S. United States Conservancy, que pretende convertê-lo em uma atração estática, que poderia contar com hotel, museu e áreas de evento. 

Já que o retorno do navio a operação é praticamente inviável, a sociedade pretende restaurar muitas de suas características originais em seus interiores, tornando a embarcação um museu vivo em uma cidade como Miami ou Nova York.

A sociedade, no entanto, não detém os fundos necessários para completar a revitalização, que está avaliada em cerca de 100 milhões de dólares. Por isso, pede a todos os interessados no projeto que contribuam com qualquer quantia para a causa. O site oficial, recebe doações, mas também possui informações e curiosidades sobre o navio.

Recentemente o site nova-iorquino Cruise Industry News, fez uma visita ao navio em sua doca fixa em Filadélfia, Pensilvânia, mostrando, inclusive, muito de seu devastado interior. As impressionantes fotos podem ser encontradas neste link, que também contém mais informações sobre o navio e o projeto da S. S. United States Conservancy.

Brasileiros também podem contribuir.

Norwegian Cruise Line foi última proprietária

Antes da SS United States Conservancy adquirir o navio, ele havia sido propriedade da Norwegian Cruise Line por vários anos. O navio foi comprado pela companhia de cruzeiros contemporâneos como parte de um projeto no Havaí. 

A NCL criou uma submarca, a Norwegian America e pretendia operar uma frota de três navios de bandeira norte-americana, o próprio Unites States, o Pride of America e o Oceanic Independence. Para utilizar a bandeira dos EUA, um navio precisa ter sido construído no país e ter a maior parte de sua tripulação composta por estadunidenses. 

Com a lei de cabotagem daquele país, apenas navios com a bandeira local podem realizar cruzeiros com ida e volta aos EUA sem escala em porto estrangeiro. Nas costas oeste e leste do país, a regulamentação não é problema, já que os navios de bandeira estrangeira podem, facilmente, passar por um porto no Canadá, México ou Bahamas em seus cruzeiros e, assim, ‘internacionalizar’ seus cruzeiros. 

No Havaí, no entanto, a lei torna-se um problema já que o mais próximo porto estrangeiro está a dois dias de distância do arquipélago. Dessa forma, a bandeira americana possibilita que um navio realiza um cruzeiro de qualquer duração escalando apenas nas ilhas, sem a necessidade de perder quatro dias para a escala em porto estrangeiro.

Com problemas financeiros, a NCL acabou nunca convertendo o United States ou o Oceanic Independence para os cruzeiros planejados nas ilhas. A única parte do projeto que acabou se realizando, foi a construção do Pride of America. O navio teve seu casco construído nos EUA e, por conta disso, acabou conseguindo uma exceção no congresso norte-americano para operar com a bandeira do país. 

Assim, passou a realizar o roteiro havaiano em sete noites, enquanto o Oceanic Independence e o United States foram vendidos. O segundo, teve melhor sorte que o primeiro. O Oceanic Independence foi vendido para a sucata após anos de abandono na costa oeste. No fim, afundou parcialmente antes de ser encalhado para desmanche, na Índia. 

Texto (©) Copyright Daniel Capella.
 Imagens (©) Copyright Cruise Industry News.

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